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Regra de ouro do matrimônio!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

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O café da manhã que mamãe preparava era maravilhoso! Embora fôssemos uma família humilde, minha mãe sempre preparava com muito carinho a primeira refeição do dia. Era ovo frito com farinha, outro dia era ovo escaldado, depois era bife com pão, lingüiça com ovo e pão... Tudo feito com simplicidade.

Ao acordar, naquela manhã, quando retornei da 'lua de mel', para ir ao trabalho, pensei que encontraria a mesa posta, o café da manhã preparado. Como estava acostumado com a casa da mamãe, pensei que acordaria com aquele gostoso cheirinho que vinha sempre da cozinha lá de casa. Olhei para o lado e vi minha esposa, Neusa, dormindo profundamente. Feito um anjinho – de pedra!

Raspei a garganta, fiz barulho tentando acordá-la. Nada! Fui para o trabalho irritado, de barriga vazia. O local do trabalho ficava a uns cinco minutos do apartamento que alugávamos. Ao me sentar na mesa de trabalho, sentindo a estômago roncar, abri a Bíblia no seguinte trecho: O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles" (Lucas 6:31).

Disse pra mim mesmo: 'O Senhor não precisa dizer mais nada'. Lá pelas nove horas da manhã, hora em que se podia tirar alguns minutos para o café, dei um jeito de ir até o apartamento, não sem antes passar em uma padaria e comprar algumas guloseimas. Preparei o café da manhã e levei na cama para Neusa. Ela acordou com aquele sorriso tão lindo! Estamos para completar Bodas de Prata. Nesses quase vinte e cinco anos de casamento, continuo repetindo esse gesto todos os dias. E com muito amor!

Estou longe de ser um bom marido, mas a cada dia me esforço ao máximo... Tenho muito a melhorar, tenho de ser mais santo, mais paciente, mais carinhoso. Sinto-me ainda longe disso, pois o modelo que estou mirando é Jesus: Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como Cristo amou a congregação e se entregou por ela" (Efésios 5:25).

O matrimônio é um desafio, pois a todo o momento temos que perdoar e pedir perdão. A cada dia temos que buscar forças em Deus, pois sem Ele nada podemos fazer.

Quando Paulo se despedia dos cristãos em Éfeso, citou uma bela frase: Há mais felicidade em dar do que há em receber" (Atos 20:35). Quando se descobre isso no matrimônio, se descobre o princípio da felicidade.

Por que muitos casamentos não tem ido adiante? Porque o egoísmo tomou conta do casal. É o 'cada um por si' que vigora.

Estamos na sociedade do descartável: copo descartável, prato descartável, etc. Pessoas não são descartáveis, porém, o que não é descartável precisa ser cuidado para ser durável.

O mundo precisa do testemunho dos casais de que o matrimônio vale a pena! E, para que isso aconteça, é necessário um cuidado amoroso e carinhoso por parte do marido e da esposa. Ambos têm o dever de cuidar um do outro com renovados gestos de carinho e perdão diariamente.

Posted by Pe. Mateus Maria

As mulheres não querem ser donas de SUAS casas.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

