Quando o Papa usa da infabilidade???

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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A -- O Papa é infalível quando se pronuncia ex cathedra, --em seu Magistério Extraordinário.

Isso ocorre quando ele se pronuncia nas seguintes quatro condições.

1- Quando ele afirma que se pronuncia como Vigário de Cristo, usando o poder das chaves que Cristo concedeu a Pedro;
2- Tratando de Fé e Moral;
3- Ensinando a toda a Igreja;
4- Com vontade clara de definir um problema, isto é, afirmando algo, e condenando explicitamente a tese oposta.

Faltando uma dessas quatro condições, o ensinamento, merece grande acatamento, claro, mas não é infalível.
B -- O Papa é também infalível, se pronuncia de modo ex cathedra quando aprova decisões dogmáticas de um Concílio ecumênico, e confirma com anátema - condenando a tese oposta à que ele aprovou.

O Concílio Vaticano II não foi infalível, porque foi um Concílio Pastoral, que não proclamou nada dogmático e infalivelmente. Foi o próprio papa Paulo VI quem declarou que o Vaticano II não foi infalível.

Quem diz que o Vaticano II foi infalível, conhecendo o que disse Paulo VI, mente.

C -- O Papa é infalível também em seu Magistério Ordinário quando repete o que sempre foi ensinado pelos Papas anteriores, em um problema de Fé ou moral, em caráter universal.

D - Os Bispos de todo o Mundo são infalíveis quando unanimemente ensinam algo.

As encíclicas são documentos do Magistério Ordinário do Papa. Nelas, o Papa pode ensinar algo infalivelmente quando ele ensina nas encíclicas, nas condições que coloquei acima nos casos A e C.

Agora entrevistas, livros, opiniões pessoais, tudo isto não é uma situação ex catedra... apesar de todo respeito que ele merece receber em sua dignidade de Papa.

E se toda a Igreja em seus dois mil anos diz somente uma coisa e aparece um Papa que diz exatamente o contrário e principalmente sendo numa situação que não seja "ex catedra" o fiel não precisa e nem tem a obrigação de acolher e concordar...

O desapego de si mesmo!

domingo, 29 de agosto de 2010

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Santo Afonso Maria de Ligório

O desprendimento mais importante e necessário é o de si mesmo, isto é, da própria vontade. Quem sabe vencer-se a si mesmo, facilmente vencerá a todas as outras dificuldades. A vitória sobre si mesmo era o que São Francisco Xavier recomendava mui particularmente a todos os que aspiravam à perfeição. E o divino Salvador a impõe como dever a todos os que desejam segui-lo: “Se alguém quiser seguir-me, abnegue-se a si mesmo” (Mt l6, 24). O compêndio de tudo o que devemos fazer para nos salvar é esta palavra única: Abnegação própria.
Nós devemos amar a Deus da maneira que lhe agrada e não como nos apraz. Deus quer que nossa alma esteja vazia de tudo, para que a possa encher com seu amor e uni-la a si. Santa Tereza diz que a oração da união não é outra coisa que a indiferença a mais completa a respeito das coisas do mundo, junto com o desejo de possuir unicamente a Deus. É certo que Deus tanto mais intimamente nos unirá consigo e nos encherá com sua presença, quanto mais completamente renunciarmos às inclinações naturais, por seu amor. Muitos desejam, sim, chegar à união perfeita com Deus, mas não querem suportar as adversidades que Nosso Senhor lhes envia; não querem sofrer nem pobreza, nem injúrias. Ora, enquanto não se entregarem sem restrição à vontade de Deus, não chegarão à união perfeita.
“Para se chegar à perfeita conjunção com Deus”, diz Santa Catarina de Gênova, “deve-se passar por tribulações. Estas são os meios de que Deus se serve para nos purificar de todas as más inclinações. As injúrias, o desprezo, as doenças, a pobreza, as tentações, as contrariedades nos são enviadas só para que tenhamos ocasiões bastantes de combater e subjugar as nossas paixões, de tal forma que desapareçam por inteiro. Não basta as adversidades nos parecerem menos desagradáveis, é preciso que o amor divino no-las torne doces e desejáveis, para chegarmos à perfeita união com Deus”. Ajunto ainda o que nos recomenda São João da Cruz, para atingirmos essa conjunção íntima e completa com Deus: “Devemos mortificar cuidadosamente os próprios sentidos e desejos. Quanto aos sentidos, devemos renunciar, por amor de Jesus Cristo, a toda a satisfação que não tem por fim a glória de Deus. Se, por exemplo, sentimos o desejo de ouvir ou ver coisas que não são próprias para nos aproximar de Deus, devemos renunciar a elas incontinenti. Quanto aos desejos, devemos procurar sempre o que é mais penoso, mais desagradável, mais pobre, sem aspirar à outra coisa que a padecer e ser desprezado”.
Numa palavra: Quem ama verdadeiramente a Jesus, expele de seu coração todo o apego aos bens terrenos e procura desprender-se de tudo para unir-se mais perfeitamente com seu Salvador. Todos os seus desejos só têm a Jesus por objeto, sempre pensa nele, sempre suspira por ele, em todo o lugar e ocasião só a Jesus deseja agradar Para se chegar, porém, a esse ponto, deve-se tratar de expulsar do coração toda a afeição que não tende para Deus. Que deve mais fazer uma alma para se entregar incondicionalmente a Deus? Primeiro, evitar tudo o que possa desagradar a Nosso Senhor e fazer tudo o que lhe é agradável. Segundo, aceitar, em santo abandono, tudo o que lhe enviar sua santa mão, por mais duro e incômodo que seja. Terceiro, preferir, em todas as coisas, a vontade de Deus à própria. Dessa forma sacrifica-se ela por inteiro e sem reserva a seu Deus e Senhor.

Evolucionismo... que piada!!!

sábado, 28 de agosto de 2010

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(O CONTO DO MACACO)


Raul Leguizamon
O autor, Raul Leguizamon, é argentino, de Córdoba, e membro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Este seu artigo foi publicado no número especial de verão do ano 2001 da revista SEMPER, periódico editado pela Fraternidade.

É interessante como em sua argumentação o autor se exprime de maneira objetiva e coerente, e ao mesmo tempo com espírito de humor, mostrando as incoerências científicas da evolução darwinista, comparada por ele a um dogma de fé.
Mantivemos praticamente na íntegra tanto a grafia como as expressões típicas do Português de Portugal, para guardar o mesmo sabor que encontrariam em sua leitura nossos leitores de além-mar.
Introducão
Os dogmas de fé são muito difíceis – se não impossíveis – de refutar com argumentos científicos. A história da humanidade sobejamente o testemunha.
O nosso tempo não escapa, decerto, a esta regra, já que na atualidade, como em todas as épocas, uma boa quantidade de pessoas segue obstinadamente crendo coisas não só desprovidas de todo o fundamento científico, mas, além do mais, em franca contradição com o conhecimento científico que hoje possuímos. 
Para dar um exemplo, entre centos, do atrás dito, referir-me-ei à insólita crença atual de muita gente – curiosamente, muitos deles cientistas – de que o homem descende do macaco. Sim, senhor! Assim, tal e qual.
Porque tem de saber-se que o tal pensado e manipulado “antecessor comum” do homem e do macaco, de que falam muitos cientistas e divulgadores. não é nem pode ser outra coisa senão um macaco. 0 suposto .”antecessor comum” seria certamente chamado macaco por alguém que o visse, afirmava o ilustre paleontólogo da Universidade de Harvard, George G. Simpson. É pusilânime, senão desonesto, dizer outra coisa, acrescentava Simpson. E desonesto, acrescento eu.
De maneira que todos os esforços dos antropólogos e investigadores deste tema, não se dirigem, de modo algum, a dilucidar, objetivamente e sem preconceitos, de que modo se originou o homem, mas de que macaco veio.
Por outras palavras: o postulado da nossa origem simiesca é uma convicção da qual se parte, e não uma conclusão a que se chega.
Ora bem, esta convicção, que muitos cientistas e divulgadores sustentam encarniçadamente (até ao ponto de mostrá-la ao mundo como um fato científico e demonstrado!), é – por definição – algo que está fora do campo da ciência experimental, que se baseia, precisamente na observação e reprodução experimental do fenômeno sob estudo. Coisas evidentemente impossíveis neste caso.
De maneira que, e com risco de não respeitar o significado das palavras, esta crença na origem do homem a partir do macaco é só uma hipótese de trabalho, uma suposição, uma conjectura, mais ou menos razoável, mais ou menos coerente, mais ou menos disparatada, mas sempre de caráter hipotético. Não só não demonstrada, mas, ainda mais – por definição – indemonstrável. E a ciência é demonstração.
O que a ciência pode legitimamente fazer a este respeito, é abordar o tema de forma indireta, isto é, examinar a suposta evidência científica que demonstraria a transformação do macaco em homem e, sobretudo, o mecanismo que se propõe para explicar essa transformação, para ver se dito mecanismo está em coerência ou em contradição com leis científicas bem estabelecidas; ou, ao menos, com a sensatez.
Por outras palavras, se bem que a ciência não possa dizer-nos como foi realmente a origem do homem – por tal ser metodologicamente impossível – pode dizer-nos, em troca, como não pôde ter sido essa origem.
Esclarecido este ponto, digamos que o que hoje vemos (base primeira do método cientifico), é que os homens originam-se de homens, e que os macacos engendram macacos. Por conseguinte, e em razão do princípio científico da uniformidade metodológica, segundo o qual o presente explica o passado, legítimo é supor que os homens sempre se originaram de homens e nunca de macacos. São os cientistas que sustentam o contrário (isto é, que alguma vez os macacos engendraram homens, ou se transformaram em tais) que tem o ônus da prova. Quer dizer, os que deviam carregá-los, se este tema fosse tratado com um mínimo de rigor e honestidade científica.
Como não é, resulta que, paradoxalmente, se aceita como dogma de fé (em nome da ciência – imagine-se!) que o homem descende do macaco; e a partir deste dogma interpretam-se e manipulam-se os dados científicos.
Mas, por que – tem de se perguntar – esta convicção tão categórica sobre a nossa origem? Quais são os fundamentos científicos de tamanha certeza? Bom, como disse atrás, fundamentos propriamente científicos não os há. A razão determinante e fundamental pela qual muitos autores crêem que o homem se originou a partir do macaco, é porque aceitam cegamente a hipótese evolucionista-darwinista que tal afirma. E ponto.
Não obstante, como numerosos cientistas, divulgadores, “charlatães cósmicos” da TV, revistas “muito interessantes”, livros de texto e trovadores diversos nos saturam diariamente com as “evidências científicas” que “demonstram” a origem simiesca do homem, vale a pena analisarmos sucintamente estas supostas evidências “indubitáveis”, segundo os mais fervorosos crentes na hipótese evolucionista-darwinista. 

Semelhanças


Pois bem, ainda que o leitor, como bom profano no tema – tal como eu – nunca se tenha dado conta ou, o que é mais provável, nunca lhe tenha outorgado a menor importância, o fato é que entre os macacos e os homem … há semelhanças!
De acordo com esta sensacional descoberta – de cortar a respiração, realmente – existem sem lugar a dúvidas, semelhanças entre os macacos e o homem. Efetivamente: temos olhos como os macacos, quatro extremidades, estômago, fígado, pulmões, coração com quatro cavidades, sangue quente (depende …), etc.
Se o leitor continua acreditando, obstinada e cepticamente, que tudo isto não significa absolutamente nada, e que existe – apesar das semelhanças – um abismo entre o macaco e o homem, creia que está em muito boa companhia, já que milhares de cientistas no mundo (e cada vez mais) opinam exactamente o mesmo.
E milhares são, estimado leitor. O que sucede é que a sua opinião não chega ao público, pois que neste assunto existe uma censura feroz. Outra qual Inquisição e Santo Ofício! Os cientistas que não aceitam o “dogma darwinista” são, inexoravelmente, excluídos dos âmbitos acadêmicos e dos meios de difusão.
Mas os crentes na hipótese da origem simiesca do homem, que são, ademais – tenhamos isto bem presente – os que “têm a manivela” política, financeira e acadêmica, insistem com místico fervor nas semelhanças.

