Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança

quinta-feira, 31 de março de 2011



AS VIRTUDES CARDEAIS

A Fé, a Esperança e a Caridade, as virtudes teologais, nos tornam capazes de conhecer e amar a Deus. Elas são virtudes inteiramente voltadas para Deus. Mas existem muitas virtudes que não são voltadas diretamente para Deus, mas sim para o nosso comportamento, nossa atitude, nossas ações; elas nos ajudam a bem agir, a fugir do pecado, a vencer as tentações. Indiretamente, elas nos levam a Deus.

Cardo, em latim, quer dizer dobradiça, eixo em torno do qual gira alguma coisa. No caso da dobradiça, gira a porta. No caso das virtudes, em torno das quatro virtudes cardeais, giram as outras virtudes, como veremos adiante.


A Virtude da Prudência

Prudência é a virtude que nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas fúteis e bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem e vencer o mal.

Ela aproveita a hora propícia, o lugar acertado onde devemos estar e nos impede de tomar decisões precipitadas. Fazer o que é certo, na hora certa, no lugar certo. A Prudência, iluminada pela nossa Fé e ajudada pela graça santificante, nos leva a escolher os atos bons que são o caminho da nossa salvação.

É sobre esta Prudência que Jesus fala no Evangelho: «Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. “Sêde, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas.» (S. Mat. 10, 16) e também: «Quem julgas que é o servo fiel e prudente, a quem o seu senhor constituiu sobre a sua família, para lhe distribuir de comer a tempo?» (S. Mat. 24, 45).

Mas, como o contrário da virtude é o vício, podemos pecar contra a Prudência de dois modos:

. Por falta de prudência - é o vício da imprudência, que pode ser por: precipitação, agimos sem refletir ou descuido, refletimos no que vamos fazer mas fazermos mal feito.

. Por excesso de Prudência – astúcia, ser prudente no mal, nas coisas erradas, no pecado; cuidados excessivos com a vida material: dinheiro, vaidade, comprar muitas coisas, etc.


A Virtude da Justiça

Como filhos de Deus e tendo recebido a terra como herança, os homens podem possuir suas coisas, sua terra, sua casa, seus objetos, que lhe são necessários para viver e para alimentar sua família. É fácil compreender que nem sempre haverá um acordo entre os homens sobre a possessão desses bens materiais.

Para ajudá-los a viver em paz e a possuir com boa medida o que lhes é necessário, Deus nos deu a virtude de justiça, pela qual nós queremos e devemos dar aos outros o que lhes é devido, protegendo também o que nos pertence e, sobretudo, dar a Deus o que Ele nos pede, no seu amor por nós.

Quando tomamos emprestado um objeto, a virtude da justiça nos leva a querer devolvê-lo no tempo estipulado, pois sabemos que a pessoa que nos emprestou pode ficar prejudicada se não recebê-lo de volta.

Quando compramos um objeto, é justo que paguemos o seu valor. Quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo, como o matrimônio é um contrato passado diante de Deus, a virtude da justiça nos impede de querer nos separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver para sempre com a pessoa com quem casamos.

É a virtude da justiça que forma as bases do 7°, do 8° e do 10° mandamento da Lei de Deus. Não podemos furtar, nem levantar falso testemunho, nem cobiçar as coisas alheias, pois todos esses atos ferem a virtude da justiça, entre outras.

Devemos também considerar que quando cometemos um pecado contra a virtude da justiça, em certos casos, não basta o arrependimento e a confissão. Nós lesamos o próximo tirando dele um bem material que lhe pertence. Devemos então, fazer o possível para devolver aquele bem, de modo a restabelecer a justiça ferida pelo nosso ato. É o que se chama de restituição. Igualmente, quando pecamos contra o 8° mandamento, devemos retratar a reputação do próximo que foi ferida por nossa mentira, calúnia ou maledicência.


A Virtude da Força

A Força é a virtude que dá à nossa vontade a energia necessária para vencer os obstáculos que nos atrapalham na prática do bem. Devemos resistir permanecer firmes na Fé, apesar dos ataques dos nossos inimigos e das nossas fraquezas pessoais. Devemos agir; ter Força é manifestar espírito de iniciativa, alegria na realização do dever de estado, perseverança no combate contra nossas paixões: o orgulho, o egoísmo, a raiva, a sensualidade, etc. Praticando os atos da virtude de Força conseguiremos, com a graça de Deus, vencer as tentações, fugir dos pecados e das ocasiões de pecado que nos chamam com tanta força para o mal.

Os pecados contra a Força

.Acanhamento ou pusilanimidade - quando a pessoa não se decide a fazer o que deve, fica sempre na dúvida: é certo ou errado, devo fazer assim ou de outro modo, e acaba não fazendo o que deve.

.Covardia - quando a pessoa foge da sua obrigação por medo.

.Respeito humano - é uma espécie de covardia que nos leva a não agir corretamente por medo das zombarias, por medo de perder uma amizade, porque desejamos ser agradáveis e aparentar uma falsa bondade.

.Temeridade - quando uma pessoa se expõe sem necessidade ao perigo e à morte (falsa coragem).


A Temperança

A virtude da Temperança vem completar o quadro das quatro virtudes cardeais. Ela é o freio da nossa alma. A temperança é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, quer eles sejam comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc. Ela nos ensina a usar essas coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados a certas situações.

Nos últimos tempos os costumes foram se degradando pouco a pouco. Dizer que existe uma lei natural, que essa lei natural foi explicitada por Deus nos Dez Mandamentos e confirmadas pela Igreja é expor-se ao ridículo. O que devemos concluir? Que existe um tabu que estes homens "modernos" criaram, e é um instrumento de corrupção, de repressão, é puro fanatismo. É a marca da falta de amor por Deus e pelo Sangue de Cristo derramado na Cruz. E se vocês acharem que exagero, que o mundo mudou que é preciso ser aberto, então só me resta dizer: esperem e veremos quem tinha razão. Na hora do juízo final, veremos todos estes amantes deste "modernismo" correndo para dizer que amam a Deus, jurando que sempre O amaram que ninguém lhes avisou que era tudo pecado... Mas, então, será tarde demais.

A Temperança nos ajudará a vencer os maus pensamentos e maus desejos, ajudará um casal a nunca trair o sacramento do matrimônio pelo adultério. Todos esses maus pensamentos e maus desejos e ocasiões de pecado devem ser combatidos imediatamente, sem perda de tempo, com muita coragem e força, para que não se tornem pecados mortais. Na verdade, todas as quatro virtudes teologais se unem no combate da alma para praticar os Mandamentos de Deus.

Também o conforto da vida moderna pode nos levar a pecar contra a Temperança. Reclamamos do calor, reclamamos do frio, não queremos nos levantar da cadeira nem para pegar um copo d'água, sempre achamos algo que nos desagrada nas coisas e nas pessoas. A virtude da Temperança nos ajuda a esquecer um pouco tudo isso e pensar mais em ajudar, em trabalhar, em vencer seus próprios defeitos.

1 comentários:

Maria Luiza disse...

Lindo e profundo clamor e que Jesus em sua infinita misericódia atenda-o em toda a sua plenitude. Amém!!! Meu abraço!

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Salve Maria!

Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.

***Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica SERÁ DELETADO, NEM PERCA SEU TEMPO!
***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!

Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.