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Muitas mulheres não querem ser donas de sua casa. Estou generalizando, porque estou falando aqui do que é proclamado na mídia como modelo a seguir. Estou falando das consequências de uma revolução que quis “libertar” a mulher e a fez mais escrava ainda. Estou falando de uma dura realidade que temos que enfrentar se é que queremos viver numa civilização cristã novamente.
As feministas – ou quase feministas – ao ler isso se levantam indignadas: “como pode alguém, em pleno século XXI, ter a ousadia de dizer que a mulher deve ser dona de casa?” A verdade é que quando a mulher – esposa e mãe – não é dona de sua casa, alguém de fora se torna dona e quem perde é toda a sociedade. Pois é fato incontestável que a melhor contribuição que se pode fazer à sociedade é dar-lhes cidadãos honestos, maduros, cientes dos seus deveres e direitos; mais ainda, é dar-lhes santos homens e mulheres, pois se alguns homens públicos mudam o mundo nos campos político e social, os santos transformam gerações.
Mas para uma idéia tão antiga e tão nova – mulheres donas de casa! – reconheço que é preciso explicar o porquê de tal “volta no tempo”:
O problema, na sua raiz, não  é que a mulher não possa ou deva trabalhar fora. O problema é  que quando não existem mais mulheres que queiram ser donas de casa passa a existir uma geração de crianças e jovens mais perdidos e confusos que nunca. E parece que ao tentar encontrar os culpados desta situação não se tem coragem de falar a verdade: falta a mãe presente em casa e falta pai como chefe da família.
No caso da mulher, o mundo do trabalho em geral, com todas as suas conhecidas exigências, vai tornando endurecido o seu coração,e as primeiras vítimas a sofrer com isso são seus filhos. As mães passam a ter mais dificuldade de estar em comunhão com os seus filhos. De passar horas, dias, anos ao seu lado. Não digo dar de comer, dar banho e colocar para dormir. Eu sei que babá faz isso muito bem. E uma das experiências mais lindas que tive foi viver com uma família e ser babá por um ano de seus três filhos. Estou dizendo que as mulheres que trabalham fora têm cada vez mais dificuldades de querer – e amar e-s-t-a-r com os seus filhos. Eu vejo isso. Infelizmente não estou falando de teorias.
O que direi agora é um tema para ser desenvolvido melhor. Mas a idéia central é esta:
O campo laboral se fundamenta em três critérios que o dom da maternidade desconhece:
  1. Horário a ser cumprido
  2. Ganho salarial[1]
  3. Competição
Ser dona de casa não significa, em primeiro ligar, lavar, passar e cozinhar. Isso de fato ficou bem mais fácil hoje devido às comodidades modernas e em geral, quase qualquer um pode fazer este serviço. Mas ser dona de casa é antes de tudo querer estar em casa, cuidando e educando os filhos, e à espera do esposo que volta do trabalho. Sim. A casa pode ser cuidada por outra. Os filhos e o esposo não. Por isso, os critérios que a mulher deve enfrentar trabalhando fora, geralmente (dependerá de qual trabalho ela faça) se contrapõem aos critérios e valores que ela vive como mãe:
- A mãe não tem horário – especialmente quando os filhos são pequenos. Ela está para servir e se doar completamente a eles. Ela não conhece o que é “bater o ponto?”. Ela não conhece o que significa “hora extra”. Ela não espera o fim de semana para “estar livre”.
- A mãe não é mãe por dinheiro; assim como nenhum dinheiro do mundo “pagaria” o que ela faz[2], ela faz por amor.
- A mãe não conhece competição. Para os seus filhos, nenhuma mãe é melhor que aquela que ele tem, e para os outros… o que importa os outros?