O Elo Perdido


 Insistem, pois, não só nas semelhanças atuais, que demonstrariam, em todo o caso, que os macacos são, de acordo com a hipótese darwinista, nossos “primos”; mas também, e sobretudo, nas semelhanças fósseis, que certificariam a existência do assim designado “antecessor comum”, isto é, um macaco em vias de se fazer homem: o célebre “elo perdido”, que já não existe, segundo dizem, mas que houve um tempo, vai para muitos anos, que parece que sim.
Este mítico “elo perdido”, logo após engendrar o homem, teria desaparecido; ninguém tem a mais remota idéia porquê. Mas muito temo que o teria feito para não arcar com a tremenda responsabilidade de ter gerado algo tão perigoso e inadaptado como o que acusam de ter gerado: a ovelha negra da família, realmente …
De todos os modos, a excelsa dignidade desta sublime relíquia (o “elo perdido”) suscitou grande fervor entre muitos cientistas que desde há mais de um século empreenderam inumeráveis expedições para o achar. (rsrsrsrsrs.. as risadas são minhas... niguém merece!!!)
A busca do “elo perdido” foi, e é, o alfa e o ômega da antropologia. Algo assim como os cavaleiros do Rei Artur em relação ao Santo Graal.
E qual e o critério para decidir se um fóssil é o famoso “elo perdido”? Muito fácil: todo o fóssil de macaco que tenha semelhanças com o homem é – até que se demonstre o contrário – o “antecessor comum.

Fósseis 

E ainda que o leitor não acredite, existem, definitivamente, fósseis de macacos que mostram semelhanças com o homem. Assim é. Acontece que alguns restos fósseis de macaco têm incisivos e caninos mais pequenos que outros macacos, em forma semelhante aos do homem. Isto constitui, para muitos investigadores, uma “demonstração” de que estes macacos teriam sido nossos antepassados, sem ter em conta – ao que parece – que existem macacos vivos (o Babuíno Gelada, por exemplo) que também têm incisivos e caninos pequenos – como os do homem – sem deixarem por isso de ser menos macacos que os seus congêneres.(rsrsrsrsrsrsrs... isto porque são cientístas!!!! rsrsrs).
Inclusivamente, o antropólogo Clifford Lolly assinalou, há mais de vinte anos, que as ínfimas variações no tamanho e forma dos dentes de um animal são simplesmente o produto de uma adaptação a um tipo especial de dieta e que carecem de qualquer significação genealógica.
Outros restos fósseis de macaco parecem indicar que os ditos seres caminhavam de forma aproximadamente ereta (bípede), com o que se conclui, triunfalmente, que esses macacos estavam fazendo-se homens.
O que, geralmente, muitos autores se esquecem de esclarecer o público, é que vários macacos atualmente (Hilobates moloch, Pan paniscus, entre outros) caminham de forma aproximadamente ereta. Mas, que eu saiba, nenhum destes simpáticos primatas manifestou o mínimo sentimento de assombro, nem de júbilo, nem sequer de horror (que seria muito mais lógico), ante a apaixonante aventura de se estarem transformando em seres humanos.
Mas, perguntará algum leitor, que se passa com o famoso Homem de Neanderthal, o Pitecanthropus erectus, os Australopithecus africanos? Não são estes verdadeiros “hominídios”, antepassados do homem?
Vamos por partes. Para começar, digamos que o Homem de Neanderthal não é certamente um “hominídio”. Apesar da “difamação antropológica” darwinista (a expressão é do famoso antropólogo americano Ashley Montagu), que o mostrou durante cem anos (e ainda hoje!) como um bruto semi-curvado, de aspecto feroz e estúpido, cacete ao ombro e escondido na sua caverna, hoje é fato universalmente aceite que o Homem de Neanderthal era completamente sapiens, ainda que com algumas degenerescências produzidas por enfermidades (artrite e raquitismo) e por circunstâncias ambientais adversas.
Apesar do carácter plenamente humano do Homem de Neanderthal ser conhecido desde 1957, é freqüente ainda hoje, todavia, encontrar a sua representação semi bestial; e não só em livros e revistas de divulgação. Não! Por exemplo, o modelo recente semi-bestial do Homem de Neanderthal foi retirado do Museu Field de História Natural de Chicago em 1975. Foi lançado ao lixo, lugar que lhe correspondia? Não senhor, foi retirado do primeiro piso (origens do homem) e colocado no segundo piso, junto aos dinossauros, com uma legenda que diz: “modelo alternativo, do Homem de Neanderthal” (!). É de sublinhar que a secção dos dinossauros é a mais visitada, em especial por crianças e jovens das escolas e colégios… Este é um exemplo acabado de “honestidade científica “.
A respeito dos assim chamados “Homo erectus” (Pitecanthropus e Sinanthropus), haveria muito que dizer. Dos achados originais que deram lugar a este grupo taxonômico, um deles, o Homem de Java (Pitecanthropus erectus), teria sido – segundo o seu próprio descobridor, E. Dubois – simples e unicamente um macaco (gibão) de grande tamanho. O outro, o Homem de Pekin, tem todas as aparências de ter sido outra de tantas fraudes que se cometeram neste assunto. Os supostos “Homo erectus” descobertos mais recentemente em África (Leakey e Walker, 1984) parece que, pelas descrições, seriam neanderthales isto é, sapiens.
Em relação aos tão falados Australopithecus de África (incluindo Lucy) desde já esclareço, leitor, que estes são seres definitivamente macacos, não há discussão a tal respeito: um metro de estatura; capacidade craniana entre 500 e 600 c.c. (como o chimpanzé, por exemplo; a do homem é de cerca de 1.500 c.c.); forma do crânio “caracteristicamente simiesca” (Lord Zuckerman); capacidade para deslocar-se pelos ramos como ou melhor que o orangotango (Charles Oxnard), etc.
Todos esses outros nomes que se lêem ou escutam (Ramapiteco, Dryopiteco, Kenyapiteco, Sivapiteco, etc.) são todos, sem excepção, “macacopitecos”.
O problema está em que o termo “hominídio” designa, precisamente, qualquer macaco que caminhasse mais ou menos como bípede, ou que o seu descobridor sustenta que caminhava, e que tenha dentes mais pequenos que os outros macacos. Isso já é bastante para graduar-se como “hominídio” e para que o seu descobridor (ou inventor) se transforme, da noite para o dia, num Júlio César da antropologia.
Com respeito a estes critérios, tampouco se duvida que sejam demasiado exagerados, já que com apenas um dente, um pedacinho de mandíbula ou um bocado de crânio, um antropólogo pode reclamar o estatuto de “hominídio” para o seu achado.
Em última instância, um “hominídio” é qualquer coisa que um antropólogo batize como tal… Inclusivamente um Homo sapiens, como sucedeu ao Homem de Neanderthal!
Ainda que haja logo retratações ou refutações, o fato é que na história da Antropologia abundam os exemplos de “hominídios” criados desta maneira. Basta recordar, por exemplo, o famoso Homem de Nebrasca, “criado” em 1922 com base num molar, que logo se descobriu pertencer a um pecari.
Nas ilustrações da época apareciam o senhor e a senhora Homem de Nebrasca com os seus dois filhos, varão e nina – decerto a família tipo, digamos; indumentária: tanga, naturalmente; habitação: caverna, claro está; ele de cacete ao ombro, ela amamentando, etc. Tudo isto, repito, com base num molar de pecari, espécie de porco selvagem americano.
A partir de 1960 e durante vinte anos, o antropólogo David Pilbeam sustentou que o Ramapiteco era um “hominídio”, baseado num par de dentes e nuns bocadinhos de mandíbula. Em 1984 mudou de opinião e agora crê que é um macaco qualquer. Mas, entretanto, o seu publicitado Ramapiteco valeu a Pilbeam passar de professor de Antropologia da Universidade de Yale para a de Harvard (nada menos!). Isto, se não demonstra a evolução do Ramapiteco, pelo menos prova a “evolução” de Pilbeam.
Em 1980, famoso o antropólogo americano Noel Boaz chamou clavícula de um “hominídio” ao que logo se viu ser a costela de um golfinho! ( esta do golfinho tá me fazendo chorar de rir...rsrsrs... este bando de ateus são hilários!) Segundo este antropólogo, a forma da clavícula sugeria que o ser em questão era um chimpanzé que caminhava ereto. Como haveria de ser batizado este “hominídio”? “Blooperpithecus”, talvez? (“Blooper” é o termo inglês que designa um engano embaraçoso – N. T.) Em 1984 teve que cancelar-se apressadamente um congresso internacional de antropologia em Espanha, durante o qual ia ser apresentado à sociedade o recentemente achado Homem de Orce (Andaluzia), por se descobrir que o fragmento de crânio encontrado pertencia, na realidade, a um burrico.
Enfim, a lista é longa. E é talvez por isso que Sir Solly Zuckerman, uma das máximas autoridades mundiais em anatomia, no seu livro Beyond the lvory Tower nega o caráter científico de todas estas especulações sobre fósseis, comparando o estudo dos supostos antepassados fósseis do homem com a percepção extra-sensorial(!), no sentido de estarem ambas as atividades fora do registo da verdade objetiva, e onde qualquer coisa é possível para o crente nas ditas atividades.

