Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança

quinta-feira, 31 de março de 2011

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AS VIRTUDES CARDEAIS

A Fé, a Esperança e a Caridade, as virtudes teologais, nos tornam capazes de conhecer e amar a Deus. Elas são virtudes inteiramente voltadas para Deus. Mas existem muitas virtudes que não são voltadas diretamente para Deus, mas sim para o nosso comportamento, nossa atitude, nossas ações; elas nos ajudam a bem agir, a fugir do pecado, a vencer as tentações. Indiretamente, elas nos levam a Deus.

Cardo, em latim, quer dizer dobradiça, eixo em torno do qual gira alguma coisa. No caso da dobradiça, gira a porta. No caso das virtudes, em torno das quatro virtudes cardeais, giram as outras virtudes, como veremos adiante.


A Virtude da Prudência

Prudência é a virtude que nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas fúteis e bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem e vencer o mal.

Ela aproveita a hora propícia, o lugar acertado onde devemos estar e nos impede de tomar decisões precipitadas. Fazer o que é certo, na hora certa, no lugar certo. A Prudência, iluminada pela nossa Fé e ajudada pela graça santificante, nos leva a escolher os atos bons que são o caminho da nossa salvação.

É sobre esta Prudência que Jesus fala no Evangelho: «Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. “Sêde, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas.» (S. Mat. 10, 16) e também: «Quem julgas que é o servo fiel e prudente, a quem o seu senhor constituiu sobre a sua família, para lhe distribuir de comer a tempo?» (S. Mat. 24, 45).

Mas, como o contrário da virtude é o vício, podemos pecar contra a Prudência de dois modos:

. Por falta de prudência - é o vício da imprudência, que pode ser por: precipitação, agimos sem refletir ou descuido, refletimos no que vamos fazer mas fazermos mal feito.

. Por excesso de Prudência – astúcia, ser prudente no mal, nas coisas erradas, no pecado; cuidados excessivos com a vida material: dinheiro, vaidade, comprar muitas coisas, etc.


A Virtude da Justiça

Como filhos de Deus e tendo recebido a terra como herança, os homens podem possuir suas coisas, sua terra, sua casa, seus objetos, que lhe são necessários para viver e para alimentar sua família. É fácil compreender que nem sempre haverá um acordo entre os homens sobre a possessão desses bens materiais.

Para ajudá-los a viver em paz e a possuir com boa medida o que lhes é necessário, Deus nos deu a virtude de justiça, pela qual nós queremos e devemos dar aos outros o que lhes é devido, protegendo também o que nos pertence e, sobretudo, dar a Deus o que Ele nos pede, no seu amor por nós.

Quando tomamos emprestado um objeto, a virtude da justiça nos leva a querer devolvê-lo no tempo estipulado, pois sabemos que a pessoa que nos emprestou pode ficar prejudicada se não recebê-lo de volta.

Quando compramos um objeto, é justo que paguemos o seu valor. Quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo, como o matrimônio é um contrato passado diante de Deus, a virtude da justiça nos impede de querer nos separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver para sempre com a pessoa com quem casamos.

É a virtude da justiça que forma as bases do 7°, do 8° e do 10° mandamento da Lei de Deus. Não podemos furtar, nem levantar falso testemunho, nem cobiçar as coisas alheias, pois todos esses atos ferem a virtude da justiça, entre outras.

Devemos também considerar que quando cometemos um pecado contra a virtude da justiça, em certos casos, não basta o arrependimento e a confissão. Nós lesamos o próximo tirando dele um bem material que lhe pertence. Devemos então, fazer o possível para devolver aquele bem, de modo a restabelecer a justiça ferida pelo nosso ato. É o que se chama de restituição. Igualmente, quando pecamos contra o 8° mandamento, devemos retratar a reputação do próximo que foi ferida por nossa mentira, calúnia ou maledicência.


A Virtude da Força

A Força é a virtude que dá à nossa vontade a energia necessária para vencer os obstáculos que nos atrapalham na prática do bem. Devemos resistir permanecer firmes na Fé, apesar dos ataques dos nossos inimigos e das nossas fraquezas pessoais. Devemos agir; ter Força é manifestar espírito de iniciativa, alegria na realização do dever de estado, perseverança no combate contra nossas paixões: o orgulho, o egoísmo, a raiva, a sensualidade, etc. Praticando os atos da virtude de Força conseguiremos, com a graça de Deus, vencer as tentações, fugir dos pecados e das ocasiões de pecado que nos chamam com tanta força para o mal.

Os pecados contra a Força

.Acanhamento ou pusilanimidade - quando a pessoa não se decide a fazer o que deve, fica sempre na dúvida: é certo ou errado, devo fazer assim ou de outro modo, e acaba não fazendo o que deve.

.Covardia - quando a pessoa foge da sua obrigação por medo.

.Respeito humano - é uma espécie de covardia que nos leva a não agir corretamente por medo das zombarias, por medo de perder uma amizade, porque desejamos ser agradáveis e aparentar uma falsa bondade.

.Temeridade - quando uma pessoa se expõe sem necessidade ao perigo e à morte (falsa coragem).


A Temperança

A virtude da Temperança vem completar o quadro das quatro virtudes cardeais. Ela é o freio da nossa alma. A temperança é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, quer eles sejam comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc. Ela nos ensina a usar essas coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados a certas situações.

Nos últimos tempos os costumes foram se degradando pouco a pouco. Dizer que existe uma lei natural, que essa lei natural foi explicitada por Deus nos Dez Mandamentos e confirmadas pela Igreja é expor-se ao ridículo. O que devemos concluir? Que existe um tabu que estes homens "modernos" criaram, e é um instrumento de corrupção, de repressão, é puro fanatismo. É a marca da falta de amor por Deus e pelo Sangue de Cristo derramado na Cruz. E se vocês acharem que exagero, que o mundo mudou que é preciso ser aberto, então só me resta dizer: esperem e veremos quem tinha razão. Na hora do juízo final, veremos todos estes amantes deste "modernismo" correndo para dizer que amam a Deus, jurando que sempre O amaram que ninguém lhes avisou que era tudo pecado... Mas, então, será tarde demais.

A Temperança nos ajudará a vencer os maus pensamentos e maus desejos, ajudará um casal a nunca trair o sacramento do matrimônio pelo adultério. Todos esses maus pensamentos e maus desejos e ocasiões de pecado devem ser combatidos imediatamente, sem perda de tempo, com muita coragem e força, para que não se tornem pecados mortais. Na verdade, todas as quatro virtudes teologais se unem no combate da alma para praticar os Mandamentos de Deus.

Também o conforto da vida moderna pode nos levar a pecar contra a Temperança. Reclamamos do calor, reclamamos do frio, não queremos nos levantar da cadeira nem para pegar um copo d'água, sempre achamos algo que nos desagrada nas coisas e nas pessoas. A virtude da Temperança nos ajuda a esquecer um pouco tudo isso e pensar mais em ajudar, em trabalhar, em vencer seus próprios defeitos.

Ó Dulcíssimo Jesus, piedade!

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Salve Maria!


Além da minha devoção por São Padre Pio de Pietrelcina e Santa Filomena, tenho muita devoção pelas Almas do Purgatório, e também tenho muita compaixão pelos agonizantes do dia; penso muito nesta hora crucial e peço misericórdia ao Pai do Céu por todas as pessoas que irão ainda hoje estar no Tribunal Deus, ajustando suas contas ....

Meu Deus, que momento tremendo! Tenho temor e ao mesmo tempo muita esperança em relação a este momento; momento em que diante da Santíssima Trindade veremos nosso livro da vida aberto e passaremos pela justiça de Divina! Valei-nos Virgem Santíssima!

Pensando nisto vou postar uma oração e convido a todos a rezarem comigo:

Dulcíssimo Jesus, pelo Suor e Sangue que derramastes no Jardim das Oliveiras, tende piedade das almas do purgatório!

