Perdoar setenta vezes sete.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


"Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?

Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete." (Mt 18,21-22)

Salve Maria!

Motivada por uma desavença que acabei de ter com meu pai, resolvi refletir sobre estas palavras de Jesus.

Não foram poucas as vezes que vi pessoas usando destes versículos para justificarem erros de outros ou seus próprios erros, e ainda completavam " quem não tiver pecado que atire a primeira pedra".

Mas a coisa não é bem por aí não!

Porque se de um lado é dito perdoe sempre, do outro é dito "não tornes mais a pecar"; é um compromisso de mão dupla, ou seja, aquele que foi a vítima do pecado alheio perdoe sempre, e aquele que pecou contra seu irmão, que trate de se emendar e não voltar mais a pecar!

Voltando este texto para nossas vidas, de modo especial para minha, observo como me é difícil perdoar meu pai... porque quando a gente lê setenta vezes sete, a gente imagina "setenta" situações diferentes... mas e quando estas "setenta" vezes são sempre a mesma coisa, a mesma ofensa, o mesmo pecado, a mesma queda, a mesma fraqueza, a mesma situação que por toda uma vida te fez sofrer??? Meu Deus como é difícil perdoar... como é doído pensar: "Passaram-se 41 anos e eu sempre passo pelo mesmo sofrimento!" E na minha história, não houve mudança, pelo contrário, parece que a cada dia todo mal amanhece com a mesma força, e eu ouço as mesmas coisas que sempre me ofenderam tanto, e vindas daquele que teoricamente deveria me amar, falo das coisas que já ouvi e ouço do meu pai!

Muito complicado... o tempo passa, a vida se esvai, tanto a dele como a minha e as coisas não mudam...

... perdoar setenta vezes sete...

Hoje eu não consegui ser aquilo que Deus espera de mim; reagi, respondi, também fui cruel, por fim pequei contra o quarto mandamento. E o que me dói é saber que o tempo está passando, a saúde do meu pai não é mais a mesma, e talvez não tenhamos tanto tempo para nos retratar, para tentar ser e fazer diferente nosso relacionamento! Não sei! Só cabe a Deus!

Então refletindo sobre tudo isto, que quis dividir com quem ler este artigo, neste momento que chego ao final da minha reflexão, ouço a voz do meu Senhor dizendo dentro de mim:

"Se quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me."

E seu convite ao martírio de carregar a cruz é tão doce que chega a ser irresistível a mim, sinto mais uma vez a esperança despertar em meu peito e uma vontade enorme de tentar novamente, e sim, perdoar setenta vezes sete meu complicado mas muito amado pai!

Paz! 

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Salve Maria!

Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.

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***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!

Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.