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Da soberba à inveja.

quinta-feira, 17 de março de 2011

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A causa primeira de todos os nossos males espirituais, é a soberba. Por esse vício atribuímos a nós mesmos, ao nosso próprio ser, a causa do bem existente em nós. Pela soberba deixamos de reconhecer a Deus como fonte de todo o bem. Ao fazer isso, o homem deixa de amar o Bem em si mesmo, para amar o bem enquanto existe nele próprio, porque existe nele. Dessa forma, o homem rompe a sua união com a fonte do bem. Condenando a maldade do orgulho, exclama o mestre:


'Ó peste de orgulho, que fazes tu aí? Por que persuadir o riacho a se separar de sua fonte? Por que persuadir o raio de luz a romper sua ligação com o Sol? Por que, senão para que o riacho, cessando de ser alimentado pela fonte, seque, e que o raio de luz, cortada sua união com o Sol, se converta em treva? Por que, senão para que assim ambos, no mesmo instante em que cessam de receber o que ainda não têm, percam imediatamente aquilo mesmo que já têm?'

E assim é que o homem soberbo, arvorando-se como causa do bem que Deus lhe deu graciosamente, atribui-se uma honra que só cabe a seu Criador. O soberbo rouba a glória de Deus, e fazendo isso desencadeia sobre si todos os males. A soberba, portanto, nos despoja do próprio Deus.

Por isso, a primeira petição do Pai Nosso suplica que Deus nos conceda a graça de reconhecê-Lo sempre como a fonte de todo o bem: 'Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome'. Isto é, que Deus seja glorificado como causa de todo bem existente em nós e em todas as suas criaturas.

O riacho deve ser grato à fonte que o alimenta. O raio de luz deve reconhecer o Sol como causa de seu brilho. Só assim continuarão a correr e a iluminar.

Na oração do Pai-Nosso que nos foi ensinada pela própria Sabedoria encarnada, rogamos que Deus nos conceda a compreensão e o reconhecimento de Sua excelência e transcendência, e que assim, por meio do dom do temor de Deus Altíssimo, sejamos humildes e curemos a enfermidade de nosso orgulho.

O orgulho é em nós uma doença grave que gera sempre outros males e enfermidades. Ele nos faz amar o bem que Deus nos concedeu como se fosse nosso, produzido, em nós, por nós mesmos. É o orgulho que faz o riacho julgar-se fonte, e o raio de luz julgar-se o Sol.

Quando o homem se deixa dominar pela soberba, ele passa a amar o bem que recebeu não porque é bem, mas só porque é seu. E, quando vê o mesmo bem existindo em outro homem, não o ama enquanto bem, mas o detesta porque está em outro. Ele quereria que aquele bem não existisse no outro, porque julga que aquele bem só deveria existir nele mesmo, falsa fonte do bem. Vendo o bem, que julgava ser seu, em outro homem, o orgulhoso fica então triste e amargo.

Tal tristeza amarga se chama inveja, e é a segunda doença que acomete o homem, o segundo vício capital.

A soberba gera sempre a inveja do bem que Deus concedeu a outrem. Desse modo, ela nos separa e despoja de nossos irmãos, assim como a soberba nos despojara e separara de Deus, nosso Criador. E isso é bem justo, porque assim como o soberbo se regalara desregradamente com a doçura de possuir o bem, agora ele se amargura ao ver o bem no outro.

Quanto mais o homem soberbo se vangloria de seu bem, mais ele se atormenta com o bem nos outros. A inveja rói o soberbo e amarga a sua vida.

Se o homem soberbo amasse corretamente o bem que lhe foi dado em grau limitado, ele amaria sem limite a fonte de todo o bem, que o possui infinitamente. Amando então o Bem em si mesmo, ele amaria o bem que visse em qualquer outro homem e se alegraria com a virtude alheia, porque amaria Deus no outro.

Foi para combater este segundo vício capital que o Divino mestre nos ensinou a pedir, em segundo lugar no Pai Nosso, 'Venha a nós o vosso reino'.