Dulcíssimo Jesus, pelas dores da Vossa crudelíssima flagelação, tende piedade das almas do purgatório!

Dulcíssimo Jesus, pelas dores da Vossa coroação de espinhos, tende piedade das almas do purgatório!

Dulcíssimo Jesus, pelas dores que sofrestes no caminho do Calvário, tende piedade das almas do purgatório!

Dulcíssimo Jesus, pela Vossa penosa agonia, tende piedade das almas do purgatório!

Dulcíssimo Jesus, pelas imensas dores que sentistes expirando na Cruz, tende piedade das almas do purgatório!

Dulcíssimo Jesus, pelas últimas gotas de Sangue do Vosso amantíssimo Coração transpassado pela lança, tende piedade das almas do purgatório.

Amém.

*Também pode-se dizer: tende piedade dos agonizantes!

Perdoar é uma decisão!

quarta-feira, 30 de março de 2011

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... perdoar é abrir mão de alguma coisa ...

Salve Maria!


O gesto de perdoar é antes uma decisão que tomamos. O mal que nos foi acometido existe, o agente ou a pessoa que realizou este mal existe e provavelmente este mal deixa ou deixou sequelas, porém, mesmo diante desta realidade a decisão tomada é perdoar.

O perdão não é algo mágico, ou seja, resolvi perdoar e o mal e as sequelas simplesmente se apagam instantaneamente. A coisa não é por aí não!

O perdão é a decisão de uma escolha feita. Por exemplo: eu escolho ter uma vida saudável, então decido fazer um regime, faço regime; daquele momento em diante eu evito o que prejudica minha saúde. Esta escolha será fácil? Óbvio que não, terei que abrir mão de coisas que eu provavelmente goste de comer.

Perdoar é abrir mão de alguma coisa. Abrimos mão da dívida que o devedor tem conosco. E este gesto não depende do arrependimento do devedor, ou da sua emenda. Tomamos o caminho do perdão por nós mesmos!

Eu decido perdoar e a cada momento que o "devedor" ou a "dívida" vierem à minha mente, rapidamente tenho que recordar: "A escolha foi feita, a decisão foi o perdão!" Ocupar a mente com a misericórdia de Deus, com santas devoções; ocupar a nossa existência com os Sacramentos e nunca esquecermos o preço que Jesus pagou na Cruz pelas nossas dívidas, também é o caminho!

O perdão é uma decisão que deve ser nutrida pela graça de Deus; sem a graça de Deus provavelmente seremos falhos na empreitada de perdoar, por isto é salutar ficarmos unidos a Cruz de Cristo, fonte de todas as graças! E na medida em que perdoamos somos perdoados, e podemos rezar com sinceridade o Pai-Nosso: "(...) perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores (...)"

Claro que o devedor ou ofensor prestará contas para Deus e muitas vezes há a necessidade dele sujeitar-se a Justiça humana; mas nisto também está a justiça e a misericórdia do Pai do Céu, que corrige o filho porque o ama!

A Quaresma é um ótimo tempo para refletirmos sobre o perdão ou pelo menos analisarmos a possibilidade desta escolha, por que não?

O Rosário dos não nascidos

segunda-feira, 28 de março de 2011

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Salve Maria!
E-mail que recebi:

Bom dia minha irmã em Cristo.

A paz!
Gostaria de saber da possibilidade de ser postado em seu blog, um video que fala sobre o aborto e o rosário dos não nascidos, gravado pelo Anderson do apostolado Regina Apostolorum e pelo padre Mateus Maria do mosteiro Regina Pacis. Na luta a favor da vida, agradeço desde ja.
Eis o link: http://www.gloria.tv/?media=136219


Maria Christina


A resposta:

Seria lícita a formação auto-didata da fé?

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Texto de Dom Lourenço Fleichman OSB
  • As origens no livre-exame protestante
O que eu gostaria de assinalar é que o mundo moderno é movido por esse espírito da opinião. Em termos de religião, espalhou-se pelo mundo a religião protestante, justamente por causa dessa facilidade do livre exame, que deixa cada um com total liberdade de opinar sobre tudo. Essa troca constante de opiniões será necessariamente superficial, pois parte do princípio de que é a vontade do homem, e não sua inteligência, que elabora o pensamento; é o sujeito que pensa, ou seja, que “acha”, que importa, e não o objeto. Já não conta a Revelação, o dogma, a verdade, mas aquilo que brota de dentro do sujeito.

Por isso, ao debruçar-se sobre as realidades da sua Religião, todo católico deve estar atento ao espírito com que a estuda. Se a crise da Igreja é uma condição que obriga a todos a aprofundar seus conhecimentos do catecismo, da liturgia católica tradicional e da vida da Igreja, não se deve abusar dessa condição, achando que tal estudo possa ser feito sem orientação e sem o auxílio do sacerdote, e que todo mundo tem o discernimento necessário para orientar seu próprio estudo.

Houve época, é verdade, em que as almas foram abandonadas pelos padres e pelos bispos, logo após o Concílio Vaticano II. A graça de Deus permitiu, então, que algumas almas privilegiadas mergulhassem em estudos mais profundos, solitários, sem padres nem paróquias, pois estas estavam contaminadas pelo progressismo. Foi assim que ganharam importância fundamental na defesa da fé movimentos como Itinéraires, na França, ou SiSiNoNo na Itália, Roma, na Argentina, e outros espalhados pelo mundo. Aqui no Brasil, Gustavo Corção foi uma dessas inteligências privilegiadas. A fundação da Permanência foi realizada, em 1968, de modo a fugir da influência dos bispos e padres que, já então, destruiam a fé obrigando aos católicos a aderirem ao Vaticano II.

Estes grandes defensores da fé foram perseguidos e agiram para não abandonar a verdade. Serão expulsos das paróquias, perderão cargos importantes, sofrerão penas injustas e absurdas. A perseguição continuou por décadas, levando muitos a abandonarem nossas fileiras com medo de serem excomungados. Nasciam os neo-conservadores, aqueles que fugiam de Ecône, mas pretendiam manter a missa tradicional, como se isso fosse sinal suficiente de ortodoxia.

  • Seria lícita a formação auto-didata da fé?
Mas até que ponto vai esta necessidade de proteger a fé num mundo inimigo? Hoje, quando a internet aproximou os continentes e as pessoas, onde ninguém mais pode se sentir completamente isolado e sem conhecimentos; hoje, quando a Fraternidade S. Pio X espalhou seus padres pelos cinco continentes e onde seus bispos passam sempre que os fiéis precisam; hoje, onde esses padres da Tradição, formados dentro do espírito católico, rezando seus breviários e suas missas num altar tradicional, aguardam as almas virem como vinham às verdadeiras paróquias, podem os fiéis continuar a fazer sua formação sem a orientação sacerdotal? Podem eles tomar o controle de um apostolado que não lhes cabe, de uma missão que não lhes foi transmitida, como se não houvesse padres e bispos para fazê-lo?( Claro que não!).
Claro está que os padres dos nossos priorados poderão ser mais ou menos simpáticos, mais ou menos acessíveis, uns serão arrogantes, outros humildes; porém isso não é desculpa para ninguém, pois sempre foi assim na vida da Igreja.

A fé sobrenatural é que regula a aproximação filial para receber do sacerdote ou do bispo, mesmo se alguma reserva prudencial ainda deva estar presente. Mas não haveria um abuso alegar que a Fraternidade não é exatamente uma paróquia, o que isentaria os fiéis de uma submissão filial à orientação dos padres?

  • Fonte da submissão sobrenatural
Em que se baseia esta submissão pacífica dos fiéis diante dos seus padres e bispos? Ela vem do sacerdócio. É a instituição do sacramento da Ordem que separa estes homens do meio do povo para que “sejam intercessores entre Deus e os homens” (S. Paulo aos Hebreus).