Moléculas


 Como todo este assunto dos fósseis era tão débil que não resistia, nem resiste, ao menor exame crítico, os crentes na hipótese da origem simiesca do homem decidiram buscar novos horizontes hermenêuticos para poderem demonstrar a hipótese. E assim apareceu o argumento das semelhanças moleculares.
Antes de prosseguir, acho conveniente dar um esclarecimento categórico: todos estes argumentos, baseados em semelhanças, para estabelecer parentescos, são apenas sofismas, pois parecido e parentesco são duas coisas perfeitamente distintas. O fato de que indivíduos aparentados tenham, geralmente, semelhanças, não autoriza, de maneira nenhuma, concluir que indivíduos ( ou espécies) com semelhanças sejam, necessariamente, aparentados.
Sustentar o contrário, isto é, que a semelhança por si mesma constitui uma prova de parentesco, é uma proposição que, estou certo, nenhum biólogo aceitaria defender, já que pelo bem conhecido fenômeno da convergência biológica, estruturas e funções praticamente idênticas podem desenvolver-se em indivíduos ou espécies não relacionados geneticamente. De modo que toda a argumentação baseada em semelhanças, para provar parentescos, carece de fundamento científico.
Mas voltemos ás semelhanças moleculares. Já há vários anos, alguns cientistas, num tom deliciosamente jubiloso, demonstraram que existem algumas moléculas (proteínas e ácidos nucléicos) semelhantes no homem e no chimpanzé. Com o que ficava “demonstrado” que o homem era parente próximo deste antropóide. E o alvoroço foi indescritível. Mas durou pouco. E em breve se transformou numa verdadeira catástrofe, entre outras coisas, porque as árvores genealógicas entre o macaco e o homem propostas pelos biólogos moleculares estavam em franca contradição com as árvores genealógicas propostas, com base nos fósseis, pelos paleontólogos.
Ó céus! Claro, os novos exegetas não imaginavam, sequer remotamente, no que se metiam. Com ingenuidade própria de crianças – ao cabo e ao resto, delas é o Reino – abalançaram-se, exultantes de regozijo, a buscar semelhanças moleculares para demonstrar, desta vez sim, “cientificamente”, como tinha sido o percurso do macaco ao homem.
Quando começaram a compreender, já era tarde. Porque o que encontraram derrubava todas as supostas árvores genealógicas construídas pacientemente pelos antropólogos, durante anos e anos de esforçado e imaginativo labor. Uma verdadeira tragédia evolutiva.
Tantos anos a colecionar um ossinho aqui, outro ali, alguns dentes acolá, para montar a “evidência” da nossa origem; tantos anos a fabricar modelos em plástico (totalmente imaginários) dos nossos “antepassados” (vestuário, corte de cabelo, cor da pele e hábitos laborais e matrimoniais incluídos); tantos anos a manipular dados radiométricos, a fazer desaparecer os fósseis “heréticos”, quer dizer, que “não encaixavam” na hipótese; tantos anos a dizer ao mundo, desde a cátedra eminente ao livro de divulgação, como e quando o macaco se havia transformado em homem e agora … tinha que se mudar tudo! Não há direito!
E não era para menos. Para começar, segundo os antropólogos moleculares (sobretudo Vincent Sarich e Allan Wilson) o macaco e o homem ter-se-iam separado do “antecessor comum” há apenas uns cinco milhões de anos; enquanto os antropólogos fósseis (quer dizer, que se dedicam ao estudo dos restos fósseis, claro) tinham demonstrado à saciedade que a separação teria ocorrido há uns vinte ou trinta milhões de anos (!).
Esclareço o leitor que isto de milhões de anos são apenas especulações baseadas na hipótese darwinista. Não há nenhuma evidência científica séria de que estes milhões de anos tenham realmente existido. Menciono-os, simplesmente, para mostrar as grosseiras incoerências desta hipótese, a partir dos dados dos seus próprios aderentes.
Alguns, sobretudo entre os antropólogos fósseis, exclamaram: heresia! – e começaram a brandir ameaçadoramente os seus ossos. Os moleculares, entrincheirados nas suas provetas, ameaçavam com represálias a cargo de mutantes.
O problema é que, para saber o que é heresia, é imprescindível conhecer primeiro o que é a ortodoxia. O mesmo é dizer que deve, necessariamente, existir uma teoria solidamente estruturada e uma autoridade que a proclame. Mas, se cada antropólogo fabrica a sua própria árvore genealógica, segundo a sua própria imaginação – com base em que dentes vai censurar a imaginação de outro antropólogo? Se qualquer coisa é “ortodoxia”, nada é heresia.
De qualquer modo, os moleculares ganharam a primeira batalha, e a maioria dos antropólogos fósseis terminou aceitando as cifras propostas por Sarich. Como a hipótese darwinista – por não ser científica – é tão plástica que permite “explicar” qualquer coisa, o sangue chegou ao rio.
Mas seja o que for das moléculas, os mais insólitos achados começaram a aparecer.
A hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos do sangue), por exemplo, apresentou, logo após a sua entrada em cena, um enigmático problema. Certo é que está presente no homem e nos macacos, o que provocou um júbilo enorme e grande transe místico (parece que alguns chegaram à “visão unitiva” com Darwin). O problema é que também está presente em todos os vertebrados. Aqui os aplausos começaram a rarear, e até algumas vozes aconselharam prudência.
Mas não faltaram os imprudentes, seja por excesso de fervor e falta de adequada direção espiritual, ou talvez por algum resto de espírito científico que os impeliu a ser coerentes; não faltaram, digo, os que prosseguissem as investigações e descobrissem que a sobredita hemoglobina – exatamente a mesma classe de molécula – aparecia nas minhocas da terra, nas amêijoas, nalguns insetos e, inclusivamente, nalgumas bactérias (!).
Que horror! E não era para menos: a hemoglobina não aparecia de forma gradual e progressiva, aperfeiçoando-se cada vez mais à medida em que ascendia na escala zoológica – como seria de esperar se a hipótese evolucionista tosse certa – mas aparecia já perfeita em algumas bactérias, logo desaparecia e voltava a aparecer nas amêijoas, depois nas minhocas, etc., sem experimentar nenhuma mudança evolutiva.
Não havia, absolutamente, a mais remota possibilidade de encaixar estes achados em nenhuma árvore genealógica que imaginar se possa. Apesar da imaginação ser a faculdade mais desenvolvida dos cientistas evoIucionistas.
Praticamente obtiveram-se os mesmos resultados com base nos estudos realizados com a proteína citocromo C. Não existem diferenças “evolutivas”, isto é, aumento da sua complexidade, entre o citocromo C das bactérias e o do resto dos seres vivos (!).
Mas a coisa não terminou aí. Ocorreu a um investigador fazer o mesmo com outra molécula de proteína humana, fascinante, que se chama lisozima e que está presente nas lágrimas, para defender o olho das infecções. Pobre homem! Creio que sofreu uma grave crise de fé (darwinista), que só pôde superar graças a prolongados jejuns, flagelações e cilícios.
E com justa razão: pois de acordo com os seus brilhantes trabalhos com a lisozima, este cientista (Richard Dickerson) demonstrou que o parente mais próximo do homem é… a galinha!
E, assim, todos os estudos efetuados sobre diversas moléculas (insulina, mioglobina, fator liberador do hormônio uteinizante, relaxina, etc.) produziram árvores genealógicas totalmente diferentes e contraditórias.
Não existem, sequer, dois estudos efetuados com base em moléculas que tenham produzido árvores genealógicas semelhantes!
Isto representa o colapso total da hipótese evolucionista, afirmou valentemente o brilhante biólogo molecular australiano, também evolucionista, esclareço – Michael Denton, em seu assombroso livro Evolution: A Theory In Crisis.
E a catástrofe continua, ampliando-se. Com base nos estudos efetuados sobre a composição química do leite (um líquido tão complexo e fundamental como o sangue), o animal mais próximo do homem é o burro.(isto eu já sabia.... nem é novidade!!!).


Já gosto mais disto, pois vendo o que escrevem muitos investigadores sobre este tema, dá-me a impressão não só que viemos do burro, mas que há pouquíssimo tempo nos separamos dele. Ainda que, pensando melhor, sou injusto com o burro, pois, se pudesse falar, estou certo que não diria disparates deste calibre. Uma coisa é a ignorância, outra a insensatez.
Por outro lado, o nosso parente mais próximo, com base no estudo dos níveis de colesterol, seria uma variedade de cobra (gartner snake) e, com base no antigênio A do sangue, seria … uma variedade de feijão! (butterbean).
Todos estes resultados só confirmam o que expressei mais acima: a semelhança – óssea ou molecular – não prova absolutamente nada relativamente ao parentesco.
Ao cabo e ao resto, todos os seres vivos são constituídos basicamente pelas mesmas – ou semelhantes – moléculas, pela muito simples razão de que os mecanismos vitais assim o exigem; com a óbvia excepção de que não podem ser exatamente as mesmas moléculas as de um peixe, por exemplo – que vive na água – e as de um ser que viva na terra.
Por isso é que o mundo dos seres vivos não tem nada a ver com árvores genealógicas: isto é pura fantasia; o mundo dos seres vivos é um mosaico no qual elementos semelhantes (moléculas, estruturas, funções, etc.) se entremisturam para formar os distintos gêneros ou espécies, sem que tal signifique que derivem uns dos outros. Ao modo de um quadro, no qual o artista não necessita de utilizar uma cor diferente para cada figura, mas, variando as proporções e as formas, pode, com relativamente poucas cores, representar muitas figuras.
Assim, no mundo dos seres vivos, as moléculas (estruturas, funções) dispõem-se num padrão mosaico ou modular e não num padrão arbóreo.
O modelo mosaico limita-se a manifestar que os elementos materiais se repetem em muitos seres vivos, sem intentar estabelecer supostos parentescos despropositados. O modelo genealógico pretende estabelecer parentescos, com base em determinadas semelhanças, e termina, fatalmente, no absurdo. O padrão mosaico é ciência; as árvores genealógicas são fantasias.
Por isso é que na natureza vivem multidões de seres vivos com relativamente poucos elementos materiais. Mas pela proporção e forma em que estão dispostos, originam seres essencialmente distintos, apesar das semelhanças.
Por isso – repito – é que a semelhança não prova parentesco.

Comportamentos


 Mas os autores evolucionistas, que parecem não entender esta coisa simples, insistem nas semelhanças. E lançando-se na sua busca, alguns antropólogos puseram-se a comparar padrões de comportamento (que é, sem dúvida, tão “válido” como comparar ossos ou moléculas).
O assunto tem os seus antecedentes ali pela década de 20, quando um biólogo (Crookshank, por certo darwinista) sugeriu que os negros (não os nossos, mas os de África) descendiam do gorila porque se sentam no solo da mesma maneira que o faz esse antropóide. Que tal o raciocínio, leitor? Os mongóis – e pela mesma razão – descenderiam do orangotango.
Desnecessário é dizer que este argumento já não é aceite pelos antropólogos; entre outras razões, porque os negros e os mongóis têm, agora, cadeiras para se sentarem.
Mas não creia, leitor, que estas especulações pertencem à “pré-história” da antropologia. Na realidade, e digam o que disserem, a época de ouro do darwinismo foram aqueles ditosos anos; não só porque não se tinha a menor idéia da genética, biologia molecular e todos estes malditos progressos científicos que foram, pouco a pouco, afogando o vôo imaginativo dos investigadores darwinistas, mas também porque naquela época os darwinistas eram sinceros e tinham coragem para dizer o que pensavam, gostassem ou não gostassem.
Assim, o biólogo Klaatch dizia que os negros descendiam do gorila, os mongóis do orangotango (coincindindo nisto com Crookshank) e os caucasianos do chimpanzé; como o leitor vê, nada de “antecessor comum”.
Mais ainda, ó formosas épocas em que se exibia – segundo a ordem evolutiva – o crânio dum gorila, logo o do Homem de Neanderthal (que por essa época era considerado pouco mais que um macaco erguido), logo o dum negro, logo o dum irlandês (!) e logo, há que dizer-se … o dum inglês. A evolução chegava, assim, à perfeição…
Parece que todos os seres dos povos submetidos ao domínio colonial britânico eram sub-homens, comentava com a sua habitual ironia o já desaparecido antropólogo americano Loren Eiseley.
David Pilbeam, atual professor da Universidade de Harvard, crê ver na conduta dos chimpanzés suficientes semelhanças com a do homem, como a sugerir que estes primatas são os seres mais estreitamente relacionados conosco. Jeffrey Schwartz, professor da Universidade de Pittsburg, vê essas semelhanças no orangotango.
Isto de encontrar semelhanças na conduta dos símios e dos homens causou profunda indignação entre os primeiros, que se sentem torpemente caluniados por semelhantes comparações. “Nós cumprimos fielmente a lei natural, ao contrário do que fazem os humanos”, dizem os símios, justamente indignados.
Com efeito, acho que se vai realizar um congresso internacional de macacos – sem diferença de sexo, raça ou religião – com o fim de negar explícita e formalmente qualquer parentesco conosco. Muito temo que as conclusões dos antropóides sejam mais sensatas que as dos antropólogos.
Entretanto, uma obscura personagem da cidade de Córdoba, Argentina (se bem que não passe de diletante, e bastante desequilibrado, decerto) crê ver notáveis semelhanças no comportamento de muitos seres humanos com certas espécies de répteis; sobretudo com as serpentes.

A Linguagem

Relacionada com a conduta, há outra linha de investigação que, se bem que não goze de muitos partidários, suscitou há alguns anos grande entusiasmo entre os investigadores deste tema. Refiro-me ao problema da linguagem, essa capacidade maravilhosa, única, exclusiva do ser humano, de expressar o seu pensamento de forma articulada e simbólica, o que marca uma distância abismal entre ele e os animais.
Os pensadores (cientistas e não cientistas) de todas as épocas sensatas entenderam que havia aqui um mistério inabordável, um prodígio sem precedentes, e limitaram-se a aceitar o fato que confirmava, mais uma vez, que o homem é um ser único na natureza.
Mas apareceu a hipótese darwinista, que transformou o mundo científico na cidadela da estupidez e da cegueira (se levarmos a sério o que dizia Bernard Shaw), e logo não faltaram investigadores que, coerentes com a hipótese, disseram: sim, descendemos dos macacos e somos capazes de falar, logo os macacos também devem ter essa capacidade, ao menos em potência. Então, se nos dermos ao trabalho de os ensinar, também serão capazes de falar.
Dito e feito. Realizaram-se experiências: Lana (uma chimpanzé), Washoe (um chimpanzé), Koko (um gorila) e Sara ( chimpanzé ).
A mais famosa foi a realizada pelo casal Lachman com Lana. Durante vários anos, estes investigadores encerraram-se diariamente na jaula com Lana, tratando, com abnegado e fervoroso afinco, de ensinar-Ihe as ”primeiras letras”.
Francamente, desconheço se estes cientistas aprenderam a grunhir corretamente; certo é que, dia a dia, aumentava o seu repertório de grunhidos, mas como poderemos saber se esses grunhidos, segundo os macacos, estão corretos? O que se sabe é que Lana, apesar dos esforços, não logrou articular uma única palavra. Que digo, palavra? Nem sequer alguma forma de comunicação simbólica que fosse além de uma simples resposta condicionada, tais como as que se podem obter de pássaros, ratos ou vermes, como sentenciou categoricamente J. E. Skinner, o “chefe” destes temas.
Agora digo eu, por que estes investigadores, em vez de tratar tão esforçada como esterilmente de ensinar a falar um macaco, não empreenderam a muitíssimo mais fácil e imensamente mais frutífera tarefa de ensinar a falar o único animal que é capaz de fazê-Io? E em vários idiomas! Sim, leitor, por que não escolheram o papagaio? Eis aqui outro rotundo exemplo do padrão mosaico ou modular de que falamos. Um animal que, inclusivamente nas imaginárias árvores genealógicas evolucionistas, não tem nada que ver com o homem, compartilha com ele esta singularíssima capacidade de emitir sons articulados.
Por que não escolheram o papagaio? Muito simples: porque o papagaio, de acordo com a hipótese darwinista, não é, nem remotamente, antepassado do homem. Ainda que alguns humoristas sustentem que, não sendo o papagaio bem antepassado do homem, seria com certeza da mulher. Mas tal afirmação não tem suficiente apoio científico.