Porque o Reino de Deus é a salvação dos homens; porque Deus reina num homem quando este lhe está unido pela fé e pela caridade, a fim de que, na eternidade, esteja para sempre unido a Deus pela visão beatífica.

Quando pedimos a Deus que Ele reine em todas as almas, Ele nos concede o dom da piedade, que nos torna benignos, desejando também para os outros o bem que desejamos para nós mesmos.

A inveja, por sua vez, gera em nós uma nova doença. Tal como a soberba nos persuadira de que somos a causa do bem que temos, e a inveja nos causa a tristeza de ver o bem nos outros, em seguida a inveja nos leva a considerar que Deus é injusto ao dar o bem - que pretendíamos fosse apenas nosso - a nosso irmão.


Fonte: Orlando Fedeli


Salve Maria!

Encerro aqui a sequência de reflexões sobre os sete Pecados Capitais, espero que todos possam fazer bom uso destes textos em especial nesta Quaresma que estamos vivendo. Que a Santíssima e sempre Virgem Maria interceda por nós nesta caminhada!

Ira ou cólera - pecado capital

quarta-feira, 16 de março de 2011

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Salve Maria!

A ira ou cólera extrai a pessoa de si mesmo, fazendo-a perder o controle e o domínio do próprio ser. Porque o colérico tem raiva de Deus, que acusa de repartir injustamente seus bens, e se enraivece contra si mesmo, porque vê que não possui todo o bem e percebe seus defeitos e limitações. Diante uma correção, o colérico apela a outros vícios como a soberba, pois não admite não ser dono também da situação vivida.


A cólera leva então o homem a ter raiva de Deus, dos outros e, enfim, de si mesmo. Com raiva de si mesmo, o homem doente pelo vício da cólera, começa a detestar até o bem que tem em si, porque este bem também não é suficiente para aplacar sua revolta. O colérico quer ser dono daquilo que ele crê ter ou saber, mesmo estando redondamente enganado em sua conclusão seja sobre qual for o assunto experimentado.

Por todas estas razões é que Nosso Senhor colocou a petição do Pai Nosso "Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu".

É a conformação com a vontade de Deus que nos permite vencer o vício da cólera. Quando pedimos sinceramente a Deus, no Pai Nosso, que nos conformemos com a sua Santíssima Vontade, através do qual somos instruídos e compreendemos que os males que nos advém são decorrências da justiça divina, pois é justo que colhemos os frutos de nossos atos! Somos consolados pelo Espírito de Deus com as virtudes necessárias para que pisemos firmes nesta caminhada, que é a vida mortal.

Porém a visão mística do colérico é turva e mal consegue enxergar a realidade ao seu redor, quanto mais realidades espirituais. Não reconhece que mereceu o que está vivendo ou sofrendo e se revolta. Não encontrando mais em si nem alegria nem consolação, o homem colérico cai na tristeza. Esse era o nome que os medievais davam à preguiça, porque o vício capital da preguiça leva a ter tristeza com o bem que recebeu de Deus, visto que esses bens nos trazem obrigações.

Agora, dominado pela cólera, ele já não tem alegria nem no próprio bem, e este bem ainda lhe exige cumprimento de deveres; porque a quem muito foi dado, muito será pedido. Desconsolado e triste, o homem soberbo, invejoso e colérico lamenta as obrigações que trazem os bens que Deus lhe havia dado, e tem pouca vontade de trabalhar na vinha de Cristo. É da cólera que nasce a preguiça ou tristeza. O colérico preferiria que Deus não lhe desse bem algum, para não ter mais obrigações. A tristeza ou preguiça ata o homem na coluna da inércia e o fustiga de tristeza.

Viver a fé de uma forma egocêntrica, ou seja, conforme suas concepções e seus entendimentos, chegando ao absurdo de querer ditar até mesmo do que Cristo quis ensinar, é o caminho mais fácil de alcançar os vícios capitais, entre eles a cólera.

Devemos viver nossa fé conforme a Santa Vontade de Deus! E para estarmos seguros Ele nos deixou a Barca da Santa Igreja Católica, Igreja que em seus 2.000 carrega bravamente aquilo que Deus deixou para o Espírito Santo revelar.