Ao negar aos padres a colaboração e a submissão, escapando de sua orientação, para fazer sua obrinha pessoal, os leigos da Tradição entram, sem perceber, no mundo protestante do livre exame. Das duas uma: ou bem eles se acham no direito de publicar ou ensinar o que querem, o que seria propriamente protestante; ou eles argumentam que estão nas catacumbas, com a espada na mão, degladiando-se contra tudo e contra todos, sem perceber que diante deles não está mais um bispo progressista, mas um bispo da Tradição; não se pede aos fiéis de se submeterem a um padre laicizado saído do Concílio, mas aos padres formados por Mons. Lefebvre.

Na nossa Permanência, sempre comentamos a singular graça que recebemos – no momento mesmo em que Gustavo Corção morria – da aproximação de Mons. Lefebvre e de seus padres. Corção morreu em julho de 1978. Um ano depois, no início de 1979, recebíamos pela primeira vez a Mons. Lefebvre no Rio de Janeiro. Iniciava-se uma nova fase da nossa vida de defesa da fé. Já não teríamos de nos apoiar num sábio leigo abandonado por todos os padres e bispos, mas iluminado por Deus para conduzir um pequeno grupo de alunos a guardar a fé. Logo após essa vinda de Mons. Lefebvre, iniciou-se o trabalho de padres da Fraternidade S. Pio X entre nós: um acampamento foi realizado numa cidade do interior de Minas Gerais, em 1980, com os padres Faure e Ceriani; um retiro se realizou no Rio Grande do Sul, em 1981, com os padres Faure e Galarreta, então recém-ordenado. Mais tarde veremos aproximarem-se os padres de Campos, com quem manteremos contatos constantes até sua queda em 2001.

Acredito poder afirmar que, pela graça de Deus, soubemos manter o equilíbrio entre os tempos heróicos do isolamento total, quando não tínhamos padres nem instituições eclesiásticas para nos proteger, e os tempos atuais, iniciados naquele ano de 1979, marcados pela orientação segura dos padres e dos priorados da Tradição.

  • O farisaismo dos conservadores
Agora tomemos este primeiro elemento, o livre exame protestante presente na situação atual das almas, mesmo entre católicos, e acrescentemos uma pitada de legalismo. Este não é exatamente um respeito à lei, mas o uso da lei como escora para tirar de seus ombros a responsabilidade por seus atos. O fato das leis atuais serem promulgadas no sentido de destruir a fé e a Igreja não os abalam, e eles continuam invertendo o papel da obediência e o da fé. Como não conseguem olhar para a coisa em si, para o erro tal como ele aparece, mas são viciados na opinião subjetiva e totalmente livre, preferem dizer-se com o papa mesmo quando este erra. Para tanto, falsificam a noção de infalibilidade papal, escondem os erros do papa atribuindo-os a outros, e vivem atados a um sentimentalismo humano em seu relacionamento com o papa. Essa mistura do liberalismo e do legalismo gera esses conservadores que confundem suas próprias opiniões com a verdade.

  • Os teólogos da internet
O advento da internet, como eu dizia, aproximou as pessoas. As próprias instituições tradicionais, como a Fraternidade São Pio X ou, a título de exemplo menor, nossa Permanência, passaram a usar esta ferramenta para difundir a defesa da fé. Pouco a pouco tudo começou a ficar mais fácil na divulgação virtual. Primeiro esta divulgação era de ordem doutrinária, nos grandes sites. O mecanismo de atualização do conteúdo era lento e pesado, e isso limitava os abusos. Os sistema de “blog” com sua agilidade própria, criou uma rapidez na difusão de idéias e notícias que provocou uma verdadeira explosão de opiniões. Não falo nem dos sites de relacionamento, Orkut ou, mais tarde, o Facebook, pois neles atingimos as raias do delírio, onde o livre exame e o reino da opinião são acrescidos do narcisismo de quem quer ser visto e admirado. Essa revolução na difusão das idéias produziu uma nova casta: os teólogos da internet. De repente, por toda parte surgiram os novos doutores de uma novíssima teologia; cada um com sua idéiazinha própria, cada um querendo impor seu ponto de vista, cada um com sua opinião!

Chega a ser engraçado analisar rapidamente o conteúdo desses blogs. A feira é gigantesca, vende-se de tudo, dos grandes doutores sede-vacantistas, dogmatizando tudo e levando o seu Livre Exame Protestante-Tradicionalista ao ponto de esmagar toda e qualquer autoridade acima deles, passando pelos grandes moralistas desenhando roupas exclusivas para a mulher Protestante-Tradicionalita, para chegar, lá em baixo, nos formidáveis jornalistas do neo-Protestantismo-Tradicionalista-Conservador, que, seguindo de perto a escola de Comunicação da Puc, manipulam as notícias para formar opiniões.

Todos eles partem do mesmo princípio: o que eu penso, o que eu acho, minha opinião – isso tudo sendo apresentado como dogma, como verdade infalível, exigindo dos demais submissão, porque tem lá uma lei que, segundo eles, obrigaria a obedecer.

  • Você é um católico da Tradição?
O que deve, portanto, significar de modo profundo e sobrenatural, o termo Tradição? Apenas porque somos ligados à Fraternidade S. Pio X? Ou porque assistimos a missa Tridentina? Ou ainda, porque combatemos Vaticano II? Não é isso que nos faz fiéis da Tradição. Por outro lado, esses conservadores de todos os matizes, pedantes e falsamente obedientes, resvalando como estão na religião da opinião, podem pretender ser católicos da Tradição?


O católico da Tradição é quem, em tudo, age pela Fé sobrenatural: “Meu justo vive de Fé” (Galatas, 3, 11)


O católico da Tradição baseia seu conhecimento naquilo que é verdadeiro, infalível e profundo, buscando a coisa como ela é, na sua realidade, e não na opinião que, subjetivamente, se forma no coração do homem.


O católico da Tradição fortalece seu espírito na Esperança teologal ao se deparar com os erros atuais, inclusive quando são difundidos pelo papa e por Roma; não o escondem, não o justificam, preferindo considerar, com a Imitação de Cristo, o que foi dito e não quem o disse.


O católico da Tradição prova seu amor e seu zelo pela Igreja dando sua vida por Nosso Senhor, não se importando com as duras perseguições que sofre ao denunciar o erro, mas unindo-se ao Cristo crucificado, na Paixão da Igreja.


Na prática, deve sempre o católico da Tradição estudar a doutrina e os eventos relativos à crise da Igreja na sua profundidade, com humildade e espírito de obediência, sempre se perguntando se conhece de fato o que é essencial, e não apenas situações secundárias. Jamais passaria pela cabeça de um católico da Tradição, fazer chacota e piada com os escândalos que nos massacram, como fazem esses superficiais conservadores. E isso é sinal de que não podem ser verdadeiros católicos da Tradição.


Finalmente, o Católico da Tradição reza sem cessar, confia a Deus seus cuidados e seus sofrimentos, pedindo que lhe venham as graças necessárias para perseverar na verdade acima de tudo, preservando-o do espírito superficial e subjetivo.


Só assim poderá o católico desenvolver em sua alma uma personalidade espiritual, a essência do seu catolicismo, a fé verdadeira fundada na verdade e o amor perfeito que dá a vida por Cristo crucificado e pela Igreja.


O problema da reforma litúgica

domingo, 27 de março de 2011

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Salve Maria!

Para poder ler, clique no texto abaixo, assim ficará legível o resumo. Obrigada.