Por tudo isso, se seria injusto não olhar os benefícios que a mulher ganhou “podendo trabalhar como o homem” (depende também em que tipo de trabalho), seria uma grave mentira negarmos as trágicas conseqüências que isso está deixando nesta geração. A mulher que trabalha fora corre o perigo – pela lógica natural do campo laboral – de perder a ternura, a paciência, a delicadeza, e gradativamente tem mais dificuldade para se entregar aos filhos como uma mãe -  que ama ser mãe –  sabe. A mãe quando trabalha fora pode estar algumas horas com seus filhos, mas geralmente com sua cabeça (e seu coração) nos seus negócios, nos seus compromissos fora de casa, e isso vai gerando uma divisão no seu ser. E a grande questão é que a criança, mesmo sem “entender” nada de tudo isso, sabe que sua mamãe não está “só para ela”… parece sentir a ansiedade, a angústia, as preocupações que a mãe sente devido ao seu trabalho fora de casa.
A análise do Bispo Fulton Sheen é esclarecedora:
“A mulher moderna foi igualada ao homem, mas sem que isso lhe trouxesse a felicidade. Foi ‘emancipada’ como uma flor pode ser ‘emancipada’ das suas raízes, como um pêndulo que, retirado do relógio, perde, por este fato, o seu movimento próprio. Em seus esforços para a igualdade matemática, a mulher rebaixou-se de duas maneiras: tornou-se vítima do homem e vítima da máquina. Vítima do homem por se transformar em instrumento do seu prazer e por prover às suas necessidades, através de uma estéril troca de egoísmos. Vitima da maquina, por subordinar o principio criador da vida à produção de coisas mortas – o que constitui a própria essência do comunismo.
Que nisto não se veja a condenação da mulher como profissional, porque o problema não esta em sabermos se a mulher consegue obter as boas graças do homem, mas se pode satisfazer os instintos primordiais da sua natureza feminina. O problema está em sabermos se determinadas qualidades oferecidas por Deus à mulher, qualidades que lhe são especificas, encontram a sua exata e plena expressão. Essas qualidades – como sejam, a dedicação, o sacrifício, o amor – não se exprimem necessariamente numa família, ou menos num convento. Podem encontrar maneira de manifestar-se no mundo social, nos cuidados a prestas a doentes, a pobres, a ignorantes – em todas as sete obras de misericórdia corporais. Diz-se, por vezes, que a mulher que trabalha fora de casa é dura. Pode isso ser verdade, em certos casos, mas não se deve esta dureza à profissão: deve-se, sim, à circunstancia de, pela sua profissão, se manter afastada dos seres humanos, para os quais o seu coração naturalmente a inclina, e sem os quais ele não se dá por satisfeito. Podemos admitir que a revolta contra a moralidade e a exaltação dos prazeres sensuais, como finalidade da vida, se devam à perda da realização espiritual da existência. Assim frustradas e desiludidas, tais almas fatigam-se da vida, tornam-se cínicas, e até podem ser levadas ao suicídio.
A solução para este problema da mulher está num retorno à concepção cristã, na qual se dá importância, não à igualdade, mas à equidade. A igualdade é a lei: é matemática, abstrata, universal, indiferente às contingências, às diferenças, às circunstâncias. A equidade é o amor, a misericórdia, a compressão, a simpatia. … A equidade vai mais longe do que a igualdade, reclamando a superioridade em certos aspectos da vida. A equidade não substitui a igualdade –  aperfeiçoa-a. Tem a vantagem de reconhecer a diferença específica entre o homem e a mulher, o que a igualdade não faz. De fato, homem e mulher são absolutamente desiguais, no que respeita ao sexo, e, porque o são, é que se complementam. Cada um deles tem sobre o outro uma superioridade de função. Homem e mulher são iguais, no sentido de terem os mesmos direitos e as mesmas liberdades, o mesmo alvo final de vida e a mesma redenção pelo sangue do Nosso Divino Salvador.”[3]
Finalmente, este pequeno texto é para animar, encorajar, estimular as mulheres que sentem o profundo desejo de ser dona de casa, de cuidar dos seus filhos, de esperar o seu esposo a voltar do trabalho – e  podem fazê-lo – , mas que recebem críticas e são marginalizadas justamente por uma decisão tão plena de sentido! Enquanto não reconhecemos o valor da mulher como esposa e mãe, ainda que estejamos na “pós-modernidade”, no fundo estamos antes da idade da pedra!

