A derrota (Impureza)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A derrota!

Palavra amarga!
Como caustica nossos lábios!



Para não sofrê-la, lutamos durante quatro anos...durante quatro anos, demos o sangue de nossas veias e sacrificamos nossos destemidos valentes. Para salvaguardar nossa independência!

Ora o moço, dominado pelo vício impuro, perdeu sua independência, é escravo!

É a derrota!
Palavra muito amarga!
Como caustica nossos lábios!

Ao começar a guerra, vi os jovens belgas conduzidos entre baionetas alemães. Se vivesse, cem anos (o que seria uma lástima) me lembraria ainda da expressão dolorosa dos seus rostos.

Pulgente humilhação!

E no entanto aqueles moços não tinham de que envergonhar-se. Tinham antes o direito de se apresentarem de fronte erguida. Mas o vencido pela paixão, deve envergonhar-se e andar de cabeça baixa. Entregou as armas, por covardia, e ao mais desprezível dos vencedores, àquele demônio que Nosso Senhor no Evangelho chama: "Homicída desde o começo".

Um soldado dos arredores de Namur contou-me como o seu "forte" fora tomado. Tinham feito sair todos os belgas e depois, perante eles, quebram-lhes os fuzis nos rails dos carros americanos, que por ali passavam. E, com a vingança desenhada no rosto, chamava: "Que raiva! quando vi o vencedor quebrar assim o nosso fuzil. Não podereis nunca compreender isso! Não! não sois soldado! ..."

Mais uma vez: a humilhação para aquele soldado fora puramente material e de nenhum modo infamante por ser imerecida. O vencido pelo vício sofreu, pelo contrário uma derrota infamante e merecida.

É cruel e horrível ser escravo do inimigo.
O vício é também uma escravidão.

E não é raro que os escravos dos vício venham dizer, cobertos de vergonha: "Oh! é terrível esta tirania do vezo! Como nos prende com pesados grilhões!". Nenhum carcereiro guardará com maior rigor seus prisioneiros, como o vício guarda suas vítimas.

Pericles, referindo-se aos jovens caídos em combate, dizia: "O ano perdeu sua primavera!" E isto é ainda mais verdadeiro no sentido moral! Quando a luxúria arruína um povo. "o ano perdeu a sua primavera".

Lemos no livro, A indisciplina dos costumes, de Bureau: "diariamente se está dando grande carnificina de jovens". o autor traçava estas linhas negras, durante a guerra, mas não se referia aos jovens mortos em combate, aludia a essa carnificina moral de jovens aos quais a impureza deixa arruinados.

"Uma grande carnificina..."


"Ó quam pulchra est casta generatio".

...Cotejai as faculdades (jovens castos), uma por uma:

1) A inteligência - é viva e clara, possuindo o homem, no eu superior, uma dilatação proporcional á restrição imposta ao eu inferior.

2) A vontade - acha-se retemperada pela própria luta, mediante o esforço, que é para o caráter, uma espécie de peptonato de ferro. Torna-se capaz de uma energia de grande voltagem e forte tensão.

3) A memória - é geralmente fiel, e por forma, que muita vez, "uma memória feliz é um indício... de pureza". (Fonssagrives: L'Éduc, de la pureté).

4) O coração - guarda intactas suas reservas de afeição e de frescura de sentimentos que o perfumam...
5) O corpo - não é raro tornar-se mais elegante em razão da pureza. É lógico: o espirito aperfeiçoa o semblante..."A grandeza dos sentimentos íntimos transparece no rosto, acabando por tornar-se sua expressão normal ou caracterizando-lhe a fisionomia".

...Assim se nos apresenta a bela geração dos castos.

Mas ai! ainda há outra. Contemple-se um moço corrompido, que malbarata seus belos anos, como o insensato que voluntariamente atirasse, uma por uma, ao mar, as suas preciosas peças de ouro.

Aqui, infelizmente, que rebaixamento não vemos!
Retornemos o exame de cada faculdade (jovens impuros):

1) A inteligência - Está, por assim dizer toldada, como se a lama imunda do coração tivesse subido à cabeça. O filósofo Joubert não exagera quando diz: "No momento qm que o moço se inflama para a carne, se extingue para toda e qualquer reflexão séria".

...Por vezes, "a alma passando-se para os sentidos, acaba por cair numa espécie de paralisia, que se assemelha a imbecilidade" (Pe. Janvier).

... Vistes por ventura alguma águia numa jaula, o grande rei do azul, entre varas de ferro? Causa pena! Maior pena causa o estado de uma alma, encarcerada numa prisão carnal...

2) A vontade - Está gravemente lesada naquele jovem que não se governa mais. Repare-se neste círculo vicioso: porque cedeu, debilitou-se a vontade: porque debilitou-se a vontade, cede.

3) A memória - A memória sensível tem um  orgão: o cerébro. Mas os excessos do vício, abalando o sistema nervoso, atuam sobre o cérebro e, conseqüentemente, sobre a memória, de um modo desastrado.

4) O coração - Coração? o pobre infeliz, por vezes, parece que já não o tem mais. "A impureza, diz o profeta, rouba o coração". (Os. 4.11)

O coração? Mas o vício corroe-lhe as fibras vitais...A impureza é a grande roubadoura dos corações... O lírio de amores castos, não vegeta em canteiros onde plantas daninhas lhe absorvem toda a seiva e lhe empobrecem totalmente o solo!

5) O corpo - "O vicio conduz ao hospital...e por que caminhos!" (L. Veuillot)
A impureza é o pecado do corpo; e é, muitas vezes, punida no próprio corpo.

(Excertos do livro: A grande guerra - Pe. Hoornaert

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Salve Maria!

Que o Espírito Santo conduza suas palavras. E que Deus nos abençoe sempre.

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***Para maiores esclarecimentos: não sou adepta deste falso ecumenismo, não sou relativista, não sou sincretista, não tenho a mínima vontade de divulgar heresias; minha intenção não será outra a não ser combater tudo que cito acima!

Por fim, penso que esclarecidas as partes, que sejam bem vindos todos que vierem acrescentar algo mais neste pequeno sítio.