E antes que inocentes pensem que este "homem novo" seja uma coisa boa; porque este termo é muito usado na liturgia nova; saibam que este "homem novo" é produto não da ação de Deus e sim da vontade de iluministas, maçons, protestantes, ateus e toda corja que teima em permanecer dentro da Santa Igreja Católica, mas o Apóstolo João bem os descreveram:

"Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos" - 1João 2, 19


Sim, eu sou uma pessoa muito abençoada!

sábado, 26 de março de 2011

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Salve Maria!

Tenho que ser muito justa e deixar esta alegria que toma conta de mim extravazar; porque eu sou uma pessoa muito abençoada!

Poderia enumerar as imensas graças que Deus me concede, mas aqui neste artigo quero falar sobre os grandes amigos que tenho. Dias atrás postei um artigo que era um comentário que recebi do Leonardo Maciel e hoje quero falar do Sandro Pontes. Meu Deus, este rapaz conseguiu alegrar meu dia de uma tal forma, que somente Deus para me entender ... irei tirar das prateleiras dos comentários e trazer para este artigo do Blog o que acabei de receber do Sandro e vocês leiam e reflitam ... sou ou não sou uma pessoa muito abençoada? Ter como amigos homens e mulheres de tanta fé alegra meu coração, que benção é poder estar com este povo!

Segue o comentário que recebi do Sandro Pontes:

Analisando a bíblia e conhecendo a trajetória do povo santo na antiga aliança até a transformação operada por Cristo na nova, iniciando uma criação onde o sacrifício cruento foi substituído pelo seu próprio sacrifício a Igreja conferiu a Nossa Senhora vários títulos diferentes.


Um deles que eu gosto bastante é o de “sacrário vivo da eucaristia”. Penso que talvez não haja expressão melhor para demonstrar quem ela de fato foi. Expliquei neste semana para crianças o tamanho do mistério relacionado a Cristo ter descido do céu diretamente para o ventre de Maria, ganhando uma nova forma que até então a segunda pessoa da Santíssima Trindade não possuía: antes era somente espírito, mas a partir deste momento passa a ser também corpo. Ou seja, o próprio Deus passa a existir de maneira diferente. Daí decorre o dogma da maternidade divina de Maria. As crianças, exultantes ao ouvir tão grandioso mistério, quiseram saber mais, ao que eu lhes respondi: “não exijam tanto de mim, que transmito aquilo que aprendi da Igreja. É um mistério tão grande e excelso quanto a Santíssima Trindade. Apenas aceitemos plenamente tal verdade, sem, no entanto, compreendê-la totalmente, pois hoje vemos como que através de um véu aquilo que naquele dia conheceremos perfeitamente! O catolicismo não é apenas a religião da cruz, mas também a dos mistérios, de modo que são tantos os mistérios (Santíssima Trindade, encarnação do Verbo, morte na cruz, eucaristia, imaculada conceição, maternidade de Deus, etc) que não nos cabe senão aceitá-los, meditando sobre eles e aplicando-os a nossa salvação por meio dos sacramentos". Ao final, as crianças se comprometeram a sempre venerar e exaltar a Virgem Maria e a jamais diminuí-la.

Um segundo título dado a Maria Santíssima que também traduz bastante aquilo que ela de fato foi é o de “arca da aliança”! Meu Deus do céu, como a analogia é perfeita. O povo santo que bradava o Senhor dos Exércitos, como Josué tocando trombetas em volta dos muros de Jerusalém, carregava simultaneamente a arca da aliança, onde Deus habitava e de onde conversava com seu povo. Longe de ser um ídolo detestado por Deus, tal arca na verdade era símbolo da presença Dele. Assim também como o sacrifício de cordeiros era mero símbolo do verdadeiro e definitivo sacrifício operado por Cristo na cruz igualmente a arca era mero símbolo daquela mulher onde Deus escolheu habitar para se comunicar com Seu povo.

Uma passagem que em minha opinião demonstra de forma inequívoca a grandiosidade de Nossa Senhora é aquela onde ela mesma diz: “fez em mim maravilhas aquele que é todo-poderoso”. Portanto, Maria confessa humildemente, pois não quer honrarias indevidas para si, que toda a sua grandiosidade é decorrente da vontade do Pai. Quando os inimigos questionam os dogmas marianos eu sempre refuto com esta passagem: “foi o Senhor quem fez ela gigante, não é que ela o seja por si mesma”!


Pergunto: quais foram as maravilhas que Deus fez com esta mulher? Exaltou-a tanto que é impossível enumerá-las, mas vamos a algumas delas: Maria foi o sacrário vivo onde Cristo, hóstia consagrada, habitou! Vejamos a passagem onde ela chega a casa de sua prima Isabel, que ao mesmo tempo que a saúda adora Aquele que está em seu ventre, e que depois daria sua própria carne como alimento: “pois o pão que eu vos darei é a minha carne” (Conferir João VI). Maria foi também arca da aliança e mãe do próprio Deus, como já foi dito, mas foi mais do que isso: desposada pelo Espírito por ser filha predileta do pai! Desta forma ela foi mãe de Deus, filha de Deus e esposa de Deus, uma relação tão intima com a Santíssima Trindade que jamais criatura nenhuma sequer chegou nem perto. Daí decorre também outros títulos por analogia, como “paraíso do novo Adão”, pois que se o primeiro Adão habitou antes de pecar o Jardim do Éden, paraíso perfeito, também o segundo Adão, Cristo, superior ao primeiro, também habitou em Maria, paraíso muito mais perfeito do que o Éden, símbolo da Maria. Também foi ela a segunda Eva, pois a primeira mulher (figura de Maria), por sua desobediência, levou a morte ao mundo, enquanto que Nossa Senhora, modelo perfeito de obediência, levou a vida ao mundo, e vida eterna, na qual somente entramos por meio de seu filho Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador!

E haveria ainda muitos outros títulos, como porta do céu, por onde Cristo entrou no mundo e por onde o mundo entra no céu. E vários outros.

Não é a toa que foi coroada na eternidade onde habita corporalmente, tal qual seu filho e ao lado Dele, antecipando em si mesma o final dos tempos onde os justos ressuscitarão corporalmente. E muitas outras coisas ainda poderiam ser ditas a respeito dela!

Para terminar somente posso dizer que o maior pecado daqueles que negam a doutrina da Igreja de Cristo sobre Maria é rebaixar aquela que o próprio Deus elevou. O ato de tocar a arca da aliança sem autorização era punido com a morte por Deus, que da mesma maneira punirá com a morte, e morte eterna, todos aqueles que “tocam” em Maria, diminuindo-a para suas próprias perdições.

É isso.
Abraços a todos,
Sandro Pelegrineti de Pontes

"Faça-se em mim segundo a vossa palavra"

sexta-feira, 25 de março de 2011

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A festa da Anunciação é uma das maiores da Cristandade, pois nela comemora-se a sublime Encarnação do Verbo no seio puríssimo de Maria.


À Anunciação foram dedicadas, em toda a Cristandade, inúmeras igrejas, mosteiros, ordens religiosas e inclusive uma Ordem Militar de Cavalaria, a da Anunciação, na França do século XIV.

Maria, a obra-prima das mãos de Deus

A comemoração do papel de Nossa Senhora na Redenção é realizada no dia 25 de março. Essa festa especial é bem compreensível, como explica São Luís Maria Grignion de Montfort: “Deus Padre só deu ao mundo seu Unigênito por Maria. Suspiraram os patriarcas e pedidos insistentes fizeram os profetas e os santos da lei antiga durante quatro mil anos, mas só Maria o mereceu e alcançou graça diante de Deus pela força de suas orações e pela sublimidade de suas virtudes.

Porque o mundo era indigno de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, Ele o deu a Maria a fim de que o mundo o recebesse por meio dEla”. (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem)

Para nos explicar o amor de Deus por Maria, diz o teólogo dominicano francês Pe. Garrigou-Lagrange:

“O Verbo feito Carne ama todos os homens, pelos quais está preparado a derramar Seu Sangue. Ele ama de um modo especial os eleitos, e entre eles, de um modo ainda mais especial, os apóstolos e os santos.