Por isto não adianta tentar buscar salvação em outros caminhos ... abracemos a Cristo (cabeça) e a Igreja (corpo). E quando falo em IGREJA, por favor saibamos enxergar o joio e o trigo; as ovelhas e os lobos! A Igreja que falo é aquela mesma de sempre, porque Deus é sempre o mesmo, hoje, ontem e sempre ... a Igreja é sempre a mesma! Busquemos na vida dos Santos, dos grandes Papas, na Doutrina verdadeira, no magistério ainda fiel a Cristo!

Virgem Santíssima, Mãe da Sabedoria, mostrai-nos como nos conformar com Cristo (Cabeça e Corpo)! Pois queremos vencer os vícios e para glória de Deus avançar em virtudes!


Preguiça ou acídia.

segunda-feira, 14 de março de 2011

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Salve Maria!

Uma das formas mais comuns da preguiça é justamente a repugnância pelas alturas espirituais e morais. Quer-se é viver bem, mas sem exageros de esforço nem loucuras de idealismo. Ser bom, ser um “cristão médio”, com a "sua"  medida de religião, vá lá. Mas levar o cristianismo a sério e em plena coerência com a fé, isso considera-se fanatismo! Tirando as inúmeras desculpinhas que os preguiçosos podem tirar manipulando o próprio Evangelho a seu gosto.

É muito interessante verificar que a sabedoria dos antigos, já desde os primeiros séculos do cristianismo, ao enfocar a preguiça, contemplava quase que exclusivamente o seguinte conteúdo: a resistência a atingir a altura espiritual e moral própria de um filho de Deus, de um cristão.

Na linguagem clássica cristã, o vício capital da preguiça era designado com o nome de acédia (ou acídia). A acédia é fundamentalmente uma tristeza, uma tristeza ácida e fria – daí o nome –, que invade a alma ao pensar nos bens espirituais – na virtude, na bondade, no amor a Deus e ao próximo –, precisamente porque não são fáceis de alcançar nem de conservar. Exigem esforço, renúncia, sacrifício. E o egoísmo e o egoísta se defendem.

A repugnância que sente por tudo quanto é abnegação e doação generosa vai criando depósitos azedos no coração, e acaba transferindo para Deus e para os próprios bens árduos que Deus pede uma fria antipatia, que pode terminar em aversão: “um tédio que acabrunha”, diz Santo Tomás de Aquino. Esta aversão primeiramente contra o esforço que é carregar verdadeiramente a Cruz, avança contra o esforço que é buscar as virtudes, indo de encontro contra o próprio Deus e todos seus filhos que desejam ser virtuosos.

A preguiça detesta o que o amor abraça, entristece-se com o que alegra o amor.

Observa Santo Tomás que os pecados carnais são mais vergonhosos que os espirituais porque nos rebaixam ao nível do animal; contudo, os espirituais, os únicos que se compartilham com o demônio, são mais graves, porque vão diretamente contra Deus e nos afastam Dele.

Conseqüências da Preguiça Espiritual


- Desistência das tarefas religiosas necessárias para a nossa salvação e santificação.
- As más tendências tendem a aumentar pouco a pouco, manifestando-se por numerosos pecados veniais que nos dispõem a cometer graves faltas.
- Busca de consolações materiais, prazeres inferiores com a finalidade de fugir da tristeza e desgosto, pela privação da alegria espiritual através da sua própria negligência e preguiça.
- Tristeza maligna que oprime a alma, dela nascem a malícia, o rancor sobre o seu próximo, desencorajamento, torpor espiritual mesmo pelo esquecimento de preceitos e, finalmente, procura de coisas proibidas, que levam à curiosidade, loquacidade, inquietude, instabilidade e agitação infrutífera. Desta forma a pessoa chega a uma cegueira espiritual e a um progressivo enfraquecimento da vontade.

Todo pecado capital será vencido pelos constantes exercícios espirituais, penitências, mortificações e óbvio constante busca dos Sacramentos da Penitência (Confissão) e da Eucaristia. Também gostaria e reforçar que contra todos os pecados capitais temos um grande trunfo, o Santo Rosário!