Continuam as Semelhanças


Isto demonstra-nos, mais uma vez, que as semelhanças entre o macaco e o homem, nas quais tanto se insiste, são semelhanças selecionadas de acordo com a hipótese evolucionista. As semelhanças que não encaixam na hipótese, silenciam-se.
Deste modo, como acabamos de ver, na capacidade de emitir sons articulados, característica altissimamente peculiar do homem, somos semelhantes ao papagaio. Quanto à forma, tamanho relativo e posição dos órgãos internos (as vísceras), o animal mais parecido com o homem não é certamente o macaco, mas o porco (noutros aspectos também…). De acordo com a estrutura do pé, o animal mais parecido com o homem é o urso polar. De acordo com o tamanho e forma do cérebro (não apenas maior, mas com um grau de cefalização – isto é, franco predomínio do lóbulo frontal, sede das atividades psíquicas superiores – muitíssimo mais avançado que os símios), o animal mais parecido com o homem é o golfinho. Nos nossos hábitos alimentares (omnívoros), somos muito mais semelhantes, novamente, ao porco e à rata (sem suspicácias, por favor) do que aos macacos, a maioria dos quais são frugívoros. E poderia continuar com uma larga lista de etcétera. Tudo isto não faz mais do que corroborar o que venho dizendo: semelhança não prova parentesco.
Mas há ainda mais. Os cientistas que insistem no tema do parentesco entre o macaco e o homem – baseado nas semelhanças, que não provam absolutamente nada, como vimos – equiparam, devido à sua fé darwinista, parente com antepassado. Mas isto, insisto, em razão da fé darwinista, que nos revela que descendemos do macaco.
Mas, inclusivamente aceitando, para os fins do argumento, que somos parentes do macaco, não poderiam os macacos ser nossos descendentes?
Se ao leitor isto soa a disparate, esclareço que compartilho a sua opinião; mas creia que é muito menos disparatado que o contrário. De fato, o feto do macaco e o macaco recém nascido têm muitas mais semelhanças com o feto e o recém nascido humano do que com os macacos adultos. Quer dizer, os traços típicos do macaco vão-se acentuando com o tempo. Desde logo que isto tampouco prova nada; mas, se damos importância ao argumento do parecido, sejamos ao menos coerentes e apliquemo-lo sempre, e não unicamente quando favorece a hipótese que queremos demonstrar.
Não fique o leitor com a menor dúvida de que, se o feto e o recém nascido humano tivessem traços simiescos, tal seria proclamado clamorosamente como demonstração “contundente” da nossa origem a partir do macaco.
Que o macaco seja nosso descendente é, como disse, um disparate; mas muitíssimo menor que sustentar que é nosso antecessor. Pela simples razão que é infinitamente mais lógico e científico fazer descender o inferior do superior do que o inverso.
De fato, houve e há destacados antropólogos e primatólogos (Otto Schindewolf, Van der Horst, Westenhöfer, de Snoo, Wood Jones, Geoffrey Bourne, e vários mais) que sustentam aproximadamente essa posição; isto é, que o “antecessor comum” teria sido um ser muito mais parecido com o homem que com o macaco e que dele teria derivado, mais ou menos horizontalmente, o homem e, por degenerescência, os macacos atuais. Quer dizer que a “evolução” produziria “involução”.
Por certo que estes antropólogos não têm a mais remota idéia a respeito da origem desse suposto “antecessor comum” – quase idêntico ao homem – mas neste sentido, estão em melhor posição os antropólogos darwinistas? Acaso têm eles a mais remota noção donde se originou o macaco ancestral? Absolutamente, não.
Ainda que as especulações abundem, o certo é que ninguém tem a mais pálida idéia donde se originaram os macacos! O que certamente chama a atenção; pois, como pode acontecer que todos os pesquisadores de fósseis que vivem encontrando restos de macacos, supostamente antecessores do homem, nunca encontrem antecessores do macaco?! Originou-se este por geração espontânea? Ou veio de outro planeta? Como pode ser que qualquer resto de macaco encontrado seja antepassado do homem? O macaco não tem antepassados?
Não, leitor. Não tem; o mesmo com o homem. Quando aparecem os macacos, são isso, perfeitos macacos. Quando aparece o homem, é homem como nós. Isto é o que mostra o estudo sério e sem preconceitos dos restos fósseis: aparição súbita e com plena perfeição do homem, do macaco e de todas as espécies animais e vegetais.
Esclareço o leitor que o consenso é unânime neste sentido. Nenhum paleontólogo sério no mundo pode mostrar um só exemplo do “elo perdido” das centenas ou milhares que seriam necessários para dar forma às imaginárias árvores genealógicas evolucionistas. No máximo limitam-se a expressar a sua convicção (darwinista) de que serão encontrados no futuro (o mesmo que Darwin disse há mais de um século). É uma questão de continuar a cavar…

A Seleção Natural


 Analisemos agora algo sumamente importante em relação a este tema: o mecanismo que explicaria a transição do macaco para o homem. Porque se não há um mecanismo que explique mais ou menos racionalmente esta transição, adeus hipótese darwinista (Darwin dixit).
Pois bem, há expressões que adquirem um poder de sugestão tão grande que anulam a razão e possibilitam a captação mística da realidade: os “mantras” dos budistas, por exemplo. A fé darwinista tem, naturalmente, os seus “mantras”, e talvez o mais importante deles seja a famosa e toda-poderosa “Seleção Natural”.
Esta “explica” não só a transição do macaco para o homem (isto é apenas uma ninharia), mas também a origem de todas as espécies animais e vegetais do nosso planeta. Sim, senhor. Mas com uma condição: que ninguém pergunte o que é. Quer dizer, qual é a sua natureza. A Seleção Natural explica tudo, sob condição de que não se pretenda definí-la racionalmente. Em questões de fé, é impossível racionalizar o mistério.
Se o leitor, como recalcitrante homem de pouca fé darwinista, pretende buscar uma definição mais ou menos coerente do que é a Seleção Natural, não vai encontrá-la. O que encontrará a esse respeito são uma vintena de balbuciações incoerentes. Cada cientistas “define- a” como quer. Na realidade, quase nunca a definem; limitam-se, simplesmente, a invocá-la.
Quando tentam dar uma definição, falam –. mais ou menos ex cathedra – de reprodução diferencial, isto é, alguns indivíduos (os mais “aptos”) têm maior descendência, e estes são os favorecidos pela Seleção Natural; enquanto outros (os menos “aptos”) têm menor descendência e são eliminados.
O problema é que – ao não existir um critério de aptidão – o acima expresso converte-se, automaticamente, numa tautologia; quer dizer, um raciocínio circular que não explica nem define nada, e confunde tudo.
Dito de outra forma: os indivíduos mais “aptos” têm maior descendência. E … por que têm maior descendência? Porque são mais “aptos” … A tautologia é óbvia. Tão óbvia que até alguns darwinistas (Waddington, por exemplo) se deram conta dela. Como será!
E a razão pela qual a Seleção Natural darwinista não se pode definir com um mínimo de rigor (nem definir, nem observar, nem determinar a intensidade da sua ação, nem predizer os seus efeitos) é que ela, na realidade, não existe. Trata-se apenas de uma metáfora para dizer que alguns indivíduos vivem mais que outros (olha a novidade!) e, supostamente, têm maior descendência.( kakakakakaka...)
Como? A Seleção Natural é uma metáfora? Mas, quem se atreve a proferir semelhante blasfêmia? Pois, o próprio Darwin, caramba! Em “A Origem das Espécies”, capítulo quarto. E ali mesmo acrescenta o seguinte: “no sentido literal da palavra, a Seleção Natural é uma expressão falsa”.
Como se vê, Darwin não era tão “darwinista” como os seus seguidores. O que se passa é que os darwinistas crêem em Darwin, mas não o lêem. Isto não constitui de nenhuma maneira uma excepção, meu caro leitor. Isto é um costume do ser humano. Quantos marxistas lêem Marx? Quantos liberais Rousseau? Quantos cristãos a Bíblia? São os cientistas antidarwinistas que lêem atentamente Darwin. Os darwinistas simplesmente crêem nele.
Mas ainda que tomando a expressão Seleção Natural em sentido metafórico, como uma “coisa” (que na realidade não existe) que explicaria “a sobrevivência dos mais aptos”, repare, leitor, que o resultado é exatamente o contrário do que supõem os evolucionistas. Porque, a ser assim, a Seleção Natural favoreceria, por exemplo, a sobrevivência dos “melhores” macacos; isto é, faria com que os macacos fossem cada dia mais macacos, mas não menos macacos e mais homens! Isto é um disparate.
O que creio que sucede em relação a este ponto, é que em muitos investigadores subjaz, talvez de forma inconsciente, a íntima convicção – produto de antigas crenças – de que o homem é um ser superior ao macaco; quer dizer, mais “evoluído”, mais “perfeito”. Mas do ponto de vista meramente biológico, isto não é certo. Em nada!
O macaco não é um primata imperfeito, que chegará à perfeição quando “evolua” até homem. De maneira nenhuma; o macaco, enquanto macaco, é perfeito. Todos os seres vivos são perfeitos no seu plano. Mais ainda, do ponto de vista estritamente biológico, e, mais precisamente, do ponto de vista darwinista, o macaco é francamente superior ao homem (as ratazanas ainda muito mais). A demonstração é muito simples, leitor: abandonemos um homem e um macaco no meio da selva e vejamos quem tem maior capacIdade de sobrevivência. A lenda do Tarzan, ainda que divertida, é pura novela. Exatamente igual à hipótese darwinista, de quem é filha.
O homem não pode trepar as árvores como o macaco, não pode defender-se do sol nem do frio sem roupas, nem das inclemências do tempo sem teto; necessita de cozinhar os seus alimentos, etc., etc. Decerto que o homem é infinitamente superior ao macaco pela sua inteligência; mas esta não pertence, em sentido estrito, à biologia. O que pertence a esta ciência é o cérebro, mas não a inteligência, que se exprime através do cérebro, mas não se identifica com ele, como assinalaram já Bergson, W. Penfield, R. Sperry, C. D. Broad e Sir John Eccles, entre outros.
Inclusivamente, isto da inteligência é muito, mas muito relativo, leitor; pois quando ela supera o nível mínimo de astúcia indispensável para agredir impunemente o próximo, transforma-se, decididamente, num fator anti-sobrevivência. Quem sobrevive melhor, um trapaceiro ou um pensador, um prestamista ou um artista, um vigarista ou um trabalhador, especialmente no “primeiro mundo”?
Isto, falando dos humanos. O que seria no mundo animal! Imaginemos por um instante que, graças a algum milagre darwinista, um pobre macaco começasse a desenvolver certas características humanas; que começasse, por exemplo, a emocionar-se perante um pôr-do-sol; a enternecer-se – como Pascal – contemplando as estrelas; a escrever poemas à macaca dona do seu coração (e que certamente lhe teria dado tampa); a interrogar-se sobre a sua origem e o seu destino… O macaco que tivesse a singular desgraça de desenvolver qualquer destas características, seria inexoravelmente aniquilado pela Seleção Natural.
Tem muitas mais probabilidades de sobreviver – de fazer bom dinheiro – um homem fazendo de macaco, que um macaco fazendo de homem … como vemos todos os dias (ora não!) neste grande circo em que estamos imersos.
A Seleção Natural, ainda que usada em sentido metafórico, faria que os seres vivos se mantivessem sempre fiéis ao tipo, eliminando os que se desviassem dele. Este seria o sentido correto da expressão Seleção Natural; expressão que, com certeza, não foi criada por Darwin – como muitos acreditam, e como ele mesmo se encarregou de fazer crer – mas, vinte e quatro anos mais tarde pelo naturalista inglês Edward Blyth, que a usava no sentido que atrás assinalei.
Para o leitor interessado em ver como Darwin ocultou deliberadamente qualquer menção a E. Blyth, depois de se apoderar do seu conceito e de mudar-lhe o sentido, permito-me recomendar-Ihe o excelente livro do já desaparecido e famoso antropólogo americano Loren Eiseley, “Darwin and the Mysterious Mr. X.”
A chamada Seleção Natural é uma metáfora que indica a ação (imprecisa, aleatória, impossível de determinar e quantificar) de um conjunto de fatores na natureza, que faz com que os seres vivos permaneçam sempre fiéis ao tipo: os peixes, peixes; os anfíbios, anfíbios; os répteis, répteis; os macacos, macacos; e os homens, homens. A respeito dos homens, a Seleção Natural parece não estar ultimamente muito ativa…
Apresso-me a esclarecer que este efeito da Seleção Natural (estabilizador ou conservador do tipo) já foi reconhecido ainda que arreganhando os dentes – por vários cientistas darwinistas (Simpson, Maynard Smith, G. Willams, R. Lewotin e R. Leakey, entre outros). Usada em sentido contrário, isto é, como “algo” capaz de transformar uma espécie noutra, é um conceito absolutamente errôneo.
E isto é assim, leitor, porque as características de todo o ser vivo estão rIgorosamente programadas – até ao último detalhe- no código genético; isto é, no conjunto da informação hereditária que se transmite dos progenitores à sua descendência e que faz que cada ser vivo só possa gerar – de forma inexorável –- outro ser vivo da sua mesma espécie, e absolutamente nenhuma outra coisa.
Para que um ser vivo pudesse gerar outro ser vivo essencialmente distinto, teria que mudar totalmente o seu código genético (!). E a Seleção Natural nunca pode fazer isto, pela simples razão que ela “atua” (metaforicamente, entenda-se) sobre o organismo já formado e não sobre os seus genes; ou, como dizem os biólogos, ela atua sobre o fenótipo e não sobre o genótipo.