Porém, seu amor por Maria, destinada a estar mais intimamente associada com Ele em Seu trabalho pela salvação das almas, é o maior de todos. Mas Jesus é Deus. Assim, Seu amor por Ela produz na alma de Maria graças em superabundância, de modo a transbordar para as outras almas”.

“O Anjo do Senhor anunciou a Maria”

Narra São Lucas: “E o anjo, aproximando-se, disse-lhe: Salve, cheia de graça; o Senhor é contigo”.

Nessa narração há um primeiro ponto a ser notado. Como bem pondera o Pe. Garrigou-Lagrange, “era conveniente que a Anunciação fosse feita por um anjo, como embaixador do Altíssimo. Um anjo rebelde causou a Queda; o mais alto dos arcanjos, anunciaria a Redenção”.

“Não nos deve escapar que o anjo omite o nome de Maria em sua saudação, e a designa somente pela graça (de que está cumulada). Isso denota que Ela era preeminente entre todas as criaturas pela prerrogativa da graça”. E acrescenta: “Na Teologia católica graça é o princípio que vivifica a alma com vida e poder espiritual, e a torna agradável a Deus. …

“O grau de graça a que havia chegado Maria estava acima de qualquer outro concedido a simples criatura”.

Isso porque, “o progresso de Maria foi o mais contínuo de todos. Ele não foi impedido nem retardado por apegos ao próprio ser ou às coisas deste mundo. Foi o mais rápido de todos, porque o grau em que começou foi determinado pela plenitude de graças em Maria, e portanto suplantou o de todos os santos”.

“Ela turbou-se… considerando que forma de saudação era aquela”

“Há uma evidência de força e de gravidade feminina no silêncio de Maria ponderando a mensagem do anjo. Ela está perturbada, mas composta e pensativa. Que apropriada atitude de alma para receber uma manifestação da vontade divina — ­silêncio e pensamento!”

O Arcanjo Gabriel apressou-se em tranqüilizá-la, e o fez numa linguagem solene de acordo com a sublimidade de sua missão, chamando-a familiarmente pelo nome, para pô-la mais à vontade.

O futuro da humanidade dependia desse assentimento. Maria Virgem, concebida sem pecado original, entretanto poderia recusar esse tremendo privilégio! Pois até Lúcifer, em quem também não havia pecado original, colocado ante uma escolha, disse “não”. Portanto Nossa Senhora, dotada do livre arbítrio como todos os homens, podia dizer sim, ou não. Se, por uma mal interpretada humildade, Ela recusasse essa graça como honra imerecida, o rumo da História teria sido outro…

“Como se fará isso…?”

Entre os judeus a mulher estéril era considerada desprezível, porque não tinha possibilidade de vir a ser a mãe do Messias. Que jovem judia teria hesitado um segundo em dar seu jubiloso consentimento à inexprimível honra de ser escolhida para mãe do Messias?

Entretanto Maria hesitou. Havia feito voto de virgindade e sabia que este tinha sido aceito por Deus. Por isso Ela “de um lado, amava seu virginal estado que a unia tão intimamente a Deus; de outro, desejava avidamente fazer a vontade de Deus. E agora Deus faz-lhe saber que Ela deve ser mãe…”

Explica-lhe então o anjo como isto realizar-se-ia por acumulação, e não por exclusão. Comentando esse singular privilégio, São Bernardo de Claraval, afirma: “Não há senão uma só coisa na qual a Santíssima Virgem não tem modelo nem imitadores: é na união das alegrias da maternidade com a glória da virgindade. Ela escolheu a melhor parte.

E isto é fora de dúvida pois, se a fecundidade do matrimônio é boa, a castidade das virgens é melhor. Mas o que supera uma e outra, é a fecundidade unida à virgindade, ou a virgindade unida à fecundidade. Ora, esta união é o privilégio de Maria”.

“Faça-se em mim segundo Tua palavra”

Para felicidade não só dos homens, mas de todo o mundo criado incluindo o angélico, essa Virgem fiel disse “’sim”. Tendo a verdadeira humildade, sabia que, se fora cumulada de tantas graças, não o fora senão por uma misericórdia e por um desígnio de Deus. Daí a resposta que deu ser repetida por todos os séculos enquanto o mundo for mundo: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo Tua palavra”.

A respeito dessa sublime resposta Santo Tomás acrescenta que seu sobrenatural e meritório consentimento foi dado em nome de toda a raça humana, que necessitava do Redentor prometido. Segundo os teólogos, no momento desse sublime “fiat” deu-se a Encarnação.

Santo Tomás nos diz que a plenitude de graças em Maria cresceu notavelmente na Encarnação por meio da presença do Verbo de Deus feito carne. De modo que se Ela não tivesse sido ainda confirmada em graça, deveria sê-lo a partir desse momento.

O que, pouco depois, levaria Maria Santíssima, ao ser saudada por Santa Isabel, irromper num sublime hino de louvor e de ação de graças: “Minha alma engrandece o Senhor e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador”.

“Ir à Mãe, para chegar ao Filho”

Afirma São Luís Grignion de Montfort: “A conduta das três Pessoas da Santíssima Trindade na Encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, é a mesma de todos os dias, de um modo visível, na Igreja, e esse procedimento há de perdurar, até a consumação dos séculos, na última vinda de Cristo. Ou seja, por meio de Maria sempre virgem”.

“Deus Filho comunicou à sua Mãe tudo que adquiriu por sua vida e morte: seus méritos infinitos e suas virtudes admiráveis. Fê-La tesoureira de tudo que seu Pai lhe deu em herança; é por Ela que Ele aplica Seus méritos aos membros do Corpo Místico, que comunica Suas virtudes e distribui Suas graças. É Ela o canal misterioso, o aqueduto, pelo qual passam abundante e docemente Suas misericórdias”.

Que melhor fruto podemos tirar da festa da Anunciação do que seguir o Filho, utilizando o mesmo caminho que Ele fez para vir até nós? “O felix culpa que nos obteve um tal Salvador”, diz a liturgia da Semana Santa referindo-se ao pecado original e à Redenção. Com toda a propriedade podemos nós acrescentar, “e que nos deu Mãe tão terníssima, Advogada tão poderosíssima, verdadeiro penhor de salvação e de vida eterna”.


Fonte: Blog Revista Catolicismo

Eita coisa de doido!!!

quinta-feira, 24 de março de 2011

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Tá certo, tá certo, eu sei que são hereges e sei bem o caminho que eles estão traçando para eles ... mas vem cá, engraçado é, não é??? Como diz o ditado se não fosse trágico seria cômico!

Dá-lhes filhotes de Lutero! E isto é apenas o cover ... ui!


A cruz do senhor não é imposta

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Salve Maria!

Este artigo abaixo foi um comentário que recebi em um dos artigos do Blog, porque o achei extremamente rico em informações, pedi ao autor que permitisse que eu o publicasse de uma forma mais visível no blog, e não ficasse escondidinho apenas num comentário. Vale a pena ler:

E o Senhor disse: "De fato, bebereis do meu cálice, mas não agora comigo". A Cruz do Senhor não é imposta. O Senhor os convidou e não antecipou seu desejo, mas esperou que quisessem também a cruz. Noutra passagem disse: "Se alguém quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e me siga". Enquanto Ele mesmo se dirigia a Jerusalém, quando, então, São Pedro O tentou a não ir. Foi aí que Ele chamou São Pedro de satanás. A Cruz é a Missão do Filho!

