A Colegialidade combate o papado

domingo, 12 de dezembro de 2010


Orlando Fedeli

Um dos pontos que causou maior divisão nos debates do Vaticano II foi o da Colegialidade. Com razão de sobra a minoria dos Bispos, fiéis à doutrina de sempre, se opôs à tese da Colegialidade tal como foi exposta na Lumen gentium: "o supremo poder na Igreja teria sido dado por Cristo ao Colégio Apostólico e não somente a Pedro."


Esse gravíssimo erro contra a Fé fora exposto por Justinus Febronius (Johann Nikolaus von Hontheim) em livro dedicado a Clemente XIII. Seus erros foram condenados especialmente por Pio VI, no Breve “SUPER SOLITATE PETRÆ”, de 28 de Novembro de 1786.


A Colegialidade foi aprovada no Vaticano II, porque a minoria fiel se deixou embair por uma Nota Prévia, posta incrivelmente no final do documento, NOTA à qual jamais se deu importância e nem jamais se levou em conta. Pudera ! Uma NOTA PRÉVIA acrescentada no final de um documento...
O resulatdo é que a Colegialidade foi posta em prática na Igreja, nivelando os Bispos ao Papa; nas dioceses, nivelando o Bispo aos Padres; e enfim, nas paróquias, nivelando Padres e leigos. Desse modo, o Vaticano II atendeu à exigencia da Maçonaria – dos Homens de Boa Vontade—de democratizar a Igreja.


Hoje, a Colegialidade é o meio a que recorrem os Bispos para não obedecerem ao que ordena o Papa Bento XVI. João Paulo II mandou colocar confessionários na igrejas. Praticamente ninguém o obedeceu.
Bento XVI mandou trocar, na Consagração do vinho, o “por todos” pela tradução correta -- “por muitos”--exatamente como Jesus disse na fórmula da consagração do vinho. Ninguém atendeu à ordem de Bento XVI.
O Papa, por meio do Motu Proprio Summorum Pontificum, mandou liberar a celebração da Missa de sempre (Tridentina) qualquer padre podendo rezá-la sem precisar pedir permissão aos Bispos.
Os Bispos se opõem teimosamente a obedecer a essa ordem do Papa, exigindo condições que o Papa não colocou, como a de que os que pedem a Missa de sempre deveriam saber latim. É o que insistem em dizer, no Brasil, entre outros, o Arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Joviano, que preside a Comissão de Liturgia da CNBB; Dom Bruno Gamberini, Arcebispo de Campinas; e Dom Vilson Dias de Oliveira, Bispo de Limeira, que até Missa afro celebrou. (Será que ele conhece o Yoruba? ). E Dom Vilson alegou que age assim porque o Núncio Apostólico no Brasil o aconselhou a fazer isso...


Será verdade?...


Isso comprometeria gravemente o próprio Núncio Apostólico. Bento XVI criou o Instituto do Bom Pastor com o direito de celebrar exclusivamente a Missa de sempre (Tridentina). Os Bispos, especialmente os da França, oposuseram-se duramente ao IBP.
Agora, Bento XVI levantou a excomunhão que pesava sobre os quatro Bispos da Fraternidade São Pio X.
Uma furiosa tempestade foi montada, aproveitando as desastrosas e absurdas declarações de Dom Williamson, para sabotar o perdão concedido aos Bispos de Dom Lefebvre. E quanto mais um Bispo se mostra ecumênico para com os piores hereges, mais radicalmente ele se oporá à FSSPX e ao Papa que dela se aproximou.


Mais recentemente, Bento XVI “ousou” nomear um sacerdote anti modernista como Bispo auxiliar de Linz, na Áustria. Nova tempestade foi desencadeada pelos Bispos da Áustria liderados pelo Cardeal de Viena. A oposição foi tal que o padre colocou sua nomeação episcopal nas mãos do Papa. E essa nomeação infelizmente foi revogada. Só pode ser nomeado Bispo quem as Conferênias Episcopais e sua claque aprovarem. Quem agora nomeia, então, os Bispos é o Papa... desde que sua escolha agrade os modernistas.