As Mutacões


Mas – e as mutações? perguntar-me-á algum leitor. Não podem as mutações mudar o código genético?
Ah! As mutações… Este é outro dos sagrados “mantras” do darwinismo (na realidade, do neodarwinismo ). Este “mantra”, junto com a Seleção Natural, explica também a origem de todos os seres vivos; mas sob a mesma condição: a de não ser analisado cientificamente.
Do ponto de vista científico, as mutações são alterações casuais na composição química dos genes, isto é, na complexíssima molécula do DNA – ácido desoxiribonucléico, onde está codificada a informação hereditária.
Ora bem, numa estrutura altamente complexa, uma mudança ao acaso tende inevitavelmente a deteriorá-la. Para a melhorar, teria de ser capaz de aumentar essa ordem. E o acaso – por definição – não pode nem melhorar nem criar ordem. Só uma inteligência pode fazer isso.
Por isso é que 99% das centenas de milhares de mutações estudadas foram danosas, prejudiciais, deteriorantes ou letais. No melhor dos casos, foram neutras, ou porque o gene “alelo”, quer dizer, o que veio do outro progenitor, supre a função do gene deteriorado pela mutação, ou porque a mudança foi insignificante e não afetou a vitalidade do organismo.
As supostas mutações “favoráveis” de que falam alguns cientistas, não são quase nunca verdadeiras mutações; são somente uma manifestação da vitalidade genética que todos os organismos têm, que faz com que, em determinadas circunstâncias, se expressem genes que já estavam presentes – ainda que reprimidos – porque o seu funcionamento não era necessário.
Mas, ainda no caso de que existissem mutações favoráveis, com isso não fazemos absolutamente nada. Pois a hipótese evolucionista necessita, imprescindivelmente, não de mutações favoráveis, mas transmutações (!), quer dizer, mutações criativas, capazes de produzir novidades biológicas (olhos, penas, sangue quente, etc.), que expliquem a aparição das distintas espécies biológicas, desde a ameba ao homem. E isto, sim, e pura fantasia; e fantasia disparatada, irracional e anti-científica.
A impossibilidade de que as mutações (atuando ao acaso) possam produzir sequer um órgão novo, deriva fundamentalmente do seu carácter prejudicial e da sua escassa freqüência. Ademais, para poder transmitir-se à descendência, têm que afetar as células germinativas e ser dominantes, quer dizer, prevalecer sobre o gene alelo, para ter algum efeito. Tudo isto diminui ainda mais a sua freqüência.
Mas há outro problema: para que aparecesse um órgão novo, as mutações “criativas” (que são, como vimos, puramente imaginárias; as que a ciência conhece são todas deteriorantes ou, no máximo, neutras) teriam que encadear-se e integrar-se num mesmo segmento do cromossoma para poderem somar-se e dar origem, assim, a um órgão novo, que não se produziria pela ação de uma mutação, mas de milhares delas.
Para produzir um olho, por exemplo, todas as mutações teriam que afetar o conjunto de genes que regem esta função. Ora bem, isto apresenta uma impossibilidade estatística absoluta, que foi exaustivamente analisada por autores da dimensão de E. Borel, C. Guye, Lecomte du Nouy, G. Salet e outros.
Até aqui desenvolvi o argumento das mutações seguindo o esquema da hipótese evolucionista, para demonstrar que, ainda assim, é totalmente impossível que as mesmas possam criar novidades biológicas e transformar, desse modo, as espécies.
Mas a questão é, ainda, muitíssimo mais grave. E aqui há que abandonar o dogma darwinista e passar à realidade; quer dizer, abandonar o terreno da fantasia e passar ao da ciência.
Porque a pseudo-ciência darwinista não tem lugar, nos seus esquemas, para o conceito de organismo, quer dizer, um conjunto de estruturas integradas que funcionam como um todo. Herdeira, ao cabo e ao resto, do mecanismo cartesiano, a hipótese evolucionista pensa em termos de partes. E assim os darwinistas crêem possível que um organismo se possa ir modificando por partes que, ao somar-se, produziriam a sua transformação noutro organismo. Mas isto é puro desatino. Ignora a grande lei biológica do “tudo ou nada”.
De que serviria a um macaco, por exemplo, desenvolver pernas de homem, sem desenvolver, simultaneamente, pélvis de homem? De que lhe serviria uma pélvis de homem, sem coluna vertebral de homem? Como pode ter mão de homem, com braço, antebraço e ombro de macaco? Como pode ter coluna vertebral de homem, sem crânio de homem e vice-versa?
Todas estas estruturas, ou aparecem simultaneamente e em estado de plena perfeição, ou não servem para nada; pelo contrário, são um estorvo para a sobrevivência. Isto aplica-se, por certo, a todos os organismos vivos.
E para que isto suceda, tem que mudar todo o código genético, de forma simultânea e sem um só erro. Para isso devia ocorrer uma mutação gigantesca, um reordenamento radical de todo o código genético, dirigido e especificado até aos mínimos detalhes, para produzir um ser vivo capaz de funcionar, isto é, de viver. O que constitui um milagre maior do que ressuscitar um morto.
Isto, que já havia sido apresentado na década de 30 pelo insigne biólogo e paleontólogo alemão Otto Schindewolf, teve o seu mais completo expositor em Richard Goldschmidt, um dos três ou quatro geneticistas mais eminentes deste século.
Aí pela década de 40, R. Goldschmidt, fervente evolucionista que foi, depois de haver dedicado praticamente toda a sua vida ao estudo das mutações, apesar de crer na transformação de uma espécie noutra, conclui dizendo que é absolutamente impossível explicá-la mediante o mecanismo das mutações.
Publicou um livro (The Material Basis of Evolution) e um artigo (American Science, 40:97, 1952) de um rigor científico exemplar, onde demonstra de forma convincente o caráter totalmente anti-científico de toda esta palração a respeito das mutações.
Ninguém, absolutamente ninguém, foi capaz de refutar as conclusões de Goldschmidt neste sentido.
A comunidade científica, como geralmente sucede, não fez o menor caso das conclusões deste investigador. Prosseguiram e prosseguem impudentemente, dizendo tolices sobre as mutações, sem se darem sequer ao trabalho de analisar os seus escritos, nem os de muitos outros autores que sustentam o mesmo.

Conclusão

Como vê, leitor, nesta sucinta análise do tema, só tratei de esboçar os problemas que apresenta a transformação de um macaco num homem, do ponto de vista meramente biológico.
Não mencionei – salvo de passagem – o problema capital da inteligência do homem, que marca uma diferença com o macaco que não é de grau, como sustentam os darwinistas, mas de natureza, já que este problema não pode, sequer, apresentar-se neste contexto.
Pretender explicar a inteligência humana a partir de mutações de acaso atuando sobre o cérebro de um macaco é simplesmente, não saber do que se está falando. Ou, pelo contrário, sabê-lo demasiado bem…
Em suma: alguns macacos têm incisivos e caninos parecidos com os nossos; outros caminham de forma aproximadamente ereta. Algumas moléculas dos macacos são similares às nossas (e de que pretendem os evolucionistas que fossem feitas? De plástico, talvez?).
A Seleção Natural, seja o que for que isso seja, significa que sobrevivem os indivíduos mais fiéis ao tipo (o qual conserva a espécie, não a transforma). E as mutações são absolutamente incapazes de explicar, sequer, a aparição de um órgão novo (novidade biológica).
Onde está a suposta evidência científica de que o homem teve origem no macaco? Em nenhuma parte, por certo. É apenas um dogma de fé; de fé darwinista…
E já sabemos que, perante a certeza da fé, nenhum argumento é efetivo.
Artigo publicado na Revista SEMPER da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, número 54, Especial Verão de 2001, Lisboa, Portugal.
Nota da Revista SEMPER
Apresentamos um artigo de Raúl Leguizamón sobre a tão falada como falaz e fascinante hipótese do evolucionismo.
Confiamos que, ao acabar a sua leitura, os nossos leitores apreciem o trabalho fecundo, mas silencioso e humilde, deste estimado argentino de Córdoba. Para a grande maioria dos nossos leitores, talvez o seu nome seja desconhecido. O seu principal atributo, e aí reside grande parte do seu mérito, é o de ser um estudioso consciente e sincero.
Se bem que resuma o conteúdo dos livros já publicados e dos últimos conhecimentos adquiridos, o ensaio abarca praticamente a totalidade do tema: os fósseis, as moléculas, os padrões de comportamento e, sobretudo, o mecanismo que propõe a conjectura darwinista para explicar a transformação das espécies: a seleção natural e as mutações.
O autor refere abundante bibliografia especializada, na sua maior parte impressa em inglês.
Por este motivo, muitos dos dados e argumentos expostos no artigo constituem uma estreia nos países hispano-arnericanos. O tom fluente, irônico e até trocista que adota, recorda-nos o que dizia o Padre Castellani: “Perante a estupidez entronizada, não há melhor arma que a troça”.
Por muito “científicos” que sejam os argumentos evolucionistas e quem os apresenta, realmente não podem ser tomados a sério; fazê-lo, é ir no seu jogo. Por isso, é preciso conseguir que as pessoas se riam de toda esta tontice; e certamente o autor consegue-o, sem por isso rebaixar a qualidade do seu trabalho nem a força da sua argumentação.
Seguindo o conselho de Santo Tomás, de que há que rebater os sofistas com os argumentos dos próprios sofistas, o autor pulveriza a presunção darwinista citando somente autores evolucionistas. Derruba a postura da opinião evolucionista em nome da ciência; daí o atrevido e inclusivamente mal sonante título do artigo, mas que resume de modo claríssimo o seu conteúdo.
Dado que a suposta evidência científica de que o homem se originou do macaco é só um dogma de fé darwinista, trata-se do combate entre a “verdadeira ciência” e a “fé evolucionista”.
Publicado na Revista Criacionista número 66 da Sociedade Criacionista Brasileira
Fonte: Marcel Barboza (www.santotomas.com.br)

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O QUE É O COMUNISMO E O QUE ELE ENSINA

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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 D. Geraldo de Proença Sigaud 

1 Que é o comunismo?
           O comunismo e uma seita internacional, que segue a doutrina de Karl Marx, e trabalha para destruir a sociedade humana baseada na, lei de Deus e no Evangelho, bem como para instau­rar o reino de Satanás neste mundo, implantando um Estado ímpio e revolucionário, e organizando a vida dos homens de sorte que se esqueçam de Deus e da eternidade.

2 Qual é a doutrina que a seita comunista ensina?
            A seita comunista ensina a doutrina do mais completo materialismo.

3 Que ensina o materialismo comunista a, respeito de Deus?
            O materialismo comunista ensina que Deus não existe, e que só existe a matéria.

4 Contenta-se a seita comunista em ensi­nar que não há Deus e que só existe a matéria?
           A seita comunista dá grande importância a um materialismo pratico, em que o homem cogita se Deus existe ou não, mas procede, pensa e organiza sua vida sem se incomodar com Deus nem se lembrar dEle. Assim; aos poucos chega também ao materialismo teórico.
           O comunista verdadeiro é materialista teórico e prático, para poder levar seus prosélitos ao caminho aludido.

5 Que pensa a seita comunista a respeito da alma?
            Para a seita comunista o homem é só matéria, e a alma não existe.

6 Que pensa a seita comunista a respeito da eternidade?
            Para a seita comunista o homem desaparece totalmente após a morte. Não há Céu nem inferno, não há felicidade nem castigo depois desta vida.

7 Que pensa a seita comunista a respeito da natureza humana?
            Para a seita comunista o homem é um simples animal; embora mais evoluído do que o boi e o macaco, não passa de animal.

