Salve Maria!
Preciso me retratar (pq quase não falo dele aqui) diante uma pessoa muito querida; aliás, extremamente querida, meu marido. O Ulisses quase não lê meu Blog, provavelmente se lesse com frequência puxaria minhas orelhas com frequência também, rsrs (...). Ele é mais pacífico, mais na dele, um pouco desconfiado das coisas (e não é Mineiro como eu!), e também das pessoas; por isto é fechado. Meu marido vive em função da família; é extremamente devoto de Nossa Senhora Aparecida e Santa Terezinha. E para fazer juz ao seu amor por mim e pelo Davi resolvi fazer uma pequena série sobre Santa Terezinha.
Esta será uma coletânea de escritos de Céline Martin (1869-1959), uma das quatro irmãs de Santa Teresinha. Céline, que entrou no Carmelo de Lisieux em 1894 assumindo o nome de irmã Genoveva da Sagrada Face, cuidou pessoalmente, em 1951, da sistematização de suas anotações, provenientes de seu diário pessoal – redigido em parte enquanto Teresa ainda vivia – e de seus depoimentos preparados para os processos de beatificação e canonização. O capítulo que publicamos intitula-se “Espírito de infância” e é extraído dos livros Consigli e ricordi (Città Nuova, Roma 1973, pp.47-59); e Conselhos e lembranças, São Paulo, Paulus, 2006, pp. 41-49).
Ele replicou: “Se a senhora fala de ‘via’, a causa inevitavelmente fracassará, como já aconteceu em diversas circunstâncias como esta”.
“Isto não me importa”, respondi; “o medo de perder a causa de irmã Teresa certamente não me impedirá de valorizar o único ponto que me interessa: fazer que, de certa forma, canonizem a ‘pequena via’”.
Mantive-me firme e a causa não naufragou. Por isso, fiquei mais alegre ao ouvir Bento XV exaltar em seu discurso a “infância espiritual” do que durante a beatificação e a canonização de nossa santa. Minha finalidade havia sido alcançada naquele dia, 14 de agosto de 1921.
Por outro lado, o Summarium registrou esta resposta que eu dei a propósito dos “dons sobrenaturais”:
“Eles foram muito raros na vida da serva de Deus. Por mim, eu preferiria que não fosse beatificada, a ter de apresentar um retrato dela diferente daquele que, em consciência, eu creio ser verdadeiro... A vida dela tinha de ser simples, para servir de modelo às ‘pequenas almas’”1.
É incontestável que em qualquer circunstância nossa querida mestra indicava-nos sua “pequena via”. “Para caminhar na pequena via”, declarava, “é preciso ser humilde, pobre de espírito e simples”.
Como apreciaria ela esta oração de Bossuet2, se a tivesse conhecido: “Meu Deus!... Não permitais que certos espíritos que se classificam, uns entre os sábios, outros entre os espirituais, possam um dia ser acusados em vosso temível tribunal de terem contribuído de algum modo para vos fechar a entrada de não sei quantos corações, porque quereis aí entrar de uma maneira cuja simplicidade os choca, e por uma porta que, embora bem aberta pelos santos, desde os primeiros séculos da Igreja, não lhes era talvez ainda bastante conhecida; fazei antes que tornando-nos todos tão pequenos como as crianças, conforme ordena Jesus Cristo, possamos entrar um dia por essa portazinha, a fim de poder em seguida mostrá-la aos outros mais segura e eficazmente. Assim seja”.
Não é nada estranho que, em sua última hora, esse grande homem tenha pronunciado estas palavras comoventes: “Se eu pudesse começar a vida outra vez, não gostaria de ser outra coisa que não fosse uma criança pequena que sempre dá a mão ao Menino Jesus”.
Teresa soube maravilhosamente, à luz revelada aos pequenos, descobrir essa porta de salvação, e indicá-la aos outros. A sabedoria divina e a sabedoria humana não definiram, nesse espírito de infância, a “verdadeira grandeza de alma”?
Assim, estes dois grandes filósofos chineses, anteriores à era cristã, o sintetizaram nestas fortes definições:
“A virtude madura termina no estado de infância” (Lao-tsé, século VII a.C.).
“Um grande homem é aquele que não perdeu seu coração de criança” (Meng-tsé; século IV a.C.)3.
E ainda: “Conhecer a virtude viril significa progredir sempre no caminho do bem e retornar à infância” (Tao Ta-Ching)4.
Para nossa santa, essa “pequena via” consistia praticamente na humildade, como já afirmei. Mas traduzia-se ainda por um espírito de infância muito pronunciado.
Ela as copiara tais como as reproduzimos no verso de uma estampa onde estavam colocadas as fotografias de nossos quatro irmãozinhos e irmãzinhas que voaram ao céu, em tenra idade. Deu-ma de presente, guardando uma semelhante em seu breviário. As fotografias estão agora, em parte, apagadas pelo tempo.
Em seguida a esses textos evangélicos acrescentara outros, tirados da Escritura Sagrada, sempre relacionados com o espírito de infância, e que a encantavam: “Bem-aventurados aqueles a quem Deus atribui justiça sem obras, pois, àqueles que fazem obras, a recompensa não é dada como uma graça, mas como coisa devida... É pois gratuitamente que os que não fazem obras são justificados pela graça em virtude da redenção de que Jesus Cristo é o autor”.
“O Senhor conduzirá seu rebanho às pastagens. Ele reunirá os cordeirinhos e os levará em seu seio”6.
No verso de outra estampa grande, copiara citações da Escritura, algumas das quais repetem as precedentes. Mas é interessante ver a que ponto esclarecem sua via.
Ela gostava também, muito particularmente, de uma escultura que representava uma criança sentada nos joelhos de Nosso Senhor e fazendo esforço para atingir seu divino rosto e beijá-lo. Mostrei-lhe uma lembrança de luto com o retrato de uma criança falecida em tenra idade; ela colocou seu dedo sobre o rosto do bebê, dizendo com ternura e convicção: “Eles estão todos sob meu domínio!”, como se previsse já seu título de “Rainha dos Pequeninos”.
Irmã Teresa do Menino Jesus era alta, media um metro e sessenta e dois, enquanto Madre Inês de Jesus era bem mais baixa. Disse-lhe um dia: “Se lhe deixassem escolher, que teria preferido: ser alta ou baixa?”. Ela respondeu sem hesitar: “Escolheria ser baixa para ser pequena em tudo”.
A Igreja sempre viu em Teresa do Menino Jesus a santa da infância espiritual. São muitos os testemunhos dos papas nesse sentido. Eu me limitarei a citar dois testemunhos de sua santidade Pio XII; o primeiro é de quando era legado a latere de Pio XI, por ocasião da inauguração da Basílica de Lisieux, em 11 de julho de 1937; e o outro é de 17 anos mais tarde: “Santa Teresa do Menino Jesus tem uma missão e uma doutrina. Mas sua doutrina, como toda a sua pessoa, é humilde e simples; encerra-se em duas palavras: infância espiritual, ou nas outras duas equivalentes: pequena via”.
“É o próprio Evangelho, é o coração do Evangelho que ela redescobriu; mas com que graça e frescor: ‘Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus’ (Mt 18, 3)”7.
Continua (...)
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Salve Maria!
Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.
***Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica SERÁ DELETADO, NEM PERCA SEU TEMPO!
***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!
Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.