Neste ano, a Maçonaria comemora internacionalmente o centenário do evolucionista Darwin, cujas teorias foram já completamente desbaratadas -- ou desmacacadas -- pela ciência. Por incrível que pareça, Cardeais da Cúria organizaram um Congresso Internacional no Vaticano para discutir a teoria darwinista e tentar provar que ela é “harmônica” com a doutrina da Igreja, tal como a expõem os gnósticos modernistas, seguidores do herege Teilhard de Chardin, o falsificador do fóssil de Piltdown e do Sinantropus Pekinensis,


Pasmem! Esse Congresso, realizado no Vaticano, teve o apoio inclusive financeiro da Fundação Templeton, bem conhecida como maçônica. E nesse Congresso, dirigido pelo Cardeal Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, quando um cientista quis defender o criacionismo, teve arrancado o fio de seu microfone, para que não fosse ouvido.


Quem manda então no Vaticano? A que voz obedece o Cardeal Levada ?

Neste dias, Dom José Cardoso Sobrinho, o valente e digno Arcebispo de Olinda e Recife, declarou excomungados os que patrocinaram e fizeram diretamente um aborto de duas crianças. Dom José Cardoso apenas afirmou a doutrina católica contra o aborto, e aplicou o que está decretado no Código de Direito Canônico. De novo a Mídia “teológica", os hereges modernistas de todos o graus e condições, levantaram uma absurda onda de condenação do Arcebispo que agiu catolicamente.


Quatro Bispos franceses se manifestaram contra o Arcebispo de Olinda e Recife por ter sido ele fiel à doutrina e à Moral católicas, assim como ao que tem dito reiteradamente o Papa Bento XVI, determinando que o aborto é crime punido com excomunhão latae setentiae, isto é automática, no próprio ato do crime cometido. E ai veio o pior:


“Numa tribuna publicada domingo, 15 de Março, pelo "L'Osservatore romano", o quotidiano do Vaticano, o presidente da Pontifícia Academia pela Vida critica a decisão de excomungar as pessoas envolvidas no caso da menininha que abortou no Brasil, e lhe assegura a proximidade e a misericórdia da Igreja”
Monsenhor Fisichella – Rino para os íntimos – escreveu um artigo em que se derrama sentimentalmente com relação à “bambina” que abortou dois gêmeos, e critica o Arcebispo de Olinda e Recife pela declaração de excomunhão que ele lançou contra os médicos abortistas e contra a mãe da menina que consentiu nesse duplo assassinato por aborto.


Graças a Deus, a Cúria de Olinda e Recife lançou um documento desmontando o que demagogicamente escrevera esse Monsenhor Fisichella, que melhor ficaria como Presidente da Anti Pontifícia e Herodiana Academia pela Morte dos Inocentes.


Mas que um Bispo da Cúria Romana se atreva a escrever um artigo no Osservatore Romano, jornal oficioso do Papa, criticando um Arcebispo fiel ao Papa, à doutrina e à moral católicas é um escândalo inaudito.


Quem manda no Vaticano? Quem tem o poder das chaves ? Será o Colégio dos Bispos modernistas?


Esse é o fruto da Colegialidade do Vaticano II: a revolta descarada contra o que o Papa manda e ensina. A Colegialidade está em duelo aberto e público contra o Papado. Febronius entrou na Cúria.
Ou o Papa demite esses modernistas dos postos em que estão entrincheirados na Cúria, ou Bento XVI fica prisioneiro inerme desses hereges. É o papado que está em jogo. É a Igreja que está sendo humilhada em Bento XVI.


Da árvore má do Vaticano II nasceu a Colegialidade como fruto antipapal. E esse fruto está produzindo os escandalosos miasmas atuais. Os Bispos modernistas estão matando juridicamente o Papa Bento XVI. Estão lhe tirando as chaves de São Pedro das mãos. O que é pior que matar fisicamente o papa.


E quem fica então com as chaves do papado?


Certamente não são só "fisichelas", nem só os "kaspers" e os "res". Quem parece decidir é... la voce del Padrone dos hereges modernistas “grandes defensores do Vaticano II” e de sua Colegialidade.


Nossa Senhora, Medianera de todas as graças lhe dará a vitória . Porque a Igreja é imperecível.


São Paulo, 18 de Março de 2009.