8 Qual e a primeira conseqüência prática desta doutrina?
            A primeira conseqüência prática deste materialismo é que o homem deve procurar sua felicidade somente nesta terra, e no gozo dos prazeres que a vida terrena oferece.

9 O homem, segundo pendi de Deus e da sua lei?
            Não. Uma vez que só há mataria, o homem não depende de Deus, que não existe; ele é supremo senhor de si mesmo.

II. ATITUDES DO COMUNISMO PERANTE A RELIGIÃO

10 A seita comunista dá importância à Religião?
            Embora negue a existência de Deus, e afirme que a Religião é coisa quimérica, o comu­nismo dá grande importância ao fato de que existe Religião no mundo, porque vê nela o seu maior inimigo. Lenine a chama de “ópio do povo”.

11 Por que a Religião é inimiga do comunismo?
            A verdadeira Religião, que é a Religião Católica, é inimiga mortal do comunismo, porque ensina exatamente o contrario do que ele ensina, e inspira os fieis a preferirem a morte às doutrinas e ao regime comunista.

12 Que faz o comunismo com a Religião?
           Com a Religião Católica a luta do comu­nismo é de morte: só poderia cessar se chegasse a destruir em todo o mundo a Igreja verdadeira (o que e impossível). Quanto às outras religiões, a seita usa de duas táticas: quando sente que uma delas é um empecilho para a sua vitoria, ataca-a; mas se vem a perceber que se pode servir de alguma religião para se propagar, ou mesmo pala matá-la, então a tolera e até favorece na aparência, para a destruir mais radicalmente.

13 Para conquistar o poder, que faz a seita comunista com referência à Igreja Católica?
            Para conquistar o poder, a seita comu­nista procede da seguinte maneira com relação à Igreja Católica:
           a) Procura persuadir os católicos de que não há oposição entre os objetivos da seita e a doutrina da Igreja. Procura até apresentar as idéias comunistas como a realização da doutrina do Evangelho.
           b) Procura criar urna corrente intitulada de “católicos progressistas”, “católicos socialistas” ou “católicos comunistas”, para desorientar e desunir os católicos.
           c) Procura atirar as organizações católicas contra os outros adversários naturais do comunismo, como os proprietários, os militares, as autoridades constituídas, para dividir e destruir os que se opõem a conquista do poder pelo Partido Comunista.
           d) Favorece as modas e costumes imorais para minar a família e portanto a civilização cristã da qual a família é viga mestra.
           e) Mantém nas nações cristãs a sociedade em constante agitação, fomentando antagonismo entre as classes, as regiões do mesmo pais, etc.

14 Depois de conquistado o poder, que faz a seita • comunista com a Igreja Católica?
            Sua tática com a Igreja Católica, depois de conquistado o poder, varia de acordo com as circunstâncias. Mas os passos da luta em geral são os seguintes:
           a) envolver os católicos nos movimentos promovidos pelo Partido Comunista;
           b) afastar os Bispos, Sacerdotes e Religiosos que resistem; se preciso, matá-los;
           c) liquidar os líderes católicos;
           d) separar a Igreja do país, da obediência ao Santo Padre.

15 Pode um católico colaborar com os movimentos comunistas?
            A coisa que os comunistas mais desejam é que os católicos colaborem com eles. Quem começar a colaborar, terminará comunista. “Cola­borou? Morreu!”

16 Se o comunismo ensinasse que Deus existe, e tolerasse a Religião, os católicos poderiam ser comunistas?
            No dia em que o comunismo admitisse que Deus existe, e que ele é Senhor nosso, já não seria propriamente comunismo.

III. PONTOS BÁSICOS DA DIVERGENCIA ENTRE COMUNISMO E CATOLICISMO

17 Então a divergência entre a seita comunista e o Catolicismo se verifica só no campo religioso?
            Não. Além do campo religioso, há mui­tos outros campos em que as divergências entre a seita comunista e o Catolicismo são irredutíveis.

18 Em que outros pontos fundamentais existe esta divergência radical?
            Esta divergência existe em todos os pon­tos. Mas ela é mais fundamental em relação à verdade e a moral, a família, a propriedade e a desigualdade social.

19 Que ensina o comunismo a respeito da verdade?
            Ensina a Igreja que Deus criou o mundo e criou a alma humana, que é inteligente. A alma conhece a verdade das coisas. Ela afirma que urna coisa é idêntica a si mesma, dizendo o que é, é; o que não é, não é.
           O comunismo ensina que não há verdade. Uma coisa pode ser e não ser, ao mesmo tempo. Uma coisa é ela e o contrário dela.

20 Então o comunismo não admite a verdade?
            Não. Para o comunista não interessa que uma afirmação corresponda à realidade ou não.
           Para ele, “verdade” é o que ajuda a fazer a Revolução. A mesma afirmação pode ser hoje e amanhã, sucessivamente, “verdade” e “mentira”, de acordo com a conveniência do Partido. As­sim, houve tempo em que Stalin era um herói para a seita comunista. Hoje é um bandido declarado.
           Não há verdade objetiva.

21 Que outra grande divergência existe entre o comunismo e o Catolicismo?
            O Catolicismo ensina que Deus é absolu­tamente santo. E por isto, as ações humanas que estão de acordo com Deus são boas; e as que vão contra a ordem que Ele estabeleceu são más.
           O comunismo, – que é materialista, ensina que não existe moral. Quando uma ação e útil ao Partido, é boa; quando prejudica o Partido, e má.

22 Dê um exemplo.
            Para o católico as boas relações dos fi­lhos com os pais constituem um bem.
           Para o comunista, essas boas relações podem ser um bem, e podem ser um mal. Se os pais se opõem à Revolução, o filho deve odiá-los, denun­ciá-los, e, se for preciso, depor nos processos contra eles e até matá-los. Se os pais trabalham para a Revolução, o filho deve mostrar-lhes amor e colaborar com eles.

23 Poderia dar outro exemplo?
            Outro exemplo seria o seguinte. Se o Brasil entrar em guerra contra a Rússia, o comu­nismo ensina que os brasileiros deverão trair sua Pátria, trabalhar para que os nossos soldados sejam derrotados e o Brasil dominado pelos soviéticos.
           Mas, se por desgraça o Brasil passar a aliado da Rússia, os brasileiros deverão mudar de orien­tação e lutar pela vitória do Brasil.
           Em resumo: é bom o que ajuda a Revolução, é mau o que a combate ou prejudica.

24 o comunismo ensina a respeitar as famílias?
            Como o homem é um animal, a família vale tanto como um casal de bichos. Por isto o comunismo ensina a dissolver as famílias, a violentar as mulheres dos povos que não são comunistas, e a respeitar as “famílias” dos que o são.

25 Que aconteceria às nossas famílias católicas se o comunismo dominasse o Brasil?
           Os pais que resistissem à profanação do seu lar poderiam ser mortos; as filhas e esposas ficariam expostas à violação; as famílias perderiam suas propriedades e seriam arruinadas e destruídas.

26 O comunismo acha que o Direito é sagrado?
           Como não admite a existência de Deus nem da alma, o comunismo não reconhece a digni­dade do homem e nega que o Direito exista. Somente reconhece a força.

27 Pode dar um exemplo?
            Se eu der um osso a um cão, este não adquire um direito ao osso. Posso lhe tirar o osso sem ferir nenhum direito. A razão é a seguinte: não tendo alma, o cão não é uma pessoa. Não sendo pessoa, não tem direito. Uma vez que para o comunismo o homem não é pessoa, e sim ani­mal, ele não tem direito. O Estado lhe dá o que quiser, e quando quiser lhe tira. O homem é menos que um escravo; é uma rês.

28 Qual é a definição do homem?
            Para o católico: o homem é um animal racional, dotado de personalidade e de direitos.
           Para o comunista: o homem é um animal trabalhador.

IV. A ESSÊNCIA DO HOMEM É SER TRABALHADOR

29 Qual é o papel do trabalho na vida?

            Para o católico; o trabalho é meio de conseguir certos recursos que possibilitam ao ho­mem gozar dos bens que Deus criou para ele. O trabalho existe para o homem.
           Segundo o comunismo, o homem existe para o trabalho. O trabalho é o fim da vida.

30 Se o homem é um animal trabalhador, deve ele trabalhar sempre?
            Para a seita comunista quem não trabalha não é homem. Quanto mais o homem trabalha; mais homem é. Assim, ele pode mudar a sua própria natureza, vivendo somente para o trabalho.

31 Então o homem não tem uma natu­reza estável, que Deus lhe deu?
            Segundo a doutrina católica, tem. Deus constituiu a natureza humana imutável. Para o comunista, uma lei universal levou a matéria até a forma humana. Esta forma está em evolução. É o homem que dá a si mesmo a sua natureza, mediante o trabalho. O homem é o criador de si próprio.

32 Quem deve, então, ser adorado?
            Para o católico, Deus deve ser adorado, porque é o Criador do céu e da terra.
           O comunista recusa adoração a Deus. Em vez de adorar ao Criador, ele adora o Estado co­munista e totalitário.

V. A REVOLUÇÃO E A CRISTANDADE

33 Qual é para o comunismo o critério supremo da verdade, da moral e do direito?
            O critério supremo da verdade, da moral e do direito é para o comunismo a ação revolucionária.
           Assim como para o católico o fim supremo é a vida eterna, para o comunista o fim supremo da vida é a Revolução.

34 Que e a Revolução?
            Revolução, com maiúscula, é a rejeição de Deus, de Cristo, da Igreja, e de tudo o que deles provém, é a organização da vida humana somente segundo a razão humana e as paixões humanas. Seu ideal é a Cidade do homem sem Deus, oposta à Cristandade e à ordem natural, que é a Cidade de Deus.

35 Que é a Cristandade?
            Cristandade é a sociedade temporal organizada segundo Deus, isto é, de acordo com o direito natural e a palavra de Deus, revelada por Jesus Cristo, transmitida, interpretada e aplicada à vida pela Igreja Católica.

36 Quais são os fundamentos da Cristandade?
            Os fundamentos da Cristandade são dois: o direito natural e a Revelação, trazida por Jesus Cristo e transmitida pela Igreja Católica.

VI. VIRTUDES QUE FUNDAMENTAM A CRISTANDADE E PAIXÕES QUE MOVEM A REVOLUÇÃO

37 Sobre que virtudes se baseia a Cris­tandade?
            A Cristandade se baseia principalmente sobre as seguintes virtudes: a fé, a castidade e a humildade.

38 Que paixões desordenadas são a mola da Revolução?
           O orgulho, que rejeita a fé; a sensualidade que rejeita a castidade; a soberba, que rejeita a humildade, são as molas principais da Revolução.

39 Quais são as conseqüências destas paixões?
            Do orgulho, que rejeita a fé, nasce a negação da vida eterna como fim da existência terrena, bem como a negação de Deus, e de Cristo como Senhor do homem.
           Da sensualidade, que rejeita a castidade, nas­ce o desejo de gozar esta vida de todas as formas, e em conseqüência ela conduz ao desprezo e a dissolução da família.
           E da soberba, que rejeita a humildade, nasce a revolta  contra a autoridade divina e humana, e contra todas as limitações que o homem pode sofrer. De modo especial ela conduz ao igualitarismo, isto é, ao ideal comunista de uma sociedade sem classes.

40 Que se entende ai por classe social?
           Classe social e um conjunto de pessoas — e suas respectivas famílias — cujas funções na sociedade são diversas, porém iguais em dignidade. Exemplo: advogados,  médicos, engenheiros, fazen­deiros, oficiais das Forças Armadas, apesar da diversidade de suas funções, constituem com suas famílias uma mesma classe social. — Todas as classes sociais são dignas, mas não iguais em dignidade. Por exemplo: o trabalho manual é digno e foi até exercido pelo Verbo Encarnado; todavia, a dignidade do trabalho intelectual é intrinsecamente maior: o espírito é mais do que a matéria.

41 A que titulo a família faz parte da classe social?
            De acordo com a lei natural e a doutrina da Igreja, a família participa de algum modo, não só do patrimônio, como da dignidade, honra e consideração de seu chefe, com o qual forma um só todo e a cuja classe social pertence. Sendo inerente à família a transmissão aos filhos, não só do patrimônio dos pais, como também, de certo modo, da honra e consideração que se prende ao nome paterno, a presença da família na classe so­cial dá a esta um certo caráter de continuidade hereditária.