Ao abraçar a cruz em direção à Cruz de Cristo, a Jerusalém e ao Gólgota, o católico leva adiante a Missão que é do Filho. Uma Missão no Corpo: "não quisestes sacrifício, nem holocausto, mas me destes um corpo". Não é Missão do Espírito Santo, nem do Pai, porque o Filho é quem Se incarnou. Festejamos a Festa da Incarnação neste mês, agradecendo a Jesus por ter vindo derramar Seu Sague por nós. Por isso, São Paulo disse que completava na carne o que faltou à Paixão do Senhor.

Seguia com a Cruz e, por ela, abandonou todo outro discurso. Escândalo para os judeus, loucura para o mundo, ignorância para os "sábios" gregos. Por isso, Jesus diz no capítulo 6 do Evangelho segundo São João que o objetivo da Comunhão é viver dEle, por Ele e para Ele, como Ele veio do Pai e viveu para o Pai ou pelo Pai. Até que Ele venha. Porque a Cruz prossegue até que Ele venha. Ou não?

Alguém já está livre de sofrer? E de sofrer por anunciar a Cristo? Aqui, também é devida uma anotação sobre Nossa Senhora e seu silêncio. Assim como sobre sua identidade com Cristo. Jesus não a chamou para ir a Jerusalém. Jesus caminhava ao largo, quando chorou sobre Jerusalém. Ele não havia saído da casa de sua mãe. Nossa Senhora foi para a Paixão do Senhor por iniciativa própria e silenciosamente. Foi para estar de pé ao pé da Cruz. Foi porque seu coração se unia plenamente ao Coração de Jesus. Unidos no mesmo Amor e na mesma Paixão. E uniu suas lágrimas de mãe ao Sangue de Seu Filho. A algumas videntes, Jesus disse que uma das visões que mais Lhe doeu foi ver e sentir o sofrimento de Sua Mãe na Sua Paixão. Seu coração imaculado atravessado pela espada de dor. Certamente, ela não sofria só por Cristo, mas também pelos pecadores ou por nós e nossos pecados.

Agora, a Igreja católica também parece fazer um desvio de 180 graus para evitar o discurso da Cruz desde São Paulo - que passa ainda por São Paulo da Cruz, o fundador dos passionitas, por São João da Cruz, por São Pedro da Cruz, pelos estigmatizados como Santa Rita da Ferida de um Espinho, desojosa da Cruz e por São Francisco de Assis ao chorar estridentemente alto a Paixão do Senhor, até receber a marca e a dor de Suas chagas - para querer viver apenas da Ressurreição ou dos prazeres dos quais exige o mundo, ao qual procura abraçar, apesar deste odiar o Senhor, assim como seus seguidores. Esquecendo a máxima "ad lucem per crucem", ou como a figurou o próprio São Francisco: "ninguém pode chegar ao Sábado Santo sem antes passar pela Sexta-Feira da Paixão". E isto por iniciativa própria, porque o Senhor nunca forçará ninguém, nem mesmo a alta hierarquia sucessora dos apóstolos, uma vez que nem a estes forçou. 


Só para completar e para se ver que a Cruz do Senhor nunca nos é imposta, pouco tempo antes de receber seus estigmas, São Francisco de Assis disse que teve uma visão do Senhor na qual Ele lhe oferecia duas coroas, uma em cada mão. Na mão esquerda uma coroa de espinhos e na mão direita uma coroa de flores, sem nada dizer e apenas a estender suas mãos. Quando, então, São Francisco escolheu e tomou a coroa de espinhos, o Senhor lhe dirigiu um sorriso discreto e cheio de gratidão para, logo em seguida, desaparecer.

Autor: Leonardo Maciel


O velho paganismo

quarta-feira, 23 de março de 2011

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Salve Maria!

Aqui Padre Paulo Ricardo fala sobre a Campanha da Fraternidade, este vídeo é o 2° de três vídeos, quem desejar vê-los estão no youtube.





Dois grandes alicerces da fé

segunda-feira, 21 de março de 2011

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Muitos questionamentos do ser humano estão relacionados a uma única questão: o que é a fé? Pensando sobre essa nuclear questão e, juntando alguns limitados conhecimentos teológicos e filosóficos, resolvi escrever algumas palavras sobre este importantíssimo assunto.

A palavra “fé” é talvez uma das mais usadas em nossos tempos e, por esta razão, também a mais banalizada. A população a utiliza praticamente para tudo: “Tenho fé que vou ganhar na loteria!”; “Tenho fé na vitória da seleção!”. Esses usos, evidentemente, não estão de acordo com o sentido religioso dela. O sentido mais explícito da palavra é uma afirmação do acreditar em algo e, religiosamente falando, acreditar em algo metafísico. Existe também o sentido que é menos explícito, todavia não menos importante: a negação de algo. Fé é afirmação e negação ao mesmo tempo.

No sentido mundano da palavra, citei algumas frases no parágrafo acima e gostaria de trabalhar mais especificamente cada uma delas agora. Vejamos a primeira frase: “Tenho fé que vou ganhar na loteria!” O sujeito que diz isso está explicitamente declarando que vai ganhar o prêmio e implicitamente também dizendo que nenhuma outra pessoa ganhará. A segunda frase: “Tenho fé na vitória da seleção!” O torcedor que externa este sentimento declara, por exemplo, que o selecionado brasileiro irá ganhar a copa do mundo. Mas, para que esse desejo se torne realidade, todas as outras seleções precisam perder o mesmo campeonato. Implicitamente ele declara na mesma frase que a Argentina, por exemplo, perderá. Existe uma relação de duplicidade no sentido da palavra, isto é, o positivo e o negativo. O sentido de afirmação sempre é explícito e o de negação sempre é implícito, contudo a importância dos dois é rigorosamente a mesma. Concluo, portanto, que não existe fé unicamente positiva. Sempre é preciso afirmar algo e negar outro para que haja fé. Se eu disser: “Tenho fé em minhas convicções!”, não basta acreditar no que penso, mas é preciso também negar todas as ideologias em contrário às minhas convicções. Como esta problemática se aplica no campo religioso?

Todas as religiões possuem fé no sentido metafísico da palavra e nenhuma religião nasce ou se sustenta sem ela. Seria uma grande contradição existir religião sem fé. Vou tecer alguns brevíssimos comentários sobre as três grandes religiões monoteístas para ilustrar meu raciocínio.

Em que acredita um maometano? Em um único Deus. Mas quem é Deus para ele? É um ser supremo, não trinitário, que tem Maomé como seu profeta supremo e o Alcorão como seu livro sagrado. Em que acredita um judeu? Em um único Deus. Mas quem é Deus para ele? É um ser supremo, não trinitário, que tem vários profetas (Moisés, Isaias, Elias, etc.) e a Torá como seu livro sagrado. E finalmente, em que acredita um cristão? Em um único Deus. Mas quem é Deus para ele? Um ser supremo, trinitário, que têm os mesmos profetas da Torá e mais os profetas do Novo Testamento (Bíblia). O cristão crê que Jesus é Deus (Segunda Pessoa da Trindade) e Verbo Vivo enviado por Deus Pai (Primeira Pessoa da Trindade) para remissão dos pecados dos homens.

Essas três religiões proclamam apenas um único Deus, entretanto os dogmas não são os mesmos, os profetas não são os mesmos, os livros sagrados não são os mesmos, os caminhos não são os mesmos e, por dedução, o Deus também não é o mesmo. Para que um maometano possa afirmar sua fé é necessário negar a fé judaica e a fé cristã. A fé em Alá é positiva explicitamente e negativa de outras religiões implicitamente. O mesmo processo ocorre em relação aos judeus e os cristãos. Se um judeu, por exemplo, aceitar a Trindade como verdade de fé, ele não será mais judeu e sim cristão. Se um cristão aceitar Maomé e o Alcorão, ele automaticamente será um maometano. Se existir uma seita que faça sincretismo dos dogmas das três religiões, essa nova entidade será uma quarta religião e com certeza não será nem judaica, islâmica ou cristã. Fé, portanto, é um conceito de afirmação de algo e negação de outro.