A Avareza.

sábado, 12 de março de 2011

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 Uma pessoa avarenta tem dificuldade de abrir mão do que tem, mesmo
que receba algo em troca.

Desde o princípio Jesus alertou os discípulos para este perigo, já no Sermão da Montanha: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedica-se a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza” (Mt 6,24).


São Paulo classifica a avareza como idolatria: “Mortificai, pois, os vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixões, desejos maus, cupidez e a avareza, que é idolatria” (Cl 3,5)


“Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! - terão herança no reino de Cristo e de Deus” (Ef 5,5).


A cobiça desmesurada de bens materiais, seja qual for o bem perecível em questão, é a característica do avarento. Quem não tem fome e sede de justiça terá fome e sede de ouro, e fará da fortuna a sua justiça. O avarento levado pela ausência de consolação e de alegria interiores, somando a inquietação pela aquisição e pela conservação dos bens materiais terá somente falta de paz, desassossego, apreensão de males, perturbação de espírito, desconfiança de Deus e de sua Providência e desconfiança dos homens que o circundam.

A sede de bens materiais somente cresce com a posse deles, e jamais o homem estará saciado pela riqueza. A riqueza é uma água que faz crescer sempre mais a sede por ela.

Para combater essa miséria e essa doença tão baixa da alma, Cristo nos mandou que pedíssemos: 'Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores'.


Pois é bem justo que quem não é avarento no que lhe é devido não seja também inquietado pelo que deve, mesmo porque Deus vem em socorro dos que lhe servem. O misericordioso com os seus devedores alcançará misericórdia para si. E quando pedimos a Deus o perdão de nossas dívidas, no mesmo grau em que estamos dispostos a perdoar o que se nos deve, o que pedimos e recebemos é a sabedoria para administrarmos nossos bens temporais.


Por esse dom do Espírito Santo sabemos e temos força para exercer de bom coração a misericórdia para com quem nos ofende, e do modo mais conveniente, e na hora oportuna, para lhes fazer bem em troca do mal que nos deram.


A *mortificação vem como grande auxílio ao combate contra a avareza e a época da Quaresma muito oportuna para este tipo de prática espiritual.


* É uma antiga prática cristã que consiste em realizar um sacrifício mental ou físico por amor a Deus com o objetivo de se unir à paixão e à cruz de Jesus Cristo e, portanto, como meio de participação na Redenção.

Gula.

sexta-feira, 11 de março de 2011

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E, aproximando-se (dele) o tentador, disse-lhe: Se és filho de Deus, dize que estas pedras se convertam em pães. Ele, porém, respondendo-lhe, disse: Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.



Salve Maria!

Hoje falarei sobre a gula e a forma que caímos neste pecado. O ser humano muitas vezes busca o prazer dos sentidos, e em primeiro lugar o prazer do comer, visto que todo homem, precisando alimentar-se, necessariamente será tentado pela gula.

Esse vício seduz o homem e o reduz a um nível inferior ao dos animais. Aquele homem, pois, que quis se igualar a Deus colocando-se orgulhosamente como causa do próprio bem, cai agora abaixo dos animais, que só comem o que lhes é necessário.

Para combater este sexto e tão baixo mal, na oração do Pai Nosso, Cristo nos ensina a pedir : 'Não nos deixeis cair em tentação'.

Note que não se pede para não ter a tentação da gula. Visto que é necessário que o homem coma, todo homem estará exposto à tentação do comer desregradamente. A gula explora o apetite natural de subsistência, levando-nos ao excesso. A pretexto de necessidade, a gula nos induz a comer irracionalmente.

Por isso, para combatê-la, pedimos a Deus, na sexta petição do Pai Nosso, que nos conceda o dom da Inteligência. Porque é o apetite da palavra de Deus que contém o homem na justa medida do apetite do pão material, pois 'nem só de pão vive o homem'. Mas só entende isso quem tem o espírito de Inteligência, que faz compreender a superioridade dos bens espirituais sobre os materiais, fazendo o homem vencer a gula pelo jejum e abstinência.