42 Então uma pessoa não pode passar pare uma classe a que não pertence a sua família?
           Pode. Não se deve confundir classe so­cial com casta. No regime pagão das castas existe entre estas uma barreira intransponível. Cada pes­soa pertence necessariamente, por toda a vida, à casta em que nasceu. Isto, quaisquer que sejam suas ações, boas ou más. Na civilização cristã, não há castas impermeáveis, mas classes sociais permeáveis. Ou seja, a pessoa pertence à classe em  que nasceu, mas pode elevar-se a outra se tiver um mérito saliente. Bem como pode decair, em razão de seu mau procedimento. Assim, o princípio da hereditariedade se harmoniza com o postulado da justiça.
           O comunismo, ao invés, quer uma sociedade sem classes, em que todos sejam iguais, no que contraria o princípio natural da hereditariedade e as exigências da justiça.

VII. O PROLETÁRIO É O ÚNICO HOMEM IDEAL, SEGUNDO O COMUNISMO

43 Se não há Direito, como pode, segun­do os comunistas, existir a sociedade?
            A sociedade, segundo os comunistas, exis­tirá sem Direito: existirá pela força.

44 Em mãos de quem ficará a força na sociedade?
            Aqueles que representam o homem mais perfeito hão de ter em suas mãos a força na sociedade.

45 Quem representa o homem mais per­feito, de acordo com o comunismo?
           Segundo o comunismo, os proletários não tem nenhuma raiz que os prenda ao passado ou a sociedade presente, e portanto são os homens mais livres de limitações; são eles que, unidos, constituem a maior força revolucionaria. Para a seita comunista o proletário é, pois, o homem mais perfeito. De fato, em sua mentalidade não existem os “entraves” e as “degenerescências” que ligam as outras classes à ordem social vigente.
           Por isso mesmo, a seita o considera como o instru­mento ideal da Revolução.

46 Que devem fazer os proletários, de acordo com o comunismo?
            De acordo com o comunismo, os proletários devem mover guerra às outras classes, e im­plantar a ditadura do proletariado, que pela violência extermine a Igreja, o Clero, os nobres, os ricos, os proprietários, os que se realçam pela inteligência, todos os homens independentes, e assim destrua tudo o que se opõe á Revolução.

VIII. A LUTA DE CLASSES

47 Como se chama esta oposição entre os proletários e os demais cidadãos?
            Esta oposição se chama luta de classes.

48 Esta luta durará muito?
            Para os comunistas, esta luta não termi­nará senão quando no mundo inteiro só houver a classe dos proletários, isto é, dos trabalhadores que não têm nada de próprio.

IX. A PROPRIEDADE, A VIDA HUMANA E A ESCRAVIDÃO DO OPERARIADO

49 O indivíduo, no regime comunista, não pode possuir nada?
            No regime comunista o indivíduo não é dono de nada. Tudo é do Estado.

50 O comunismo não admite por vezes o direito de propriedade?
            Quando está no poder, o comunismo às vezes concede o uso de algum imóvel a um ou outro trabalhador. Mas não reconhece o direito de propriedade, pois pode tomar tudo a todos, quando quiser. O homem, no regime comunista, não tem sequer direito ao fruto do seu trabalho.

51 No regime comunista ninguém é, en­tão, dono de nada?
            No regime comunista ninguém é dono de nada: nem do dinheiro, nem da fábrica, nem do campo, nem da casa, nem da profissão, nem de si mesmo. Tudo é do Estado, tudo depende do Estado.

52 Então o regime comunista é de escravidão?
           O regime comunista estabelece a mais completa escravidão, pois não reconhece ao ho­mem nenhum direito.

53 O comunismo respeita a vida humana?
            Não. Uma vez que o homem não passa de animal, o comunismo trata a vida humana como nós tratamos a dos bois. Se fôr preciso, mata-se. Assim, para dominar a Rússia foi preciso assassi­nar cerca de 20 milhões de russos, ou fuzilando-os, ou deixando-os morrer de fome. Nos campos de concentração da União Soviética, ao tempo de Stalin, calcula-se que havia 16 milhões de homens e mulheres de todas as categorias, padres, intelectuais, operários, que trabalhavam como escravos e acabaram morrendo de miséria. Para conquistar o poder, os comunistas chineses assassi­naram vários milhões de pessoas. Para dominar os católicos da Espanha, as milícias bolchevistas mataram onze Bispos e 16.852 Sacerdotes e Religiosos, bem como muitos milhares de pais  de família.

54 No regime comunista, o operário pode se queixar, fazer greve, trocar de serviço?
            Não. O Partido marca onde o operário deve trabalhar. Neste trabalho ele deve produ­zir o máximo. Não pode reclamar, e nem é bom pensar em greve, porque quem pensar vai para o degredo na Sibéria, para um campo de concentra­ção ou para a forca. No regime comunista o operário não tem direito algum.

55 Os comunistas mantêm sempre os operários na miséria?
            Até hoje a situação material dos operários em todos os países comunistas é em geral miserável. Todavia, a Rússia promete que no ano 2000 os trabalhadores russos terão a mesma situa­ção que têm atualmente os seus colegas ocidentais. O comunismo não se interessa pelo bem-estar dos operários senão enquanto ele é útil para a Revolução, por isso, se os operários, obtido o bem-estar, começam a desobedecer, volta de novo a miséria. O comunismo trata os trabalhadores como reses, ou como escravos. O senhor de es­cravos dava-lhes comida porque lhe interessava que eles fossem fortes e sadios, para poderem trabalhar. Mas, se em dado momento parecer ne­cessário às autoridades comunistas reduzir gravemente o padrão de vida da classe trabalhadora, em favor do desenvolvimento das industrias do Estado ou do seu poderio militar, fá-lo-ão sem hesitação, pois para elas o operário é escravo e o escravo não tem direito.

56 Nos países não comunistas, o comu­nismo quer melhorar a situação dos operários?
            Não. Nos países não comunistas o comunismo quer que os operários fiquem tão miseráveis, que cheguem ao desespero, e assim provoquem greves e desordens, as quais os comunistas apro­veitarão para derrubar o governo legítimo e im­plantar a sua ditadura.

57 Nos países dominados pelos comunis­tas não há diferenças de riqueza e de classe social?
            O comunismo promete abolir as diferenças de riqueza e de classe. Mas isto é contra a natu­reza humana. Destruindo a moral e o direito, o comunismo favorece um grupo de dirigentes e de membros do Partido, que dispõem de grandes ri­quezas e vivem com fartura e luxo em casas sun­tuosas, enquanto o operário em geral passa privações, e obrigado a trabalhar onde o Partido manda, tem para morar somente um quarto, onde se amon­toam os pais, os filhos e todos os membros da família, sem cozinha, nem banheiro próprios. A diferença entre os que mandam e os outros é mui­to maior que entre os capitalistas e os operários.

X. O PAPEL DE SATANÁS

58 Quem inventou este regime?
           Quem inventou este regime foi Satanás, que sabe que o melhor meio de levar os homens à perdição eterna e fazê-los rebelarem-se contra a ordem constituída por Deus.

59 Como que Satanás consegue adeptos para este regime?
            Prometendo aos homens o paraíso na terra se eles renunciarem a Deus e ao Céu, Satanás con­segue enganá-los como o fez a nossos primeiros pais, e o resultado é o inferno na terra e na eter­nidade.

XI. A VIOLÊNCIA E A LIBERDADE

60 Como se implanta o regime comunista?
            O regime comunista é implantado, em ge­ral, pela violência. Os comunistas procuram che­gar ao poder de qualquer modo: por eleições, por pressão de tropas estrangeiras, por golpes arma­dos. Uma vez no poder, destroem toda oposição, e implantam a ditadura, em nome do proletariado.
           
61 Então são os operários que passam a mandar?
            Não. Os operários não mandam. Eles passam a situação de escravos, trabalham onde o governo os manda trabalhar, não podem se afastar dali; recebem o salário que o governo quer e, se reclamam, podem até ser fuzilados.

62 O comunismo admite direito, à greve?
           Nos países que quer dominar, o comunis­mo exige que a lei estabeleça o direito de greve; e organiza paredes para desmantelar a economia nacional. Mas, uma vez dominado o país, não to­lera a greve em nenhuma hipótese, e sujeita o operário à mais tirânica escravidão

63 É somente pela violência que o comunismo é implantado?
           Em geral o comunismo é implantado pela violência; mas ele é preparado por muitas atitudes dos cristãos.

XII. O MATERIALISMO DO OCIDENTE PREPARA O CAMINHO DO COMUNISMO

64 Que atitudes dos cristãos preparam a vitória do comunismo?
           Como o comunismo nasce do materialismo, da sensualidade e do orgulho, o materialismo prático dos cristãos que vivem como se não houvesse a eternidade cria o caldo de cultura em que o bacilo comunista prolifera.

65 Dê alguns exemplos destes materialistas práticos.
            Posso dar os seguintes exemplos: quem só se preocupa com ganhar dinheiro; quem pro­cura gozar dos prazeres da vida, embora lícitos, sem se interessar pela prática da oração e da peni­tência; quem se entrega ao jogo; quem freqüenta lugares suspeitos; quem se veste com sensualidade, sem modéstia; quem dança as danças modernas; quem lê revistas obscenas ou sensuais; os freqüen­tadores do cinema e da televisão imorais; quem se desinteressa pela graça santificante, pecando como se não houvesse pecado.

XIII. A IGREJA E OS OPERARIOS

66 Que tem feito a Igreja pelos pobres e operários?
            A Igreja, ao longo da Historia, aboliu a escravatura, defendeu os fracos e pobres, ensinou os ricos e poderosos a amparar os humildes, difun­diu a justiça e a caridade. Organizou os trabalha­dores em grandes sociedades chamadas corporações, que cuidavam de sua formação técnica, de sua prosperidade material, do bem espiritual deles e de sua família, lhes davam assistência na doença e cuidavam dos seus filhos em caso de morte. Estas associações sofreram um golpe de morte com a Revolução Francesa, mas duraram em muitos países até as agitações do ano de 1848; na Alemanha elas ainda existem.

67 Depois de 1848 a Igreja não fez mais fada pelos operários?
            O individualismo introduzido pela Revolução Francesa destruiu as corporações católicas e deixou os operários entregues à própria sorte. Então a Igreja empreendeu um grande trabalho em favor deles, simultaneamente em três pontos.

68 Qual foi a primeira frente que a Igreja atacou?
            A Igreja Católica procurou, de início, principalmente minorar a miséria das pessoas. Para este fim multiplicou as Santas Casas, os orfanatos, asilos para velhos, Oratórios festivos, creches, e obras de assistência social. Assim é que, para dar um exemplo, no Estado de São Paulo, atualmente, de cada cem instituições de caridade ou de assistência, oitenta são mantidas pela Igreja Católica. Os comunistas não mantêm nenhuma. As vinte restantes pertencem a outras igrejas, às organizações leigas e ao Poder público. Nos outros Estados do Brasil, a proporção de obras mantidas pela Igreja é ainda maior. E note-se que as instituições de caridade e assistência mantidas e dirigidas pela Igreja funcionam admiravelmente. Basta ver um hospital dirigido por Religiosas.

69 Qual foi a segunda frente que a Igreja atacou?
            Enquanto fundava e organizava instituições de caridade e de assistência, a Igreja lutava para corrigir os defeitos da sociedade que geravam tanta miséria. Desde o Papa Pio IX, e principalmente no pontificado de Leão XIII, Ela insistiu com os ricos, os patrões, o Estado e os trabalhadores para que se lembrassem da ordem social que Deus quer e Jesus Cristo fundou, e se aplicassem a melhorar as condições de vida do operário. Os Papas ensinaram que o trabalho não é mercadoria, e que o homem que trabalha tem direito a um salário nas seguintes condições: a) que lhe permita viver com dignidade; b) que dê para criar e educar os filhos; c) que possibilite ao trabalhador diligente e econômico formar um pecúlio que melhore a sua situação e lhe garanta o futuro.

70 Os ensinamentos dos Papas tiveram resultado?
           Os ensinamentos dos Papas já modificaram completamente, em muitos países, a mentalidade dos patrões e dos operários, e melhoraram felizmente as condições destes últimos. Mas a Igreja continua a insistir, e o atual Pontífice, Sua Santidade o Papa João XXIII, publicou há pouco a Encíclica “Mater et Magistra”, em que ensina mais uma vez como os patrões devem tratar os trabalhadores, para que haja justiça, caridade e paz.

71 Qual foi a terceira frente em que a Igreja empreendeu o grande trabalho em favor dos operários?
           A Igreja, enquanto atendia as misérias mais gritantes e imediatas, e ensinava aos patrões e operários como devia ser as suas relações de acordo com a justiça e a caridade, promovia a organização destes e daqueles em associações, que se chamam corporações, círculos operários, etc. Estas organizações formam nos vários países grandes confederações, como na França a Confederação dos Trabalhadores Cristãos, na Itália a Asso­ciação Católica dos Trabalhadores Italianos, no Brasil a Confederação dos Círculos Operários, etc.