fonte: Site moda e modéstia.

O que é o Matrimônio?

domingo, 8 de agosto de 2010

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Por Christopher West  -Tradução: Fabrício L. Ribeiro 
Um homem pode se casar com outro homem? Uma mulher pode se casar com outra mulher? Um homem pode se casar com várias mulheres ao mesmo tempo, ou uma mulher com vários homens? Um homem pode se casar com sua irmã ou com sua mãe? Seu irmão, ou seu pai? Uma mulher pode se casar com seu irmão ou seu pai? Sua irmã, ou sua mãe?
Todas estas questões são agora relevantes em nossa cultura. Elas não podem ser apropriadamente respondidas a menos que saibamos o que é o matrimônio. Como católicos, nós temos um incrível corpo de ensinamentos para que entendamos o sentido e o propósito do matrimônio. Comecemos com uma definição básica advinda da Lei Canônica e do Concílio Vaticano II.
O matrimônio é comunhão íntima, exclusiva e indissolúvel de vida e de amor assumidas por um homem e uma mulher como designado pelo Criador para o propósito do seu próprio bem e da procriação e educação dos filhos. Esta aliança entre pessoas batizadas foi elevada por Nosso Senhor Jesus Cristo à dignidade de Sacramento.
Comunhão íntima de vida e de amor: O matrimônio é a mais próxima e mais íntima de todas as relações humanas. Ele envolve a partilha da totalidade da vida de uma pessoa com seu(ua) esposo(a). O matrimônio pede uma mútua entrega de si mesmo tão íntima e completa que os esposos — sem perder sua individualidade — tornam-se “um”, não somente no corpo, mas também na alma.
Comunhão exclusiva de vida e de amor: Como uma mútua doação de duas pessoas um para o outro, esta união íntima exclui a possibilidade de outra união com qualquer outra pessoa. Ela demanda a fidelidade total dos esposos. Esta exclusividade também é essencial para o bem dos filhos do casal.
Comunhão indissolúvel de vida e de amor: Marido e esposa não são unidos por emoções passageiras ou meras inclinações eróticas as quais, egoísticamente buscadas, vão-se facilmente. Eles são unidos em autêntico amor conjugal pelo firme e irrevogável ato de sua própria vontade. Uma vez que seu mútuo consentimento foi consumado pela relação sexual, uma ligação inquebrantável é estabelecida entre os esposos. Para os batizados, esta ligação é selada pelo Espírito Santo e se torna absolutamente indissolúvel. Por isso, a Igreja não ensina tanto que o divórcio é errado, mas que o divórcio é impossível, apesar de suas implicações civis.
Assumidas por um homem e uma mulher: A complementaridade dos sexos é essencial para o matrimônio. Não é que dois homens (ou duas mulheres) não possam se casar porque “a Igreja não deixa”. Se compreendermos o que o matrimônio é, nós veremos com bastante clareza que é impossível que membros do mesmo sexo contraiam matrimônio.
Como designado pelo Criador: Deus é o autor do matrimônio. Ele inscreveu o chamado para o matrimônio em nosso próprio ser criando-nos como homens e mulheres. Nós, portanto, não podemos alterar a natureza e os propósitos do matrimônio.
Para o propósito do seu próprio bem: “Não é bom que o homem esteja só” (Gen 2,18). Reciprocamente, é pelo seu próprio bem, para seu benefício, enriquecimento e, por último, para sua salvação, que um homem e uma mulher unem suas vidas em matrimônio.
Procriação e educação dos filhos: Os filhos não são acrescentados ao matrimônio e ao amor conjugal, mas brota do próprio coração dessa auto-doação mútua entre os esposos, como fruto e realização. A exclusão intencional dos filhos, então, contradiz a própria natureza e propósito do matrimônio.
Aliança: Enquanto o matrimônio envolve um contrato legal, uma aliança vai além dos mínimos direitos e responsabilidades garantidos por um contrato. Uma aliança exige dos esposos uma partilha do amor livre, total, fiel e fecundo de Deus. Pois é Deus quem, à imagem de sua própria Aliança com seu povo, une os esposos em uma forma mais compromitente e sagrada que qualquer contrato humano.
A dignidade de sacramento: O matrimônio entre pessoas batizadas é um sinal eficaz da união entre Cristo e a Igreja, e, como tal, é um canal de graças. Isto é, o matrimônio — porquanto a união entre o homem e a mulher verdadeiramente simboliza o amor de Cristo pela Igreja — realmente comunica o amor de Cristo aos esposos e, através deles, para todo o mundo.