É o espírito de Inteligência que clarifica a visão interior do homem pelo conhecimento da palavra de Deus, que age como um colírio no olho da sabedoria.

Não é possível querer levar uma vida pura sem sacrifício. O corpo foi nos dado para servir e não para gozar; o prazer egoísta passa e deixa gosto de morte; o sacrifício gera a vida. Não foi à toa que Cristo jejuou quarenta dias, no deserto da Judéia, antes de enfrentar as ciladas terríveis do Tentador, que queria afastá-Lo do caminho traçado para Ele seguir a fim de salvar a humanidade.



Como vencer a luxúria.

quinta-feira, 10 de março de 2011

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Salve Maria!


A luxúria (do latim luxuriae) é o desejo passional e egoísta por todo o prazer sensual e material. Também pode ser entendido em seu sentido original: “deixar-se dominar pelas paixões”.  Caminharemos na Quaresma lutando contra os pecados capitais e para isto procurei e achei este texto bem compacto, porém que nos dá um excelente caminho a seguir:

"Deve-se saber que, para vencer o pecado da luxúria, é preciso muito esforço, pois se trata de algo intrínseco, e é mais difícil vencer o inimigo familiar. Ora, há quatro modos de vencê-la:

1. Fugir das ocasiões exteriores, como as más companhias e todas as coisas que induzam ocasionalmente a este pecado. Conforme a Escritura (Ecle 9, 5-9): Não detenhas os teus olhos sobre uma donzela, para que a sua beleza não te seja ocasião de queda. Não deixes errar os teus olhos pelas ruas da cidade, nem andes vagueando pelas suas praças. Afasta os teus olhos da mulher enfeitada, e não olhes com insistência para a formosura alheia. Por causa da formosura da mulher pereceram muitos, e por ela se acende a concupiscência como fogo. E está dito no livro dos Provérbios (6, 27): Porventura pode um homem esconder o fogo no seu seio, sem que ardam as suas vestes? E por isso foi dito a Lot que fugisse de toda a região de Sodoma (Gn 19, 17). Resumindo não fique procurando sarna para se coçar, fuja com todas as forças das ocasiões que te façam cair na luxúria!

2. Impedir o assalto dos maus pensamentos, pois são ocasião de excitar a concupiscência. Isso consegue-se pela mortificação da carne. Conforme a Escritura (1 Cor 9, 27): castigo o meu corpo e o reduzo à escravidão. Ou seja, quando pensamentos maliciosos vierem à sua mente, pense logo numa oração (ex: Oração a São Miguel Arcanjo) e o quanto antes comece a buscar forças no Jejum!

3. Perseverar nas orações, pois se o Senhor não guardar a casa, em vão a guardaremos. Como diz o livro da Sabedoria (8, 21): sabia que não podia obter a continência, se Deus ma não desse. E o Evangelho (Mt 17, 21): Esta casa de demônios não se lança fora, senão mediante a oração e o jejum. Se dois homens duelam e a um só deles quiseres ajudar, será preciso prestar socorro a um e o recusar ao outro. Ora, entre o espírito e a carne há um combate contínuo. Por isso, se quiseres que o espírito vença, é preciso que lhe ajudes, o que se faz com a oração, e que negues socorro à carne, o que se faz com o jejum, pois o jejum enfraquece a carne.

4. Entregar-se a ocupações lícitas. A ociosidade ensina muita malícia (Ecle 33, 29). Eis qual foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: a soberba, a fartura de pão, a ociosidade. (Ez 16, 49). Diz São Jerônimo: Fazei sempre algo de bom, a fim de que o diabo te encontre ocupado. Entre todas as ocupações, a melhor é o estudo das Escrituras. Ame o estudo das escrituras e não amarás os vícios da carne. Percebo que o desejo de realizar bem os trabalhos do dia-a-dia, mesmo que estes trabalhos pareçam banais, o desejo de vê-los bem realizados e o zelo em colocar isto em prática, também é outro meio de estarmos sempre ocupados de forma lícita.