72 Em que mais os Papas insistiram?
            Os Papas insistiram em que os operários se unam, para juntos defenderem os seus direitos, respeitando, porém, os direitos dos patrões. Os Papas aconselham a estes que, na medida do possível, melhorem o salário e as condições dos trabalhadores, dando-lhes mais do que o estritamente justo.

73 Quais os Papas que mais se salientaram , na ação em favor dos  direitos do operário, e da justiça e harmonia entre as classes sociais?
            Todos os Papas se têm desvelado pela melhora da dura situação que começou para os operários com a Revolução Francesa. De um modo especial devem-se mencionar os seguintes Pontífi­ces: Leão XIII, autor da Encíclica “Rerum Novarum”; Pio XI, autor da Encíclica “Quadragesimo Anno”; João XXIII, autor da Encíclica “Mater et Magistra”.

74 Que Papas se salientaram na luta contra o comunismo?
            Todos os Papas, de Pio IX a João XXIII, tem condenado o comunismo. A Encíclica “Divini Redemptoris” de Pio XI trata especialmente do assunto, com grande, clareza e vigor. Durante o pontificado de Pio XII, a Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício fulminou com a pena de excomunhão quem pertence ao Partido Comu­nista ou colabora com ele.

75 Quais as conseqüências práticas desta excomunhão?
            Os membros do Partido Comunista e os que com ele colaboram não podem receber os Sacramentos nem ser padrinhos de batismo, confir­mação e casamento, ficam privados de enterro reli­gioso e sepultura eclesiástica, e não se pode cele­brar em público: missa em sufrágio de suas almas.

76 Os comunistas têm direito de divulgar suas doutrinas, de viva voz, ou pela imprensa, rádio e outros meios de propaganda?
           Não. Segundo a doutrina católica o erro não tem direito de ser difundido. Cumpre ao Poder Público proibir-lhe a propaganda.

XIV. O SOCIALISMO

77 Haverá outro meio de preparar os homens para o comunismo?
            Outro meio de preparar os homens para o comunismo é o socialismo.

78 Que vem a ser o socialismo?
            O socialismo é o sistema que professa que todos os meios de produção, de transporte, o ensino, a assistência, toda a propriedade, devem per­tencer ao Estado.

79 Para o socialismo, qual é o papel do individuo?
            Para o socialismo o individuo é meio e não fim da sociedade. Por isto o Estado deve se ocupar de tudo, e cuidar do indivíduo em todos os setores, deixando a este somente aquilo que o Estado mesmo não pode fazer.

80 Neste caso, o socialismo é o mesmo que o comunismo?
            Não. O fim de um e outro é o mes­mo o estabelecimento de uma sociedade sem classes, a abolição da propriedade privada e da inicia­tiva privada, e a entrega ao Estado de todos os meios de produção. A diferença está em que o socialismo procura alcançar estes objetivos com meios brandos, usando da propaganda doutrinária e  das eleições, enquanto que o comunismo prefere recorrer à violência. Os meios são diferentes, mas o fim é o mesmo. O socialismo é como uma rampa pela qual o mundo desliza suavemente da ordem natural e divina para o comunismo.

81 Há formas moderadas de socialismo?
            Há formas moderadas de socialismo. Tais formas existem sempre que se exagera, em medida maior ou menor, a ação do Estado, em detri­mento da iniciativa individual ou da propriedade privada.

82 Pode o católico ser socialista?
            O católico não pode ser socialista, porque o socialismo contradiz a doutrina da Igreja, que estabelece o seguinte princípio: o Estado existe para realizar as tarefas de bem comum de que nem os indivíduos, nem as famílias, nem as socie­dades intermediárias são capazes por si mesmos. Este princípio defendido pela  Santa Igreja, e de modo especial pelo Santo Padre João XXIII na Encíclica “Mater et Magistra”, chama-se o “prin­cípio da subsidiariedade”.

83 Que dizem os Papas sobre o socialismo moderado?
           Os Papas dizem que,  consistindo o socialismo, ainda que moderado, no exagero da ação estatal, é sempre condenado, porque incompatível com a justiça e a ordem natural estabelecida por Deus.
           Por isto disse Pio XI que o socialismo — mesmo quando moderado — “não pode conci­liar-se com a doutrina católica” (Encíclica “Qua­dragesimo Anno”).

84 Que dizer então do chamado “socia­lismo cristão” ou “católico”?
            O chamado “socialismo cristão” ou “socialismo católico” e uma aberração tão grande como se alguém falasse de um protestantismo católico ou de um círculo quadrado.

XV. A CONQUISTA DO POVO — AS ELITES E A MASSA

85 Qual a técnica que o comunismo usa para conquistar as elites?
            A técnica usada pelo comunismo para conquistar as elites consiste em promover o convívio e a colaboração delas com núcleos da seita. Os comunistas aos poucos as vão levando a pen­sar à maneira materialista. Levam-nas primeiro a agir como materialistas, para terminarem pensando como materialistas.
           Os comunistas usam também um processo de mudança da maneira de pensar, em geral sem dis­cutir, que denominam de “lavagem cerebral”.

86 Que meios usa o comunismo para conquistar as massas?
            Os grandes meios utilizados pelos comu­nistas para conquistar as massas são a revolta e as promessas. Pela revolta, o comunismo açula a classe operária contra os ricos. Pelas promessas desperta nos corações a inveja e a cobiça. Para conquistar as inteligências do povo usa da propa­ganda, menos para convencer do que para saturar os cérebros com as idéias que convêm ao Partido, e tirar as que lhe são contrárias. Ao Partido não interessa se a propaganda diz verdades ou menti­ras: o que interessa é martelar até que a idéia pegue.

XVI. OS PONTOS MAIS VISADOS; A REFORMA AGRÁRIA

87 Quais são os pontos mais visados pela seita comunista em sua campanha para domi­nar um país?
            Os pontos mais visados pela campanha comunista no primeiro período, que e o da des­truição da sociedade católica, são os seguintes: direito de propriedade, forças armadas, pátria, fa­mília, e sobretudo a Religião. Para quebrar todas as resistências, procura-se encher o povo de ódio contra tudo isto.

88 Que reformas o comunismo apregoa, para dominar um país?
            Para dominar um país o comunismo apre­goa a necessidade de várias reformas. A primeira é a reforma agrária, depois vem a reforma ur­bana, a comercial e a industrial, todas elas de caráter mais ou menos acentuadamente expropria­tório e socialista.

89 Em que consiste a reforma agrária que os comunistas querem?
            Os comunistas, tomando por pretexto a situação não raras vezes lamentável do trabalha­dor rural, e a conveniência de favorecer-lhe o aces­so à condição de proprietário, promovem o con­fisco das propriedades rurais grandes e médias. Desde que haja só propriedades pequenas, caem todas sob o controle absoluto do Estado.

90 De que maneira uma tal reforma agrária prepara a Revolução desejada pelo comunismo?
            De tal reforma agrária o comunismo tira diversas vantagens:
           a) ela destrói as elites rurais, coluna indispensável da ordem social;
           b) cria uma grande desordem no campo, com lutas, violências, homicídios;
           c) daí nasce uma grande penúria e grande fome no campo e na cidade;
           d) assim se enfraquece a nação e se leva o povo ao desespero. Com isto as resistências anticomunistas ficam prejudicadas, e o Partido pode dar o golpe da Revolução.

91 A Igreja concorda com uma reforma agrária que viole o direito de propriedade?
            A Igreja condena toda reforma agrária que não respeite como sagrado o direito da pro­priedade, seja do grande fazendeiro, como do pe­queno sitiante. Em ambos os casos este direito é sagrado.

92 Que reforma agraria a Igreja abençoa?
            A Igreja abençoa uma reforma agrária que atenda aos seguintes pontos fundamentais:
           a) respeito pela legítima propriedade, qual­quer que seja o seu tamanho;
           b) fornecimento por parte do Estado, de assistência técnica, social e financeira ao lavrador;
           c) colonização da imensa reserva de terras inaproveitadas da União, Estados e Municípios;
           d) concessão de crédito aos grandes proprietários que queiram dividir e colonizar suas terras;
           e) concessão de crédito a juros baixos e prazo longo, para os agricultores que queiram adquirir terras, montar suas fazendas ou sítios;
           f) assistência religiosa e educacional aos homens do campo;
           g) facilitar a formação de cooperativas agrícolas, livres, de iniciativa particular;
           h) facilitar o armazenamento e transporte dos produtos da agricultura.

93 A Igreja proíbe a expropriação de uma gleba para fins sociais?
            A Igreja admite a expropriação de uma gleba para fins sociais, mas com grandes cautelas:
           a) é preciso que se trate de alcançar um bem comum proporcionadamente grande, ou de afastar um mal proporcionadamente grande;
           b) é preciso que não haja outra solução que não seja dispor da gleba;
           c) é necessário que se tenha antes tentado, sem êxito, a aquisição amigável do imóvel;
           d) é necessário que o dono receba, no ato da desapropriação, e em dinheiro, o preço justo, correspondente ao valor real e atual do imóvel, seja esse valor grande ou pequeno.

94 Há casos especiais de desapropriação?
            Sim. Por exemplo, se a finalidade da obra a ser executada em determinada gleba o exi­gir, o Estado poderá desapropriar, além desta, as glebas vizinhas, a fim de que a obra aproveite ao maior número de pessoas.

XVII. O IDEAL DO COMUNISMO: A SOCIEDADE SEM CLASSES; O IGUALITARISMO

95 Qual o ideal remoto da sociedade comunista?
            A sociedade comunista ideal, diz a seita, será, depois dos horrores da ditadura do proleta­riado, uma sociedade sem classes nem proprietá­rios, onde todos serão iguais, todos trabalharão, cada qual segundo as suas forças, e cada um rece­berá da sociedade tudo o de que precisar. Será este o paraíso na terra.

96 Este ideal corresponde de Deus?
            Este ideal á oposto à vontade aos planos de Deus em pontos essenciais:
           a) Deus não quer que este mundo seja um paraíso, e sim um lugar em que ao lado de puras alegrias nós encontremos grandes sofrimentos, e assim, carregando a nossa cruz, nos santifiquemos. Nosso paraíso nos espera na outra vida.
           b) Deus quer que cada indivíduo procure o seu bem-estar por seu esforço pessoal, amparado pelo Estado, mas não substituído por ele.
           c) Deus quer que entre os homens haja de­sigualdades, as famílias formem classes distintas, umas mais altas que as outras, sem hostilidade re­cíproca, com caridade, e sem exagerada diferença: não deve haver alguns miseráveis, e outros exces­sivamente ricos.

97 Deus quer então que haja pobres e ricos, nobres e plebeus?
            Está de acordo com os planos de Deus que existam pobres e ricos, gente humilde e gente importante, mas baseada toda esta hierarquia na justiça e na caridade.

98 Qual a ultima causa da desigualdade entre os homens?
            A última causa da desigualdade entre os homens é a sua liberdade.
           Dada a natural desigualdade de talentos e virtudes entre os homens, estes só podem ser mantidos num mesmo nível econômico diante uma ditadura de ferro, que suprima toda liberdade e toda iniciativa.

99 Como se chama a tendência que leva o homem a odiar as diferenças sociais, a querer uma sociedade sem classes?
            A tendência que leva a querer que todos sejam iguais e a odiar as diferenças de classe cha­ma-se: igualitarismo.

100 Quais são os vícios que alimentam o igualitarismo?
            Os vícios que alimentam o igualitarismo são:
           a) a inveja, que não tolera que o próximo seja melhor, ou mais sábio, ou mais rico;
           b) o orgulho, que não tolera ninguém aci­ma de nós;
           c) a soberba, que não se conforma com os planos de Deus.

101 Que manda a justiça social?
            A justiça social manda que o Estado providencie que cada família possa conseguir por seu trabalho o necessário para seu sustento, educação de seus filhos e formação de uma reserva para o futuro, de modo que haja o menor número possí­vel de miseráveis, e os ricos não sejam demasia­damente ricos. Assim a sociedade será como uma pirâmide: com pessoas que vivem só de seu tra­balho, pequenos proprietários, pessoas remediadas, ricos, e alguns muito ricos.

102 A justiça social manda que todos sejam iguais em fortuna e posição social?
            Não. Que todos os indivíduos e famílias fossem iguais seria uma injustiça social, porque im­portaria na destruição da liberdade, da iniciativa privada e do direito dos filhos a herdar dos pais.
           A boa sociedade católica e humana é desigual, hierarquizada.

Fonte:  www.santotomas.com.br