Padre Nicholas Gruner, S.T.L., S.T.D.(Cand.)
Contra factos não há argumentos
Não há argumentos contra um facto: a “renovação” da Igreja depois do Vaticano II é um fracasso catastrófico. Em vez de uma “renovação,” o que vemos é uma tentativa de impor à Igreja uma religião inteiramente nova em vez da que nos foi transmitida pelos sucessores dos Apóstolos durante quase 2.000 anos.
Graças ao “ecumenismo,” “diálogo,” “diálogo inter-religioso,” e, claro está, a Nova Missa, o estado exterior da Igreja de hoje é tal que os grandes Papas de antes do Concílio nem sequer reconheceriam uma paróquia católica típica como sendo efectivamente católica.
Neste ponto também, o Cardeal Ratzinger admitiu a verdade, porque escreveu o prefácio em francês de um livro de Monsenhor Klaus Gamber, A reforma da Liturgia Romana, em que o Monsenhor faz esta espantosa (e muito verdadeira) observação sobre o estado actual da Igreja:
Um Católico que deixou de ser um membro activo da Igreja na última geração e que, tendo decidido voltar à Igreja, quer ser novamente activo religiosamente, provavelmente não reconheceria a Igreja de hoje como sendo aquela de que se afastara. Bastar-lhe-ia entrar numa igreja católica, especialmente se fosse de desenho ultramoderno, para se sentir como se tivesse entrado num lugar estranho e desconhecido. Pensaria que devia ter ido para um endereço errado e que tinha entrado por engano numa outra comunidade religiosa cristã.
Não! Não se pode argumentar contra um facto. Não importa o que certas autoridades possam dizer contra isso; a revolução na Igreja Católica desde o Vaticano II implicou, como todas as revoluções, um afastamento e uma rejeição do passado — neste caso, das próprias tradições da nossa Fé.
E não interessa o que algumas “autoridades” dizem; a Igreja está em crise porque os pedidos de Fátima não foram obedecidos. Não foram obedecidos porque a Consagração da Rússia não foi feita, apesar da cerimónia de 1984, em que a Rússia nunca foi mencionada. As “autoridades” podem papaguear quanto quiserem sobre o “milagre” na Rússia; no mundo real, podemos ver que, desde 1984, a Rússia tornou-se uma ditadura neo-Stalinista, inquinada pelos abortos e aliada à China Vermelha. Hoje, na Rússia, a Igreja Católica sofre uma perseguição tão severa que até o Vaticano protestou energicamente, dizendo que “faz lembrar as práticas lamentáveis da era soviética.”
Desorientação diabólica
O facto de até as mais altas autoridades da Igreja terem aprovado a calamidade dos últimos 40 anos não é razão para fazer como eles. Devemos lembrar-nos de que não é a primeira vez na história da Igreja que os seus dirigentes sucumbiram ao que a Irmã Lúcia chamou, e com muita razão, “desorientação diabólica.”
Podemos mesmo reconhecer a nossa situação actial na descrição que o Cardeal Newman fez da crise ariana no Século IV, quando quase todos os Bispos aceitaram a heresia que ensinava falsamente que Cristo não é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, ou se prestaram a segui-la:
O corpo dos Bispos falhou na sua confissão da Fé ... Falaram variadamente, uns contra os outros; não houve nada, depois [do Concílio de] Niceia [325 D.C.], de testemunho firme, imutável e consistented, durante quase sessenta anos. Houve Concílios não fiáveis, Bispos infiéis; houve fraqueza, medo das consequências, desvios, ilusões, alucinações, sem fim, sem esperança, estrendendo-se a quase todos os cantos da Igreja Católica. Os relativamente poucos que se mantiveram fiéis foram desacreditados e obrigados a exilar-se; os restantes ou enganaram ou foram enganados.
Note-se a frase de Newman: “Os relativamente poucos que se mantiveram fiéis foram desacreditados e obrigados a exilar-se …” Não é precisamente isso que vemos hoje, quando há relativamente poucos que se mantêm fiéis perante os “enganadores e enganados” do nosso tempo, assanhados contra o chamado “Catolicismo pré-Vaticano II”?
Não vemos nós que The Fatima Centre e os padres firmemente tradicionais em toda a Igreja, incluindo eu próprio, são perseguidos e exilados por Bispos liberais, e até por certos elementos da burocracia do Vaticano, enquanto que os “enganadores e enganados” se apresentam como possuidores e guardiões da religião “verdadeira”? Tal como no tempo de Ário, quando Santo Atanásio, que chefiou a oposição ao arianismo, foi exilado cinco vezes pelos seus “irmãos no Episcopado” e foi “excomungado” por uma sentença “confirmada” pelo Papa Libério:
E assim vemos hoje padres de doutrina sólida, castos e militantes, que são declarados “excomungados” ou “suspensos” por delitos não-existentes, ao mesmo tempo que os que procuram destruir a Igreja são amimados, louvados e até promovidos a altos cargos.
Assim, dizem a algumas pessoas que eu estou “suspenso” por um delito que nem sequer especificam — porque não foi cometido nenhum delito. Além das declarações públicas contra mim, há uma campanha discreta de boatos em que circulam cartas deste ou daquele padre ou Bispo local, repetindo as mesmas mentiras, como se tivessem algum grande peso de autoridade, quando, na verdade, apenas se baseiam em preconceitos irracionais.