2 comentários:

Ana Paula Camargo disse...

Giovana,

Saudações de Belo Horizonte!!

Muito Obrigada pelos seus comentários em Posts de "A Católica"!

Quando descobri que eram da Giovana do "Santa Mãe de Deus!" senti-me muito honrada e alegre, acredite-me, porque respeito o seu trabalho: o seu Blog e é um dos que se destacam na Irmandade dos Blogs Católicos, visto que (infelizmente) muitos Bloggueiros insistem em (re)publicar os mesmos artigos. Como se diz em inglês, fazendo isso “over and over again”.

Na noite deste domingo, por exemplo, contei 15 (isto mesmo: quinze) Blogs reproduzindo o mesmíssimo texto sobre canções de Natal.

Confesso que não entrei em um por um e não sei mesmo se no final ou no meio do tal texto algum Bloggueiro incluiu alguma observação ou comentário pessoal, que o diferenciaria dos demais. Contudo, os títulos e as primeiras linhas eram idênticas. Acho que todos nós perdemos quando isso ocorre. (E com que frequência ocorre: mais do que o desejável.)

Logo, parabéns pelo seu trabalho corajoso, visceral e autoral – “autoral” não necessariamente porque você escreve todos os Posts (há artigos que você também reproduz, embora sempre faça uma introdução pessoal), mas no sentido de ter uma cara, uma linha.

E dizem que este é um dos segredos de um Blog ser bem-sucedido, digamos assim: ter uma identidade definida. Mais uma vez: parabéns. Ah: também gostei muito do novo template, da nova cara dele. Muito bonitas as cores cinza, rosa e branco. Adorei mesmo.

Bem, achei interessantíssimo este Post sobre colegialidade x Papado.

AMO livrarias – são meus lugares favoritos no mundo! – e há semanas venho namorando este livro, das Edições Loyola: “Com que autoridade? Manual sobre escritura, magistério e senso dos fiéis”, de Richard R. GAILLARDETZ. A obra parece esclarecer um pouco essa questão que você levantou em seu texto.

Uma coisa eu sei, Giovana: a Igreja Católica Apostólica Romana não está sozinha.

Independentemente dos desrespeitos que Bento XVI, a quem amo, vem sofrendo por parte de quase tudo e de quase todos, Jesus Cristo está com a Igreja e o Espírito Santo, com nosso Sumo Pontífice. Nosso papa alemão age inspiradíssimo. Ele não fraquejará, sobretudo quando puder contar com as nossas orações.

Não tenho inveja nenhuma de não poder ser padre nem bispo. Meu papel de leiga na Igreja se faz sentir justamente nestes momentos em que nosso papa pode contar com a fidelidade e a alegria das minhas – nossas – orações. (Agorinha mesmo, assim que eu acabar de lhe digitar estas linhas e comer, rezarei para e por ele.)

E não se preocupe: Professor Felipe Aquino, a quem tanto admiro e com quem TANTO aprendo sobre a nossa Igreja (ele tem um programa excelente na TV Canção Nova, o “Escola da Fé”), costuma dizer que há mais de 2.000 anos ela é violentamente atacada e agredida. É a sua sina. Nosso papel é não esmorecer nem desanimar.

Ouso acrescentar que nossas melhores armas para ampará-la são estas três:
1ª Rezar incessantemente por ela;
2ª Mostrar nosso amor por ela através do nosso jeito de viver, pensar, falar e agir e
3ª Virar a outra face: enfrentar o mal com o bem e não pagar o mal com o mal – tal e qual São Paulo nos instrui na Carta aos Romanos.

Saúde e Paz!!

~~~

Giovana Cunha disse...

Salve Maria!

Obrigada por todas as palavras extremamente gentis, fico muito lisonjeada, pois não sou merecedora de tanto!

Li em seu perfil que tem apenas 21 anos e ontem enquanto lia seus artigos, admirava sua pouca idade e tanta sabedoria.

Parabéns e que Deus sempre lhe dê FORÇA para continuar seu apostolado. Conte comigo se algum dia precisar.

Fiquemos com Deus!

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Salve Maria!

Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.

***Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica SERÁ DELETADO, NEM PERCA SEU TEMPO!
***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!

Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.