O MATRIMONIO É SAGRADO

sexta-feira, 28 de maio de 2010

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Os sacramentos da nova lei, são como relíquias da encarnação divina. (Sacramenta novae legis sunt quaedam divinae incarnationis reliquiae) De fato, os sacramentos contem alguma virtude de Jesus Cristo, mas um deles, a Eucaristia, contem a Ele mesmo, em Pessoa. Os sacramentos foram instituídos para remediar a miséria humana, reordenar no bem as faculdades enfraquecidas pelo pecado original e fazer-nos participantes da vida divina de Jesus Cristo e de Sua caridade.

Se o pecado original nunca houvesse acontecido, tampouco existiriam o batismo, a penitência, o sacerdócio, a eucaristia, etc. Contudo existiria o matrimonio, que “foi instituído pelo Senhor, antes do pecado, no Paraíso terrestre”, em vista do que, ele se chama “relíquia do paraíso terrestre”. Nosso Senhor Jesus Cristo, com efeito, não instituiu o matrimônio, mas o restituiu à sua pureza primitiva (monogamia e indissolubilidade) e o elevou à ordem sobrenatural ao constituí-lo como sinal eficaz da graça, a fim de que os cônjuges, feridos pela culpa original, fossem capazes de vivê-lo santamente: “o matrimonio instituído em pessoa pelo autor da natureza, DEUS, foi reformado, confirmado e elevado pelo restaurador da mesma, Cristo Nosso Senhor” (Pio XI, Casti Conubii)

Por conseguinte, o matrimonio é uma instituição divina que atravessa toda a história humana tendo sobrevivido às conseqüências do pecado original, como diz a belíssima benção da esposa “a sociedade doméstica, instituída no principio, recebe a benção que nem a pena do pecado original nem o dilúvio conseguiram suprimir”. Essa benção divina precedeu à Igreja com seus sacramentos e, de fato, os ministros do matrimonio são os próprios nubentes, não o sacerdote, que nada mais é que a testemunha da Igreja, mas não o ministro do sacramento.

Sabemos, alem disso, por São Paulo, segundo nos recorda a mesma oração, que “a união Conjugal goza da sublime e arcana dignidade de dar uma idéia do mistério da união de Cristo com a Igreja”. A união querida por Deus entre o homem e a mulher, entre o esposo e a esposa, sempre foi o símbolo e a figura de todas as uniões inspiradas pelo amor total. Quando se trata de expressar a plenitude do amor, o símbolo mais adequado é sempre o do amor entre os esposos, isto é, o do casamento. O mesmo se dá ao falar do amor entre Deus e a alma humana. Veja-se o “Cântico dos Cânticos”, e também o Evangelho, onde Jesus usa freqüentemente dessa imagem , na qual Ele se compara ao esposo. De fato, quando o Verbo de Deus quis unir-se à natureza humana para restaurá-la e salva-la, escolheu como modelo e figura desta união a que há entre os cônjuges e ao criar a Igreja, escolheu como figura e modelo a criação da primeira mulher tirada do lado do primeiro esposo: criou a Igreja de Seu lado, assim como Eva havia sido tirada de Adão.

O matrimonio natural já era figura da união entre Deus e os homens, mas agora, na ordem do evangelho e da nova lei, é a união entre Jesus e a Igreja que constitui o modelo do matrimônio cristão, do sacramento, cujo fundamento não reside tão só no amor natural, mas sobretudo na caridade , isto é, no amor espiritual e sobrenatural que une as almas na graça divina antes de unir os corpos, e não une os corpos senão para unir as almas.

