Creio na Ressurreição da carne

segunda-feira, 25 de abril de 2011



O Espírito Santo não só santifica as almas dos que pertencem à Igreja, mas também pelo seu poder ressuscitará os corpos. Lê-se: “Aquele que ressuscitou dos mortos a Jesus Cristo” (Rm 4, 24); e: “Porque a morte veio por um homem, por um homem também a ressurreição dos mortos” (1 Cor 15, 21).

Por isso nós cremos, conforme a nossa fé, na futura ressurreição dos mortos.

Quatro considerações devem ser feitas acerca desse assunto: primeiro, quanto à utilidade da fé na ressurreição dos mortos; segundo, quanto às qualidades dos que ressurgirão referentes a todos; terceiro, quanto à ressurreição dos bons; quarto, quanto à ressurreição dos maus.

  • No tocante à primeira consideração, a fé e a esperança na ressurreição nos são úteis por quatro motivos.
Primeiro, para afastar as tristezas causadas pela morte. É realmente impossível que alguém não se entristeça pela morte de um ente caro. Mas como tem esperança na sua futura ressurreição, a dor provinda de sua morte fica bastante atenuada. Lê-se: “Não queremos que ignoreis, irmãos, as coisas sobre os mortos, para que não vos entristeçais, como os outros que não têm esperança” (1 Ts 4, 13).

Segundo, afasta o temor da morte. Se o homem não tivesse esperança em uma vida melhor após a morte, sem dúvida esta seria muito temível, e preferiria ele praticar qualquer mal para evitar a morte.

Nós como acreditamos que há uma vida melhor, à qual chegaremos após a morte, fica patente que ninguém deve temer a morte, nem fazer algum mal para evita-la. Lê-se: “Para que pela morte (de Cristo) fosse destruído aquele que tinha poder sobre a morte, isto é, o diabo; e libertados os que pelo temor da morte estavam por toda a vida na servidão” (Heb 2, 14-15).

Terceiro, porque nos faz solícitos e cuidadosos na prática do bem. Se a vida humana se limitasse a esta que aqui vivemos, não haveria entre os homens muita solicitude para praticarem o bem; porque tudo o que fizessem seria considerado pouca coisa, pois o seu desejo não é dirigido para um tempo limitado, mas para a eternidade.

Como, porém, acreditamos que, pelo que aqui fazemos, receberemos na ressurreição bens eternos, esforçamo-nos para agir bem. Lê-se: “Se somente para esta vida estamos esperando em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Cor 15, 19).

Quarto, porque nos afasta do mal. Assim como a esperança do prêmio conduz à prática do bem, do mesmo modo o temor da pena, que cremos então reservada para os maus, nos afasta do mal. Lê-se: “E levantar-se-ão os que fizeram o bem, para a ressurreição da vida; os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5, 29).

  • Quanto à segunda consideração, isto é, a respeito dos efeitos da ressurreição para todos os homens, quatro deles devem ser apontados.
O primeiro, com relação à identidade dos corpos que ressurgirão: o mesmo corpo que existe agora quer quanto à carne, quer quanto aos ossos, ressurgirá. Apesar de alguns disserem que este corpo que agora se corrompe não ressurgirá, o Apóstolo afirma o contrário: “Convém que este corpo corruptível seja revestido da incorrupção” (1 Cor 15, 33). Em outro lugar encontra-se escrito na Sagrada Escritura que este mesmo corpo ressurgirá para a vida: “Novamente serei revestido da minha pele, e, na minha carne, verei o meu Deus” (Jó 19, 26).

O segundo efeito da ressurreição refere-se à qualidade, porque os corpos ressurgidos terão outra qualidade que o atual, já que os corpos dos bons e dos maus serão incorruptíveis. Os corpos dos bons estarão na glória para sempre; os dos maus, porém, para que por eles sejam punidos, na pena eterna. Lê-se: “Convém que este corpo corruptível seja revestido da incorrupção, e que este corpo mortal seja revestido da imortalidade” (1 Cor 15, 53).

Porque os corpos serão incorruptíveis e imortais não terão necessidade de alimento, nem usarão do sexo. Lê-se: “na ressurreição nem os homens terão mulheres, nem as mulheres maridos; mas serão como Anjos de Deus no Céu” (Mt. 22, 30). Nesta verdade de fé não acreditam nem os Judeus, nem os Maometanos. Lê-se ainda: “Os que desceram aos infernos... não voltarão mais à sua casa” (Jó 7, 10) .

O terceiro efeito refere-se à integridade, porque os bons e os maus ressurgirão em toda integridade da perfeição corpórea do homem: não haverá cego, nem coxo, nem ninguém com outro qualquer defeito. Escreve o Apóstolo que “os mortos ressurgirão incorruptíveis” (1 Cor 15, 52) para significar que eles não sofrerão mais as corrupções atuais.

O quarto efeito refere-se à idade, porque todos ressurgirão na idade perfeita, nos trinta e dois anos. A razão disto é que, os que ainda não atingiram esta idade, não chegaram a idade perfeita, e, os velhos já a ultrapassaram.

Eis porque aos jovens e às crianças será acrescido o que falta, e, aos velhos, restituído. Lê-se: “Até que cheguemos todos... ao homem perfeito, na medida da plenitude da idade de Cristo” (Ef 4, 13) .

  • Quanto à terceira consideração, é de se saber que os bons receberão uma glória especial, porque os santos terão os seus corpos glorificados por quatro qualidades:
A primeira é a claridade. Lê-se: “Os justos resplendecerão como o sol no reino de seu Pai” (Mt 13, 43);

A segunda é a impassibilidade. Lê-se: “É semeado na ignomínia, ressurgirá na glória” (1 Cor 15, 43); e: “Deus tirará toda lágrima dos seus olhos; não haverá mais morte, nem luto, nem gemidos, nem dor” (Ap 21, 4);

A terceira é a agilidade. Lê-se: “Os justos resplendecerão e passarão pela falha com centelhas” (Sb 3, 7);

A quarta é a sutileza. Lê-se: “É semeado no corpo animal, ressuscitará num corpo espiritual” (1 Cor 15, 44); não se queira entender isso como se todo corpo se transformasse em espírito, mas que estará totalmente submisso ao espírito.

  • Quanto à quarta consideração, isto é, com referência à condição dos condenados, esta é contrária à dos beatificados, porque aqueles sofrerão a pena eterna. Os seus corpos possuirão quatro qualidades más.
Serão obscuros, conforme se lê: “Os seus rostos serão como fisionomias inflamadas” (Is 13, 8).

Serão passíveis, mas jamais corrompidos, pois arderão para sempre no fogo e nunca serão consumidos. Lê-se: “Os vermes nunca morrerão nos seus corpos, e o fogo neles nunca se extinguirá” (Is 66, 24).

Serão pesados, porque as almas estarão como que acorrentadas. Lê-se: “Para prender os seus reis com grilhões” (Sl 149, 8).

Finalmente, os corpos e as almas serão de certo modo carnais. Lê-se: “Os animais apodrecerão nos seus excrementos” (Jl 1, 17).



fonte: Permanência

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Salve Maria!

Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.

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***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!

Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.