Deve ou não repetir-se o Baptismo conferido por hereges e cismáticos?

domingo, 17 de outubro de 2010

Por Teresa Moreno.

Muitos hereges modernistas juram a pés juntos que não, nunca, jamais. Em nome do falso ecumenismo, do maldito progressismo e dos respeitos humanos ultra liberais, e com um apoiozinho do Magistério tradicional interpretado à boa maneira progressista, dizem não ser necessário de modo algum repetir na Santa Igreja o Baptismo conferido nas seitas heréticas.
Ora, isto quando o Sagrado Magistério sempre ensinou que estes baptismos eram, ao menos, duvidosos. Não são válidos nem inválidos à partida; em princípio, são duvidosos. Há que partir-se deste pressuposto, para depois se inferir da sua validade... ou não.
Veremos então, com base num pequeno estudo que vi e vou adaptar (cfr. blog argentino «Sursum corda»), se e quando uma pessoa baptizada por um herege ou cismático deve ou não receber novamente o Baptismo na Santa Igreja, pelo menos sub conditione.
O Magistério da Igreja insiste em que o baptismo dos hereges não é por si mesmo inválido e, com base nisto, vemos todas as alarvidades modernistas a dar rédea solta à imaginação...
Obviamente, afirmar que à partida não é inválido, não significa que esses baptismos sejam sempre válidos e que alguns deles não devam ser repetidos, pelo menos sub conditione.
I Concílio de Arles - ano 314:
Can. 8 «Acerca dos africanos que usam da sua própria lei de rebaptizar, ordena-se que se algum passar da heresia para a Igreja, se lhe pergunte o Credo e, se se vir claramente que está baptizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, apenas se lhe imponha as mãos, a fim de que receba o Espírito Santo. E, se quando lhe perguntarem não der razões desta Santa Trindade, seja baptizado.»
O baptismo deve então considerar-se inválido quando na sua fórmula não dá «razões desta Santa Trindade» ou quando o convertido não demonstra Fé divina e católica em todos os artigos do Credo. Quando os alegados baptismos se fazem com fórmulas supostamente cristológicas sem referência explícita do Pai, do Filho e do Espírito Santo - sem diferenciar as Pessoas Divinas da Trindade -, é totalmente inválido.
Sabemos perfeitamente que hoje são várias as seitas heréticas que baptizam somente em nome de Jesus Cristo, como por exemplo «as testemunhas de Jeová», uma seita antitrinitária. Tais 'baptismos' são inválidos:
1 Porque não têm a intenção de baptizar conforme as intenções da Igreja
2 Porque as seitas são antitrinitárias
3 Porque não distinguem as três Pessoas Divinas da Trindade em que não crêem
4 porque, assim sendo, não usam no 'baptismo' a fórmula trinitária devida.
Sendo inválido, deve obviamente ser repetido, porque até lá, não há baptismo algum.
Os modernistas que adoram conciliações, já estariam - caso me lessem, Deus os mantenha à distância - a pensar: "E no caso das igrejas (leia-se seitas, Igreja é só uma!) protestantes tradicionais?"
O que podemos dizer das seitas luterana, calvinista e anglicana, por exemplo? Estaremos indubitavelmente na presença de baptismos válidos como pretendem os hereges modernistas conciliadores? Pode partir-se da validade como pressuposto?
Claramente, não!!! O pressuposto é a dúvida, a neutralidade: podem ser válidos mas também podem ser inválidos.
A sua validade depende de conservarem ou não os elementos do Sacramento:
1 Baptizar-se com água
2 O que baptiza derrama a água enquanto pronuncia a fórmula trinitária «Eu te baptizo em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.»
3 O que baptiza deve obrigatoriamente ter a intenção de baptizar conforme a Igreja - fazer o que faz a Igreja. Deve ter intenção de realizar o Baptismo.
Como saber se as seitas mais tradicionais baptizam conforme a Igreja? Conhecendo a intenção dos seus fundadores - dos deformadores.
Podemos claramente compreender que Lutero tinha uma visão ortodoxa do Baptismo, que considerava imprescindível para a salvação (teve-a sempre ao longo da vida, nunca a abandonou e, com o avançar dos anos, por ter de combater os anabaptistas - que negavam a utilidade do Sacramento - ainda se tornou mais inflexível nesta matéria). Logo, em princípio, os baptismos dos luteranos serão válidos, na medida em que cumpram as condições mencionadas acima e sigam as intenções do fundador da sua seita herética.
A julgar pelo desrespeito e desprezo manifestados à Santíssima Virgem - nunca partilhados pelo heresiarca -, é bem possível que também nisto se tenham deformado as intenções do destruidor.
Já para Zuinglio, o baptismo não tem qualquer efeito, sendo somente um símbolo de algo prévio que é a fé. Logo, não tinha visão ortodoxa do baptismo.
Por seu lado, Calvino condenou Zuinglio mas também se afastou de Lutero, visto que considerava que o baptismo era o meio normal de salvação, mas não devia ser obrigatório. Não o considerava vital para a salvação, contrariamente a Lutero. Para Calvino, uma pessoa que tivesse a fé, podia ser justificada por ela sem que tivesse recebido o baptismo, considerado por ele «uma obra». Visão mais que heterodoxa; herética, portanto.
Os anglicanos guardam o Baptismo conforme a doutrina católica e com a fórmula correcta.
Portanto, inequivocamente, se observadas as condições citadas anteriormente, só os luteranos e os anglicanos, das seitas tradicionais, estariam à partida baptizados validamente, não necessitando de repetir o Baptismo. Muito importante analisar casos individualmente considerados, sempre! Analisar a intenção de quem baptizou é fundamentalíssimo para aferir da validade daquele baptismo.
E, deste modo, não dá para generalizar levianamente - como pretendem os liberais pacifistas e conciliadores.
Como já referido, as seitas unitárias ou antitrinitárias não baptizam validamente porque, no seu caso, o baptismo não cumpre nem sequer a primeira condição indispensável para que seja ao menos duvidoso. É inequivocamente inválido porque, ao existir erros sobre a doutrina da Trindade, evidentemente o 'baptismo' não se realizará nem com a fórmula trinitária nem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Logo, é preciso repeti-lo na Santa Igreja Católica, pelo menos sub conditione - para ser o mínimo.
Assim sendo, detestáveis modernistas/progressistas, mais devagar com o andor... que ainda a procissão vai no adro!

Fonte: Tradição Católica (http://emdefesadelefebvre.blogspot.com/)

0 comentários:

Postar um comentário

Salve Maria!

Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.

***Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica SERÁ DELETADO, NEM PERCA SEU TEMPO!
***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!

Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.