Faz-nos lembrar um comentário do Prof. Philip Davidson, no seu estudo monumental sobre o uso da propaganda na Revolução Americana: a maneira mais eficaz de atacar a ordem estabelecida e justificar a rebelião não é “razão, ou justiça, ou até mesmo interesse, mas ódio. Um ódio irracional, uma repulsa cega, é criada não contra políticas, mas contra pessoas.”
Ainda há esperança
Mas podemos confortar-nos com o facto de que há um precedente histórico para a nossa situação. Assim como a Igreja sobreviveu à crise ariana e à terrível perseguição dos fiéis católicos, assim há-de sobreviver à crise presente, que é ainda maior. Porque a promessa de Nossa Senhora – “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz” – não pode deixar de se cumprir. Por fim, o Seu Imaculado Coração há-de triunfar, e tudo o que está errado na Igreja há-de ser emendado. O próprio Deus há-de querer que assim seja, e não de qualquer outra maneira. A única questão é quanto tempo teremos de sofrer, antes que Deus exija que os Seus filhos rebeldes Lhe obedeçam. Temos razão para recear que o aniquilamento de nações, sobre que Nossa Senhora nos avisou, seja o resultado de se atrasar demasiado esta obediência.
Portanto, tenhamos esperança no meio do desastre. E eles que tentem desacreditar e exilar bons Católicos enquanto podem. Porque os dias dos revolucionários estão contados, enquanto que a restauração da Igreja é inevitável. Até lá, devemos obedecer a Nossa Senhora de Fátima, promover a Sua Mensagem de Fátima na sua totalidade, e manter o que nos foi transmitido, e o que foi confirmado de forma tão dramática para o nosso tempo, na Mensagem de Fátima.
5 comentários:
para ver que é uma nova igreja é só conversar com pessoas mais velhas.
Minha mãe me disse que em sua juventude o padre da paróquia só distribuia a comunhão com os fieis ajoelhados e com patena. Se uma mulher estivesse usando um vestido com um decote escandaloso ele não entregava a eucaristia.
Hoje o sacerdote entrega a eucaristia na mão e não importa o jeito que você se apresenta.
A Verdadeira Missa Católica !?!? só conheço através de videos da internet.
Nas 3 paróquias perto de minha residência é só missa carismatica, missa dos jovens daquelas bem agitadas. Acho que é para fazer concorrencia com as duas Assembleias de Deus que tem aqui.
Salve Maria!
Sim Rogério vc está corretíssimo em suas palavras. O que sugiro é que vc reze todos os dias o Santo Rosário e peça a Deus que coloco o quanto antes da Verdadeira Missa perto de vcs.
Que Ele vem em socorro de vcs!
Fiquemos com Deus!
Obrigada por passar por aqui!
Nunca gostei da RCC, já frequentei quando era adolescente, nunca "repousei no espírito", nem "falei em linguas",( diziam que eu era fechada) nunca achei que a gente devesse ir a missa pra ficar se abraçando e pulando. Tinha algumas partes que eram um verdadeiro desrespeito, pra dizer o mínimo , teve um padre, que não tenho coragem de repetir o nome, mas que é muito conhecido, que chegou a dançar a Ave-Maria, com o Santíssimo na mão e em ritmo de samba. Um absurdo.
Você acha que o sacrifíco da missa continua acontecendo nestes casos? Desculpe minha pergunta, não li seu blog todo ainda, e sou uma leiga em muitos aspectos.
Salve Maria!
Caríssima Neyva, esta sua indagação levanta várias possibilidades, todas tristes!
Pode até ser que a missa que vc fala seja válida, dependendo se a ordenação do padre foi válida e que ele faça a missa dentro do mínimo exigido para ser válida; porém esta situação é totalmente ILÍCITA! Outra situação seria o padre sendo ordenado validamente não cumprindo o mínimo das rubricas necessárias; neste caso a missa não é válida! E pode ser que o padre nem seja padre, porque sua ordenação foi comprometida pelas mudanças no Sacramento da Ordenação e mesmo ele rezando a missa corretamente, ela não será válida pq no caso ele não é sacerdote!
E ainda poderia falar da validade das Sagrações dos Bispos que afinal é quem "dá" ao padre a Ordem; pq muitos Bispos nem são Bispos, visto toda distorção, confusão, alteração que houve em todos Sacramentos e inclusive na própria Sagração de um padre a Bispo.
Enfim, estamos vivendo momentos terríveis!
O que eu penso?
Penso que Jesus está muito próximo; penso que buscar a Santa Missa Tridentina a única coisa sensata e correta; penso que vivemos mais que nunca o tempo da MISERICÓRDIA DE DEUS; pq muita coisa não está ao nosso alcance e também foge do nosso conhecimento e consentimento. Penso que devemos mais que nunca rezarmos o santo rosário em família (OS TRÊS TERÇOS!), penso que devemos ser fiéis naquilo que Deus nos confiou e devemos vigiar a todo instante!
Espero ter te ajudado.
Fiquemos com Deus!
Obrigada, é o que penso também.
Eu rezo em família todo dia, até meu pequeno de 5 anos já sabe rezar e terço, com alguns errinhos. beijo
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Salve Maria!
Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.
***Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica SERÁ DELETADO, NEM PERCA SEU TEMPO!
***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!
Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.