Americanismo - HERESIA

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


Encontro de Assis 1986.

A história do americanismo está ultimamente ligada à do Padre Isaac Thomas Hecker.
Nasceu ele em Nova York em 1819. Sua mãe era metodista, e o metodismo muito o influenciou durante toda a vida.Converteu-se depois ao Catolicismo e foi pedir o batismo ao Bispo de Nova York, sendo batizado em 1o de agosto de 1844. Ele mesmo dizia: "Eu me esgueirei na Igreja" (Maignen, p. 89).

Hecker julgava-se então guiado diretamente pelo Espírito Santo. Ele não tinha diretor espiritual, como nunca teria depois, porque dizia que o próprio Espírito Santo o dirigia.

Hecker ficou na Congregação de Santo Afonso de Ligório até 1857, quando foi excluído por ter violado os votos de pobreza e de obediência, ao ir a Roma sem licença dos Superiores e às próprias expensas.

Em 1858, fundou a Congregação dos Paulistas, uma comunidade livre e sem votos. O fundador, com efeito, era contrário aos votos religiosos e queria um novo tipo de Sacerdote, adaptado ao modo de ser de "homens cheios de uma justa confiança em si mesmos", como via os norte-americanos (Maignen, p. 66).
O Padre Hecker passou os seus últimos dezesseis anos de vida com muitas doenças. Depois de morto suas idéias tiveram grande influência nos Estados Unidos, e mais ainda na França. O liberalismo católico, com todos os movimentos que dele nasceram, acolheu as chamadas teses americanistas do Padre Hecker e dos Padres Paulistas; o terreno estava bem preparado para os novos erros.

Que significa americanismo? Em primeiro lugar é uma tendência que condena a constituição tradicional da Igreja, pretextando que "o futuro pertence às democracias" e que a palavra liberdade já exerce poder mágico sôbre os espíritos. De um modo ou de outro, a Igreja deveria deixar de ser uma religião de autoridade, para, como a protestante, se tornar religião de liberdade.
Em segundo lugar, conforme os americanistas, seria tempo de rever a escala dos valores espirituais. A idade média punha em primeiro lugar as virtudes passivas.: humildade, obediência, pobreza, mortificação, etc. Nossa época, segundo os americanistas, tem razão em dar maior importância às virtudes ativas, como sejam: energia na ação, apostolado externo, a luta pela palavra, imprensa, publicidade moderna; numa palavra, tudo o que se resume: o dinamismo, para fazer triunfar a verdade e a justiça! Os homens de ação são donos do mundo.

Leão XIII, uma vez detectado o perigo, enviou ao cardeal Gibbons (1889) e através dele, a todo o episcopado norte-americano, a carta apostólica Testem benevolentiae. Este documento pontifício denunciava os principais erros do americanismo:

a - adaptar a Igreja às exigências da civilização moderna, sacrificando um ou outro cânon antigo, mitigando a antiga severidade, orientando-se em direção a um modo de agir mais democrático;

b - dar mais amplidão à liberdade individual no pensamento e na ação, levando em conta que é o Espírito Santo, mais do que a organização hierárquica, quem opera diretamente na consciência do indivíduo (influxo do protestantismo):

c - abandonar, sem preocupar-se mais com elas, as virtudes passivas (mortificação, penitências, obediência, contemplação), cultivando as virtudes ativas (ação, apostolado, organização), o que levaria a favorecer, entre as congregações religiosas, as de vida ativa.

O Papa conclui com as seguintes palavras depois de um severo exame: "não podemos aprovar as opiniões que integram o que se denomina americanismo".

Encontro Ecumênico em Assis,
Sacrário abaixo
e Buda em cima do Altar.
Infelizmente, o ideal americanista começou a colher resultados uns cinquenta, sessenta anos depois da condenação de Leão XIII em sua carta Testem Nostrae benevolentiae , inicialmente de modo latente no concílio Vaticano II e depois, abertamente em Assis, em 1986.

O Padre Charbonnel ( um dos corifeus do americanismo na França, que mais tarde apostataria da Igreja - planejou reunir em Paris, durante a Exposição universal de 1900, um congresso das religiões) não acreditava mais na Igreja Católica, pois já não tinha nada de comum com esta a sua pan-igreja. Pouco depois, decorrência natural de tantos erros, ele renegou oficialmente a fé de seu batismo e abandonou a comunhão católica. Quantos hoje não defendem as mesmas idéias! Quantos, hoje, levados por um falso ecumenismo, deixaram de ser católicos, para passarem a ser fiéis da "nova Igreja Universal", ao lado de cismáticos, hereges, judeus e pagãos!

O que mais impressionava nos textos dos autores americanistas - insistimos - é a sua atualidade. Lendo-os tem-se a impressão de que foram escritos por adeptos da Igreja-Nova "pós-conciliar". Americanismo, sillonismo, modernismo, progressismo, "profetismo", teologia da libertação, não passam de ramos de uma mesma árvore. São tentáculos do mesmo polvo que há séculos procura envolver a Igreja.

Contra essa heresia, devemos invocar Aquela que é o Trono da Sabedoria e o Auxílio dos Cristãos, Aquela que esmagará afinal a cabeça da antiga serpente. Virgem Santíssima, vinde depressa e socorrei-nos!

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Salve Maria!

Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.

***Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica SERÁ DELETADO, NEM PERCA SEU TEMPO!
***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!

Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.