Ora, a desordem atual das famílias e da sociedade não é mais que o efeito do abandono deste principio universal: a ordem natural, material, temporal, não é um fim em si mesmo, mas tão só o caminho para a ordem sobrenatural, espiritual, eterna, que constitui a finalidade de todas as coisas. Toda a realidade humana acha sua razão de ser e sua explicação cabal somente em sua finalidade espiritual e eterna.

Assim sucede, também com o matrimonio, cuja finalidade natural é a paternidade e a maternidade física dos esposos, mas cuja finalidade verdadeira e última é a paternidade e a maternidade espirituais, que se exercem no mundo das almas e da graça. A paternidade e a maternidade físicas de nada aproveitam se não conduzem a maternidade e paternidade espirituais, que são a paternidade e maternidade verdadeiras. É preciso ter compreendido isso para entender, como o faz a Igreja, essa “submissão” da esposa ao esposo de que fala São Paulo. Não se trata aqui de inferioridade ou superioridade, nem tampouco, falando com propriedade, de obediência da esposa ao esposo, mas sobretudo, da vontade de ser mãe como a Igreja o é. Trata-se de uma disposição do espírito, do coração e de toda a alma que põe a esposa em estado de receber, de seu esposo, os bens de que carece, não tanto para uso próprio, mas para poder dar aos outros algo melhor que o que ela tem: antes de tudo, a maternidade, mas também de certo modo as virtudes do marido, as quais deve unir às suas próprias para transmitir aos filhos essa riqueza, que é fruto do amor com o qual esta unida espiritualmente a seu marido, somando suas virtudes próprias às deste. Do marido recebeu uma parte do tesouro espiritual que deve transmitir à prole, porque, para isso, a natureza e a graça a constituíram mediadora entre o pai e os filhos. Esta é também a submissão da Igreja a Cristo, e é esta a que vive espontaneamente e sem esforço a esposa cristã que quer ser muito mais que ,mãe dos corpos, porque aspira exercer a maternidade espiritual sobre as almas de seus filhos, na ordem da graça e das virtudes. É assim que a Igreja ama, Ela cujo amor é caridade pela qual se une a Cristo para D’Ele tudo receber, até mesmo quando se ocupa das realidades temporais e materiais ao empenhar-se nas obras de misericórdia corporal: não atende os corpos senão em vista do bem espiritual e da santidade das almas, nada dando senão aquilo que recebe de Jesus Cristo.

Assim devem amar os cônjuges cristãos, em vista do que a família cristã deve ser, como diz São João Crisóstomo, uma “pequena igreja”, um pequeno corpo místico, cuja verdadeira realidade não é a que se vê, mas a que está escondida em Deus e em Jesus Cristo: a realidade da fé, da esperança e da caridade, que não desprezam as realidades humanas, mas, pelo contrário, as tornam mais humanas mais belas, mais doces e serenas, impregnando-as da beatitude de Deus.

Grande é este sacramento porque faz aos esposos responsáveis por uma parte da Igreja de Jesus Cristo a fim de que Deus seja glorificado. Jesus confia aos esposos, com o sacramento do matrimonio, um a parte de Sua Igreja, de sua esposa, de Seu corpo místico, para que tudo se viva como a Igreja o vive: no coração, o altar da Missa e do sacrifício pelo amor, com toda a ordem sacramental, e também a oração pessoal e familiar, com todas as virtudes cristãs cultivadas pelas famílias cristãs, virtudes que herdaram os próprios esposos. Por conseguinte, a Mãe de Jesus deve estar junto ao altar, a Virgem Mãe, esposa e mãe perfeita porque se esquece por completo de si própria; Mãe da Igreja e das almas por sua submissão e dependência absoluta para com seu Filho a fim de dar às almas todos os bens que ele nos mereceu na cruz.

Quem vive assim o matrimonio fará amar a Jesus e à Virgem Maria, glorificará a Igreja e ensinará aos homens de hoje o que é o verdadeiro amor conjugal.

Fonte: Jornal Sim Sim Não Não.