Pode haver relativização, sincretismo ou ecumenismo? Politicamente em relações humanas, sim. Contudo, em questões relativas à fé e moral religiosa, não. Muitos confundem, por exemplo, igreja com partido político. Um partido, como o próprio nome diz, é parte de um todo. Ele é uma entidade não metafísica (secular, mundana, etc.) que representa politicamente parte da sociedade. Por isso, é lícito fazer alianças e política com outros partidos visando aplicação de conceitos em comum. O programa partidário e as diretrizes práticas de uma agremiação política podem ser negociados com outras instituições para que ambas cheguem a um denominador comum.

Em questões religiosas não pode existir negociação. Verdades de fé são inegociáveis. Enquanto um partido político é parte, a igreja é o todo. No Brasil existem aproximadamente cento e trinta milhões de eleitores, isto é, cada eleitor representa politicamente 0,000000008% do colégio eleitoral. Cada parte pode se aliar em associações e partidos políticos com outras partes. O partido pode se associar a outro e formar alianças, frentes, etc. Esse é o cerne da política pública e o que se convencionou chamar de “democracia”. A igreja não pode se associar com partes, pois ela é o todo. Deus é todo e único, isto é, indivisível.

Pode-se, contudo, existir seitas. Elas têm esse nome porque são partes que se separaram do todo. Quando uma parte se separa do todo já não representa mais o conjunto universal do qual ela se separou. A reforma protestante se propôs a ser parte de um todo e por isso já não representou mais o conjunto universal. E quem é o conjunto universal da igreja? Deus! As seitas protestantes tendem sempre a se separar, pois já não fazem mais parte de um todo e estão condenadas como pedras que caem de uma montanha e tocam o chão se esfacelando ainda mais. Para se ter fé no todo é preciso negar a parte e para se ter fé na parte é preciso negar o todo. Pode, contudo, haver ecumenismo?

Todas as tentativas de ecumenismo terão insucesso, pois acarretarão em sincretismo. Sincretismo é a tentativa de pegar diversas partes e formar um todo. Porém, como o todo (Deus) é indivisível e não se separa em fragmentos, as partes que o sincretismo tenta juntar são falsas. Na igreja, o ecumenismo gerará automaticamente a apostasia. E o que é apostasia? Apostasia é a perda da fé.

Caro leitor, o ecumenismo é uma maneira sincrética de pegar partes de várias religiões e colocá-las em um denominador comum. É como fazer uma aliança partidária. Mas, como explicitei nos parágrafos acima, igreja não é partido. Pode-se até admitir a fé na parte, pois ela implicitamente negará o todo, porém jamais pode haver fé em sincretismo ou ecumenismo, pois eles não negarão nada. O ecumênico e o sincrético farão política mundana na tentativa de “unir” todas as religiões em uma só e sem negar nenhuma. Como escrevi no início deste texto, a fé é a afirmação de algo e negação de outro. Não existe fé apenas afirmativa. Os ecumênicos tentam transportar valores de política mundana para o campo religioso, todavia água e óleo não se misturam.

O maior mantra dos ecumênicos é: “vamos esquecer o que nos separa e caminharmos juntos naquilo que nos une!” Essa frase é apostasia pura, pois existe ausência de fé. Não existe nem afirmação explícita e nem negação implícita de nada. O resultado de conciliar ecumenicamente cristianismo, seitas, maometanos, judeus, budistas, espíritas, umbandistas e todas as outras religiões será uma pasta de apostasia. O ecumênico não tem fé (certa ou errada), sua única certeza é a utopia. A fé é alimentada pela afirmação e negação. Esses são dois grandes alicerces dela.


Escrito por Rodrigo Maximo.

O espírito de Quaresma

sábado, 19 de março de 2011

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Gustavo Corção
A Igreja nos desdobra o maravilhoso panorama das várias lições que vitalmente interessam, ou deviam interessar aos seus filhos, e assim reaviva nas várias estações do ano litúrgico certas noções que deveriam ser companheiras de todos os passos de nossa vida. Assim é a Quaresma. Segundo ensina nosso pai São Bento, a vida inteira do monge deveria ser uma quaresma ininterrupta. Como isto é impossível para os fracos, e como a Regra Monástica, à semelhança da Igreja, é moderada para que os fortes possam dar mais, e para que os débeis não desanimem, representamos nesta quadra do ano o mistério da preparação da Paixão redentora do Cristo, e concitamos nossos irmãos e amigos a aproveitarem esta sabatina que reaviva o espírito de quaresma.

Qual é a lição essencial da quaresma, no que nos diz respeito? A Igreja responde com a liturgia das cinzas, e nós podemos desenvolver a idéia: o que nos cumpre aprender nestes dias, mais do que nos outros, é a doce e santa lição de nossa total dependência nas mãos de Deus. Ou como diria Santa Catarina de Sena, na sua linguagem de sangue e fogo: devemos aprender a lição de nosso nada.

Todo o mundo moderno é desatento, brutalmente desatento ao espírito da quaresma. Um humanismo insolente, grosseiro, agora reforçado com as estridências que se ouvem pela porta dos fundos da Igreja, tenta inculcar no homem uma confiança em si que o deixe esquecido de sua condição peregrinal e de sua destinação última. Vivemos dentro de uma espessa idolatria: todos querem exaltar os valores humanos em detrimento ou com esquecimento de sua total dependência de Deus. O nome de Deus é silenciado, é empurrado para a obscuridade, para que a glória do homem refulja.

Entende-se bem que o homem realize neste mundo, do melhor modo possível, sua instalação, ou melhor, sua afirmação de domínio sobre o mundo inferior. É bela a conquista da Ciência que exalta a razão e a específica superioridade do homem sobre todo o Universo visível. É confortador o progresso técnico que nos assegura um decente conforto neste trem expresso onde às vezes esquecemos a brevidade do tempo. É bela a civilização que realmente enaltece os valores humanos em contraste com a mundo inferior; mas tudo isto só se mantém em ordem razoável se ao mesmo tempo nos lembrarmos de exaltar a glória de Deus e nossa completa e total dependência. O inferior deve submeter-se ao superior: é razoável que o homem submeta os átomos, mas é loucura submeter os átomos e esquecer que devemos nós mesmos nos submeter a Deus.

A própria psicologia moderna, impregnada de empirismo, tem horror a certas categorias espirituais que fogem aos seus quadros. Assim é que combate com todo o seu vigor todos os sentimentos de insegurança. Ora, isto é uma monstruosidade a mais que se pratica neste vale de lágrimas. É claro que devemos ser corajosos, que devemos ser audazes, que não devemos ser pusilânimes, mas daí não se deduz que devamos nos sentir seguramente instalados na vida. Este sentimento é perfeitamente estúpido e grosseiramente anti-espiritual. A alma cristã, com todas aquelas qualidades de bravura e de audácia, sabe que sua vida pende de um fio que está nas mãos de Deus; e desta ciência não tira amargura nenhuma, ao contrário, tira a humildade, a ação de graças, e o infinito amor pelo Ser absoluto a que a todos nos sustenta. E em termos mais próximos da paixão de Cristo, o sentimento de fragilidade e contingência se traduz em vínculo de caridade que nos prende à videira santa, à Cruz em que pomos toda a exaltação e toda a glória.

O grande judeu Egon Friedel, em sua História da Cultura, teve a finura de sentir o valor sobre-humano do sentimento de fragilidade e de insegurança do medieval. O meio social ajudava, a ciência médica estava numa fase infantil e até caricata que levava o grande São Bernardo, que obedecia pontualmente às extravagantes prescrições de um esculápio, dizer com mansa tristeza: "Eu, que no Mosteiro tenho o encargo de dirigir e dar ordens a santos, tenho de obedecer a um asno". Toda essa pobreza de meios tinha impedido o surto do humanismo senhor de si mesmo, e o arguto judeu se admirava da espiritualidade que iluminava todo aquele povo medieval. Eles sabiam que a vida era uma grande aventura, e que a dependência de Deus se fazia sentir em todos os atos de coragem e de abandono, ou de resignação e tristeza.

Progredimos muito em veículos, em máquinas, em produção, mas no momento parece que regredimos em relação ao espírito de quaresma. Sirva-nos isto de incitamento e de lição, e procuremos nós viver mais a fundo essa presença de Deus que produz a humildade agradecida e amorosa.

Glorioso Patriarca São José!

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São José, que debaixo do sol de seus dias lutou pelo sustento da Sagrada Família,
suas mãos ásperas fruto do serviço árduo teve a grande missão de
amparar o Salvador da humanidade.

Seu sim a Deus foi silencioso, não muito diferente do sim de sua Santíssima esposa!
A aridez de sua vida não endureceu seu coração, nele sempre houve tanto amor
ao Menino Deus e a sempre Virgem Maria,

ensinai-nos a seguir seus passos tão certeiros,
e tenhamos um dia nós a mesma alegria que lhe foi dada, de morrer nos braços de Jesus e de Maria.

Glorioso Patriarca São José, rogai a Deus por todas as famílias e por todos que ainda hoje estarão diante do Tribunal de Deus, que seja reservada a estes também uma boa morte!

Amém.

Afinal, isto é desconhecimento da verdade ou desobediência pura?

sexta-feira, 18 de março de 2011

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Salve Maria!

Dada a soberba dos homens e também ao desejo de se igualar a Deus, muitos se acham dignos de receberem a Santa Eucaristia em pé e pelas suas próprias mãos!

Alegando que as mãos são membros do corpo da mesma forma que a língua, esquecem que a língua é o órgão do corpo humano trono da Verdade, ou pelo menos deveria ser! Nela o sacerdote deposita a Plenitude da Verdade que é Cristo; para a partir daí, nós sustentados por Ele usemos este órgão somente para glória de Deus!

"Por reverência a este sacramento [a Santa Eucaristia], nada o toca a não ser o que é consagrado; por isso o corporal e o cálice são consagrados, e, da mesma forma, as mãos dos sacerdotes para tocar este Sacramento". - São Tomás de Aquino (1225-1274); Suma Teológia, Pars III, Q.82, Art. 3, ad 8)



"O fato de só os padres darem a Santa Comunhão com suas mãos consagradas é uma Tradição Apostólica." - Infalível e Dogmático Concílio de Trento (1545-1565)


"Tocar as espécies sagradas e distribuí-las com suas próprias mãos é um privilégio dos ordenados [sacerdotes]". - Papa João Paulo II; Dominicae Cenae, sec. 11.


"Aquele que O come e O bebe sem distinguir o Corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação." I Cor 11, 29.





 

Da soberba à inveja.

quinta-feira, 17 de março de 2011

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A causa primeira de todos os nossos males espirituais, é a soberba. Por esse vício atribuímos a nós mesmos, ao nosso próprio ser, a causa do bem existente em nós. Pela soberba deixamos de reconhecer a Deus como fonte de todo o bem. Ao fazer isso, o homem deixa de amar o Bem em si mesmo, para amar o bem enquanto existe nele próprio, porque existe nele. Dessa forma, o homem rompe a sua união com a fonte do bem. Condenando a maldade do orgulho, exclama o mestre:


'Ó peste de orgulho, que fazes tu aí? Por que persuadir o riacho a se separar de sua fonte? Por que persuadir o raio de luz a romper sua ligação com o Sol? Por que, senão para que o riacho, cessando de ser alimentado pela fonte, seque, e que o raio de luz, cortada sua união com o Sol, se converta em treva? Por que, senão para que assim ambos, no mesmo instante em que cessam de receber o que ainda não têm, percam imediatamente aquilo mesmo que já têm?'

E assim é que o homem soberbo, arvorando-se como causa do bem que Deus lhe deu graciosamente, atribui-se uma honra que só cabe a seu Criador. O soberbo rouba a glória de Deus, e fazendo isso desencadeia sobre si todos os males. A soberba, portanto, nos despoja do próprio Deus.

Por isso, a primeira petição do Pai Nosso suplica que Deus nos conceda a graça de reconhecê-Lo sempre como a fonte de todo o bem: 'Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome'. Isto é, que Deus seja glorificado como causa de todo bem existente em nós e em todas as suas criaturas.

O riacho deve ser grato à fonte que o alimenta. O raio de luz deve reconhecer o Sol como causa de seu brilho. Só assim continuarão a correr e a iluminar.

Na oração do Pai-Nosso que nos foi ensinada pela própria Sabedoria encarnada, rogamos que Deus nos conceda a compreensão e o reconhecimento de Sua excelência e transcendência, e que assim, por meio do dom do temor de Deus Altíssimo, sejamos humildes e curemos a enfermidade de nosso orgulho.

O orgulho é em nós uma doença grave que gera sempre outros males e enfermidades. Ele nos faz amar o bem que Deus nos concedeu como se fosse nosso, produzido, em nós, por nós mesmos. É o orgulho que faz o riacho julgar-se fonte, e o raio de luz julgar-se o Sol.

Quando o homem se deixa dominar pela soberba, ele passa a amar o bem que recebeu não porque é bem, mas só porque é seu. E, quando vê o mesmo bem existindo em outro homem, não o ama enquanto bem, mas o detesta porque está em outro. Ele quereria que aquele bem não existisse no outro, porque julga que aquele bem só deveria existir nele mesmo, falsa fonte do bem. Vendo o bem, que julgava ser seu, em outro homem, o orgulhoso fica então triste e amargo.

Tal tristeza amarga se chama inveja, e é a segunda doença que acomete o homem, o segundo vício capital.

A soberba gera sempre a inveja do bem que Deus concedeu a outrem. Desse modo, ela nos separa e despoja de nossos irmãos, assim como a soberba nos despojara e separara de Deus, nosso Criador. E isso é bem justo, porque assim como o soberbo se regalara desregradamente com a doçura de possuir o bem, agora ele se amargura ao ver o bem no outro.

Quanto mais o homem soberbo se vangloria de seu bem, mais ele se atormenta com o bem nos outros. A inveja rói o soberbo e amarga a sua vida.

Se o homem soberbo amasse corretamente o bem que lhe foi dado em grau limitado, ele amaria sem limite a fonte de todo o bem, que o possui infinitamente. Amando então o Bem em si mesmo, ele amaria o bem que visse em qualquer outro homem e se alegraria com a virtude alheia, porque amaria Deus no outro.

Foi para combater este segundo vício capital que o Divino mestre nos ensinou a pedir, em segundo lugar no Pai Nosso, 'Venha a nós o vosso reino'.

Porque o Reino de Deus é a salvação dos homens; porque Deus reina num homem quando este lhe está unido pela fé e pela caridade, a fim de que, na eternidade, esteja para sempre unido a Deus pela visão beatífica.

Quando pedimos a Deus que Ele reine em todas as almas, Ele nos concede o dom da piedade, que nos torna benignos, desejando também para os outros o bem que desejamos para nós mesmos.

A inveja, por sua vez, gera em nós uma nova doença. Tal como a soberba nos persuadira de que somos a causa do bem que temos, e a inveja nos causa a tristeza de ver o bem nos outros, em seguida a inveja nos leva a considerar que Deus é injusto ao dar o bem - que pretendíamos fosse apenas nosso - a nosso irmão.


Fonte: Orlando Fedeli


Salve Maria!

Encerro aqui a sequência de reflexões sobre os sete Pecados Capitais, espero que todos possam fazer bom uso destes textos em especial nesta Quaresma que estamos vivendo. Que a Santíssima e sempre Virgem Maria interceda por nós nesta caminhada!